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Unileite: "Por estarmos juntos, criamos dimensão"

A agricultura açoriana enfrenta uma etapa de desafios. Os transportes e a dimensão do mercado são duas das barreiras a ultrapassar, afirma Gil Oliveira, presidente da Unileite.

16 de Junho de 2015 às 00:01
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Onde é consumida a vossa produção?
20% é consumida aqui nos Açores, 70% no continente português e 10% são exportações.

 

Para que países exportam?
Alemanha, França, Espanha, Estados Unidos da América, Canadá, por exemplo. Temos nichos de mercado já muito interessantes, que temos de ir reforçando.

 

E há outros na mira?
Há sempre a expectativa de alcançar outros. Neste momento, nos países em que já estamos, se conseguirmos ganhar quota de mercado, já seria bastante bom.

 

O que dificulta a exportação?
Há sempre a dificuldade dos transportes. Era bom que Portugal tivesse uma organização total a nível de transportes e também algum apoio para que possamos exportar e chegar o mais longe possível.

 

O fim das quotas leiteiras vai ser bom para os Açores?
Não vai ser bom para a Europa toda. Até os grandes países já começam a ter a matéria-prima a um preço muito baixo. Nos Açores, como pequenas ilhas e produções, ainda nos vai dificultar mais. Para além disso, não temos dimensão e temos uma distância muito grande dos mercados. A Europa, no final de 2016, tem de pensar duas vezes sobre essa situação e arranjar um mecanismo que regularize a produção de leite.


Que objectivos traça para a Unileite?
Laborar mais de 50% do leite da ilha. Estamos muito próximos. Uma empresa dinâmica, que está numa região que precisa de criar mais emprego, tem de ter sempre um crescimento sustentável. Tendo a consciência que não estamos sozinhos no mercado. Nos últimos 20 anos, temos vindo a crescer consecutivamente. Temos condições e situação financeira para continuar.

 

A marca Açores já é suficientemente forte?
A marca Açores é importante, os consumidores procuram. Mas temos de ver que há produtos muitos baratos vindos de outros países. A marca por si não vale a grande diferença do preço. Sabemos que estamos a produzir para consumidores que não têm grandes remunerações, os ordenados em Portugal não são excelentes.

 

O facto de unirem cooperativas facilita?
Em 2004, em conjunto com cooperativas do Faial e São Jorge, criámos a Lactaçores [destinada à comercialização]. Somos europeus. Quem está no mercado europeu tem de ter alguma dimensão. Por estarmos juntos, criamos dimensão. O corporativismo é o melhor que nos pode acontecer.

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