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Taguspark quer ser cidade do conhecimento

Foi criado em 1992 como parque de ciência e tecnologia. Agora, quer ser mais do que isso: uma cidade do conhecimento. Para ser mais do que um sítio de empresas, para ser uma cidade.

24 de Maio de 2016 às 10:00
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Há quase 25 anos, em 1992, era criado o Taguspark, em Oeiras. Foi o ano em que Dina ganhou o Festival da Canção com "Amor d’Água Fresca" e os Jogos Olímpicos realizaram-se em Barcelona, sem que Portugal tivesse conquistado qualquer medalha.

Cavaco Silva liderava o Governo, depois da segunda maioria absoluta em 1991. Mário Soares era o Presidente. E Isaltino Morais o presidente da Câmara de Oeiras.

Tido como primeiro parque tecnológico em Portugal, ainda hoje tem essa designação, mas, agora, com uma ambição renovada. "O ‘shift’ que queremos dar é transformar ou evoluir para uma cidade do conhecimento, uma  ‘knowledge city’", diz ao Negócios o administrador executivo do Taguspark, António Carmona Rodrigues, ex-presidente da Câmara de Lisboa e ex-ministro do Equipamento que entrou na gestão do parque em 2014.

"Knowledge city" porquê? Cidade dá uma noção de permanência e vivência. E conhecimento leva à tecnologia, informação. "Queremos continuar na primeira linha do conhecimento".

Carmona Rodrigues detecta a fragilidade de um parque que vive apenas durante o dia, das 9 da manhã às seis da tarde. Durante esse período entram 11 mil pessoas, numa freguesia (Porto Salvo) que tem 15 mil...

Mas depois é como se fechassem portas. E o Taguspark quer combater isso. A pensar nessa vivência está a estudar a forma de avançar, na chamada segunda fase de desenvolvimento do parque, com residências temporárias. Se no plano concebido há largos anos estava planeado um hotel, Carmona Rodrigues admite que está a repensar a existência de um hotel, mas não tem dúvidas de que "temos de ter mais oferta de alojamento temporário". Os moldes estão a ser estudados. Há procura por parques com este tipo de alojamentos, em particular por parte de entidades internacionais. Reforça a componente de fixação e ao mesmo tempo chama mais serviços. Neste momento, o Taguspark tem 110 empresas instaladas.

Para já, e a pensar na valorização da vivência no parque, o Taguspark está a valorizar os espaços verdes, a criar pistas cicláveis, circuitos de manutenção. O parque, criada para ter baixa densidade de construção, tem muitos espaços aproveitáveis. "Queremos melhorar a vida dentro do parque".

Outro projecto da gestão é melhorar a eficiência energética, o que levou há mais de 20 anos a ser criada uma unidade de geração de energia a gás que permite baixar a factura de electricidade. Ainda assim, Carmona Rodrigues queixa-se do que paga em energia. "Quer queiramos quer não, a energia não está barata". O projecto passa por substituir a iluminação do parque e recorrer a outras fontes de energia, como o fotovoltaico. Medidas que contribuirão, também, para reduzir custos.

Carmona Rodrigues garante que o corte de despesas que tem sido conseguido permite que os custos totais de instalação no Taguspark - rendas e despesas de condomínio - sejam competitivos face a outros parques. E lembra: não há parque de estacionamento pago. "Nem se vai pagar", garante o gestor, salientando que essa pode ser uma vantagem, como diz ser a localização, perto dos maiores centros de investigação do país e com complementaridade entre ciência e técnica.

"Há dentro do parque um conjunto de empresas que transmitem sinergias entre elas, não estão isoladas", realçando a existência do Instituto Superior Técnico que alia ao mundo empresarial, o universo da Academia. Em 2012, a Microsoft saiu. Entrou no ano seguinte a Novartis. Mas Carmona Rodrigues continua a salientar como momento mais importante do Tagus o da sua criação, planeada. "Quando o Taguspark foi feito era único. Deixou de ser único, mas continua a ser uma boa imagem de marca".
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