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SJ Têxteis: "Turquia é o nosso principal concorrente"

A concorrência é grande no sector dos têxteis. A SJ Têxteis garante que tem a fórmula para sobreviver.

29 de Março de 2016 às 00:01
Paulo Duarte
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A têxtil tem vindo a investir na organização e nas tecnologias, para não ficar atrás dos rivais europeus e asiáticos.

O que é que têm feito para acompanhar as tendências do mercado?

Temos feito muito, ao longo dos tempos, em termos de organização.  Tentamos acompanhar o que se passa em termos tecnológicos  e estar o mais "upgrade" possível. Queremos diversificar para uma linha média/alta. Há uma parte de excelência, de concorrência no artigo que fazemos que tem que ser feroz. A Turquia é o nosso principal concorrente.

E a Ásia? Continua a ser uma ameaça aos têxteis nacionais?

O mercado asiático é o pior, claro, países como o Bangladesh e China. Foi preciso saltar do tipo de clientes que andavam à procura desse artigo para um género mais "premium" e que já não se importa de pagar melhor, além de estar mais perto. A maioria dos clientes que temos, 90%, são lojas. São grupos bastante grandes e criamos neles uma certa dependência. Dos quatro, cinco grandes clientes que temos somos os maiores fornecedores dos "jerseys".

Qual a estratégia para melhorar os resultados?

Todos os anos diminuímos ligeiramente o número de peças produzidas e aumentamos a facturação. Estamos a fazer mudanças para melhorar a qualidade em tudo e temos mecanismos internos de controlo. Tudo o que sai é visto e não há hipótese de uma peça [sair] que não confira com os padrões que temos estabelecidos.

Que vantagens têm face à vossa concorrência actualmente?

Temos uma quantidade de coisas a nosso favor, que temos que aproveitar. Primeiro, estamos muito mais perto dos clientes. Somos muito mais fiáveis e entendemos o que o cliente pretende. É mais fácil negociar financeiramente connosco. No Oriente tudo o que se compra tem de se pagar à cabeça. Se há uma reclamação, um problema qualquer, nós entendemos, mandamos para trás e arranja-se de imediato. No Oriente já pagaram e não querem saber. Há muita coisa a nosso favor e nós temos que aproveitar isso.  

É fácil encontrar pessoal qualificado?

Continuamos a ter as coisas muito mal dimensionadas em termos de formação. Não se encontra facilmente pessoas com formação, nem costureiras sequer. Este grande défice não é só na indústria têxtil. É mão-de-obra. Temos sempre que escolher estagiárias e andar uns anos a ensiná-las. Em outros sítios na Europa há sinergias nesta matéria. A prioridade é ter sempre gente capaz de entender a mensagem que estamos a falar. Isto demora anos. Precisamos de gente nova com vontade de aprender.
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