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O sector dos moldes tem uma forte concentração na indústria automóvel. Pesa quase 75% da actividade. Mas o que é uma fraqueza tem sido uma força, já que a especialização é relevante numa indústria como os moldes, que exige perícia. A concentração neste sector é igualmente perigosa. Se houver algum problema na indústria automóvel... é um sector que se arrasta.
Para já não houve esse impacto na crise que o sector automóvel atravessou. Como explicam os protagonistas do sector dos moldes, no "think tank" realizado pelo Negócios e Banco Popular, o impacto para os moldes não é por via da menor venda de automóveis ao consumidor final. É, sim, pela redução do número de modelos a fabricar pelos construtores. Até agora, as marcas têm aumentado o número de modelos, o que "é bom para os moldes. Qualquer peça de um novo modelo vai precisar de um novo molde."
A dependência ao automóvel tem origem nos anos 1970. Nessa altura, a maior parte dos moldes dirigiam-se aos Estados Unidos e à indústria dos brinquedos. Com a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia , o sector teve de se reinventar e começou a entrar mais na Europa em sectores onde não tinha grande tradição. Mas mesmo esses sectores, muitos, acabaram deslocalizados para a Ásia. O que foi permanecendo foi o automóvel. E com o tempo tornou-se a principal fonte de negócio dos moldes e que tem conseguido crescer o volume.
Mas assumindo o risco de ter os clientes tão concentrados num único sector, os moldes também falam em diversificar. Mas admitem não ser fácil. Os moldes construíram, há uns anos, o mapa estratégico até 2020, que identificava seis áreas de intervenção. Uma delas, a aeronáutica, levou a indústria de moldes, inclusive, a formações no Brasil, na Embraer. Mas o que esta construtora exige não há em Portugal. O sector tinha de fazer investimentos pesados. E noutras construtoras aeronáuticas é muito difícil de entrar. Conclusão? A aeronáutica não se abriu aos moldes portugueses.
Outra área identificada foi a médica. Problema? "É muito específica, exige tecnologias minuciosas", que as empresas portuguesas não tinham.
Dois exemplos para explicar a dificuldade de diversificação, ainda mais quando os moldes não são considerados um "cluster". Houve, mesmo, quem quisesse incluir os moldes num "cluster" automóvel. Tudo o que a indústria não quer. Já que se o objectivo é diversificar, ficar integrado num "cluster" específico acaba por afastar. Ainda assim, apesar das dificuldades, o sector continua a querer diversificar. Com a certeza de saberem que os moldes portugueses são reconhecidos pela qualidade e competência.
Para já não houve esse impacto na crise que o sector automóvel atravessou. Como explicam os protagonistas do sector dos moldes, no "think tank" realizado pelo Negócios e Banco Popular, o impacto para os moldes não é por via da menor venda de automóveis ao consumidor final. É, sim, pela redução do número de modelos a fabricar pelos construtores. Até agora, as marcas têm aumentado o número de modelos, o que "é bom para os moldes. Qualquer peça de um novo modelo vai precisar de um novo molde."
A dependência ao automóvel tem origem nos anos 1970. Nessa altura, a maior parte dos moldes dirigiam-se aos Estados Unidos e à indústria dos brinquedos. Com a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia , o sector teve de se reinventar e começou a entrar mais na Europa em sectores onde não tinha grande tradição. Mas mesmo esses sectores, muitos, acabaram deslocalizados para a Ásia. O que foi permanecendo foi o automóvel. E com o tempo tornou-se a principal fonte de negócio dos moldes e que tem conseguido crescer o volume.
Mas assumindo o risco de ter os clientes tão concentrados num único sector, os moldes também falam em diversificar. Mas admitem não ser fácil. Os moldes construíram, há uns anos, o mapa estratégico até 2020, que identificava seis áreas de intervenção. Uma delas, a aeronáutica, levou a indústria de moldes, inclusive, a formações no Brasil, na Embraer. Mas o que esta construtora exige não há em Portugal. O sector tinha de fazer investimentos pesados. E noutras construtoras aeronáuticas é muito difícil de entrar. Conclusão? A aeronáutica não se abriu aos moldes portugueses.
Outra área identificada foi a médica. Problema? "É muito específica, exige tecnologias minuciosas", que as empresas portuguesas não tinham.
Dois exemplos para explicar a dificuldade de diversificação, ainda mais quando os moldes não são considerados um "cluster". Houve, mesmo, quem quisesse incluir os moldes num "cluster" automóvel. Tudo o que a indústria não quer. Já que se o objectivo é diversificar, ficar integrado num "cluster" específico acaba por afastar. Ainda assim, apesar das dificuldades, o sector continua a querer diversificar. Com a certeza de saberem que os moldes portugueses são reconhecidos pela qualidade e competência.
PROTAGONISTAS Quem esteve no "think tank" sobre pasta e papel e moldes Optou-se pela regra Chatham House, em que tudo pode ser escrito, mas nada pode ser atribuído para liberdade de opinião.
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Carlos Álvares Presidente do Banco Popular Portugal |
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Carlos Van Zeller Administrador da Altri |
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João Faustino Presidente da Cefamol |
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José Luís Carvalho Membro do grupo técnico florestal da Celpa |
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Manuel Regalado Administrador da The Navigator Company |
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Nuno Silva Presidente da Moldit |