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Tabaco e bebida não tiram saúde à Alcigarve

Empresa-filha da Grudisul dedica-se à venda de tabaco e bebidas alcoólicas na zona sul do país. A importação de gin, rum, vodka e licores é a mais recente aposta da Alcigarve para fazer crescer o negócio.

15 de Julho de 2015 às 00:01
Bruno Simão
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António Reis regressa às instalações da empresa entre as 18 e as 19 horas. É assim todos os dias, desde que se tornou funcionário da Alcigarve, há quatro anos. Na mão traz um saco de plástico cheio de moedas, que recolheu das máquinas de tabaco que tem a seu cargo, em vários estabelecimentos do Algarve. O dia de trabalho só termina depois da contagem do dinheiro. "Tenho perto de 80 máquinas a meu cargo. O meu trabalho é reabastecê-las com tabaco e retirar o dinheiro", explica António Reis. "Há máquinas que vendem muito bem, que dão para retirar dois mil euros de dois em dois dias. Há outras que não vendem mil euros num mês".

 

Há máquinas
[de tabaco] que vendem muito bem, que dão para retirar dois mil euros
de dois em dois dias. Há outras que não vendem mil euros num mês. 
António Reis,
funcionário da Alcigarve

Em poucos minutos, várias carrinhas perfilaram-se na garagem da empresa, num corropio de funcionários que trabalham ao som do tilintar das moedas. Os veículos dividem o espaço da garagem com uma série de máquinas de tabaco danificadas. "Infelizmente, acontece muito", lamenta João Maurício, sócio da Alcigarve. "No ano passado, foram mais de 30 máquinas para o lixo por causa dos assaltos". De Faro a Vila Real de Santo António, a empresa tem actualmente mais de 600 máquinas de tabaco espalhadas por vários estabelecimentos, que recebem uma comissão sobre as vendas. Além disso, também comercializam para tabacarias, cafés e snack bares que vendem as embalagens avulso.


Os cigarros são o principal negócio da Alcigarve, uma empresa de comércio grossista com mais de 30 anos de história, pertencente ao grupo Grudisul. Mas não são o único. Se num dos armazéns se empilham volumes de tabaco – onde salta à vista a marca Chesterfield, que representa quase 50% das vendas de cigarros – noutro destacam-se as bebidas alcoólicas, enfileiradas em longas prateleiras.


No chão, uma linha amarela divide o armazém em dois. É para lá da linha que a empresa procede ao desalfandegamento das bebidas alcoólicas que importa para revenda, uma actividade introduzida no início deste ano. "As bebidas que estão para além da linha é como se ainda estivessem no estrangeiro. Ainda têm de ser seladas, e só aí estarão prontas para vender", esclarece João Maurício. "Se uma garrafa sair daquela zona sem selo, é considerado contrabando".


O empresário acredita que o tabaco vai continuar a representar o "grande bolo da facturação" da Alcigarve, embora a aposta na importação de bebidas esteja a contribuir para o crescimento da actividade. As vendas da empresa subiram 18% no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período  de 2014.

 

 
Tome nota: Qual é o negócio da Alcigarve
A Alcigarve é uma distribuidora de tabaco e de bebidas, pertencente ao grupo Grudisul. Comercializa todo o tipo de cigarros e acessórios de tabacaria, bebidas, snacks e produtos para hotelaria.
 

Tabaco: o grande bolo da facturação


Desde a fundação da empresa que a venda de tabaco é o principal negócio da Alcigarve. A empresa vende cigarros em máquinas – tem cerca de 600 espalhadas por vários estabelecimentos do Algarve – e a retalhistas, que comercializam embalagens avulso.

 

Tabaqueira é a grande fornecedora


A Alcigarve compra tabaco a dois fornecedores: a Tabaqueira e a Logista. No entanto, mais de 70% da facturação diz respeito a marcas comercializadas pela Tabaqueira, como Chesterfield, L&M, Marlboro, SG e Português Suave.

 

Importação de bebidas é aposta


Além de tabaco, a Alcigarve vende bebidas alcoólicas, gomas, chocolates e pastilhas a pastelarias, cafés e snack bares. No início deste ano, a empresa apostou na importação de bebidas como rum, licor, vodka e gin, que vende agora para todo o país. Segundo o sócio João Maurício, é uma aposta ganha, para continuar.

 

Efeito sazonal não pesa no negócio


João Maurício considera que o negócio da Alcigarve não sofre efeitos sazonais. "Não vivemos muito do turismo", afirma. "Em Monte Gordo ou Altura, por exemplo, há muitas diferenças entre o Verão e o Inverno. Em Faro e Olhão, nem tanto".

 

Vendas aumentaram 18% no trimestre


As vendas da Alcigarve aumentaram 18% no primeiro trimestre deste ano face a igual período do ano passado. A empresa está sedeada no concelho de Faro e tem uma delegação em Vila Real de Santo António. Conta, actualmente, com 26 trabalhadores.

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