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Faro: uma grande cidade que exporta muito pouco

Apesar da dimensão da cidade e do concelho, Faro apresenta resultados débeis no que diz respeito à exportação de bens. Tem um défice comercial superior a 30 milhões de euros.

15 de Julho de 2015 às 00:01
Faro
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É o problema de ser um concelho dependente de serviços, com forte ênfase no turismo. Com um tecido produtivo relativamente frágil e pouco diversificado, Faro tem uma capacidade exportadora fraca quando comparada com o resto do País.


Com apenas 16,1 milhões de euros exportados em 2014, Faro está na segunda metade da tabela dos municípios portugueses no que diz respeito às vendas feitas ao exterior. Concelhos como Salvaterra de Magos, Sertã, Arruda dos Vinhos ou Sobral de Monte Agraço exportam mais.


Se formos mais longe nesta análise, verificamos que na relação exportações/população residente, Faro – tal como outros concelhos do Algarve – é mesmo um dos piores classificados no País, com um rácio de 264 euros por pessoa.


Os números falam mesmo por si. Apesar de estarem a crescer, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que as exportações farenses foram pouco superiores a 16 milhões de euros no ano passado. O que é um problema quando o município necessita de importar mais de 51 milhões no mesmo ano. O resultado? Um défice de 35 milhões de euros.


A falta de capacidade exportadora observa-se nos dados disponibilizados pela Informa DB ao Negócios. Mesmo incluindo exportações de serviços, só 10% das empresas farenses vende para fora (17% no País).


Olhando apenas para bens, as principais compras são produtos do reino animal, da indústria alimentar, assim como máquinas e aparelhos. As maiores exportações vêm de vegetais, máquinas e aparelhos e material de transporte.


Essa divisão reflecte-se apenas parcialmente na lista das maiores empresas exportadoras do concelho. Um ranking dominado pelo comércio a retalho, a grosso e, claro, o turismo (que não entra nas contas do INE).

 

 
Forças
Aeroporto
A sua existência coloca o concelho no radar dos negócios.

Clima
O clima agradável atrai visitantes e potencia sectores.

Universidade
A Universidade do Algarve forma quadros fundamentais para a região.

Capital
Os serviços estão concentrados na capital de distrito.
 
Fraquezas
Rede de transportes
É quase obrigatório ter carro. Fora do horário das 9h às 19h as deslocações são difíceis.
 
Acessos
Para uma cidade tão pequena, o trânsito é caótico, em certas alturas do dia.
 
Baixa
A baixa de Faro está pouco dinamizada, com muitas casas fechadas. O porto é pouco explorado.
 
Ameaças
Dependência do turismo
A região está muito dependente do turismo, com verões agitados e invernos parados.
 
Falta de tecido industrial
O concelho está direccionado para os serviços, tendo pouco tecido industrial.
 
Conjuntura internacional
Qualquer incidente pode prejudicar o turismo ou a agricultura.
 
Oportunidades
Zona industrial
A Câmara espera aprovar um plano pormenor para uma zona industrial, assim como uma zona ribeirinha para criar uma doca e uma marina e potenciar o turismo.
 
Localização
Faro tem vias de comunicação privilegiadas para a Europa, África e América Latina.
 
Sinergias
A ligação entre a Universidade e as empresas é uma mais-valia.
 
 
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