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Raio-X: O que os portugueses pensam sobre a habitação

O Observatório do Mercado da Habitação Portugal 2018, realizado para a imobiliária Century 21, mostra as várias tendências, tanto na oferta como na procura.  

02 de Outubro de 2018 às 16:30
Bruno Colaço
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Comprar ou arrendar

• 89,7% preferem a aquisição de casa própria e apenas 10% optam pelo arrendamento.

• A preferência por casa própria explica-se porque 58% consideram ser um investimento futuro e 38% salientam que essa é a maneira de criar um lar.

• 44,9% arrendam porque é a opção mais acessível quando não se têm as condições económicas para comprar habitação própria.

• 43,7% arrendam pela flexibilidade para mudar facilmente de residência quando for necessário e 39,3% dizem que arrenda para não assumir compromissos e riscos.

• 76,4% das pessoas que vivem em arrendamento preferiam ter habitação própria.

 

A procura

• 75% na cidade em que têm residência.

• 61,% preferem apartamentos.

• 60,2% querem casas sem necessidade de remodelação ou obra.

• 40,9% com três quartos.

• 49,5% com duas casas de banho.

• 82,6% querem estacionamento para residentes.

• 80,5% em zonas com boa acessibilidade.

• 80,1% com lojas e supermercados.

• 77,8% com parques e zonas verdes.

• 56,2% com escolas.

• 39,1% referem proximidade de centros comerciais e entretenimento.

• 94,5% exigem segurança.

• A procura de casa está muito associada a mudanças na estrutura familiar  (48,4%).

 

Compra de habitação

• 28,7% da procura para compra de habitação situa-se no intervalo de preços entre os 100.000 a 150.000 euros.

• 23,3% da procura fixa-se entre os valores de 75.000 a 100.000 euros e 16,6% procuram habitações entre os 150.000 e os 200.000 euros.
• 16,5% da procura incide sobre habitações até 75.000 euros.

• 38,6% pretendem comprar habitação pagando uma parte em dinheiro e recorrendo ao crédito à habitação para o restante valor.

• 35,3% dos consumidores  pretende adquirir a totalidade da habitação com recurso ao crédito e 11,5% pretendem efectuar a aquisição com a venda da sua habitação.

• 86% dos que pretendem efectuar a compra da habitação com recurso ao crédito estão dispostos a pagar até 500 euros mensais de hipoteca.

• Para 33,6% dos consumidores que têm de recorrer a um empréstimo, a hipoteca representa entre 10 a 20% do rendimento familiar, enquanto para um terço a hipoteca representa entre 20% e 30% do seu rendimento.

• 18,6% os custos da hipoteca representam mais de 30% do rendimento do agregado familiar.

 

Arrendamento de habitação

• 74,1% da procura de arrendamento quer pagar até 500 euros mensais e apenas 9,6% ponderam pagar entre 500 e 600 euros.

• Para 38% dos que têm casa arrendada e dos que pretendem arrendar, a renda mensal representa mais de 30% do rendimento do agregado. Em 35,6% dos casos, o arrendamento fica entre 20% e 30% dos rendimentos mensais.

 

A oferta

O que os portugueses mais encontram

• 44,8% da oferta de habitação corresponde a zonas periféricas do centro das cidades e 35,7% ao centro.

• 63,8% da oferta  corresponde a apartamentos, 36,2% a habitações unifamiliares, isoladas ou geminadas.

• 80,4% das habitações para venda ou arrendamento são imóveis em segunda mão, sem necessidade de remodelações.

• A maioria da oferta apresenta habitações de 76 m2 a 120 m2.

• 37,2% da oferta corresponde a habitações com três quartos.

• 26% das habitações com mais de três quartos.

• 41% das habitações oferecem duas casas de banho.

 

Arrendamento

• O preço médio da oferta para arrendamento, a nível nacional, é de 536,99 euros, mais 37 euros do preço médio da procura.

• 61,4% da oferta de habitação para arrendamento situa-se em preços até 500 euros mensais, revelando um deficit de 12,7 pp face à procura (74,1%).

• A oferta de arrendamento de 501 a 600 euros é ligeiramente superior à procura nessa faixa de preços (3,6%) e sobe na oferta de arrendamento entre os 801 e 900 euros, cuja oferta atinge os 11,1%  face a procura  de 3,0%.

 

Principais desajustes entre oferta e procura

• A oferta de habitação não está ajustada à procura em termos de zonas.  Regista-se uma escassez de 6,5 pp de imóveis no centro das cidades, enquanto nos subúrbios se verifica uma oferta que excede a procura em 4,7 pp.

• Mais de 18,8% dos compradores procuram casas novas ou em planta, enquanto o mercado de oferta apresenta  3,1% de construção nova.

• A tipologia das casas em oferta revela desequilíbrios. Além da falta de habitações com um e três quartos, verifica-se um excesso de quase 10% de casas com mais de três quartos.

• A maioria dos portugueses pretende habitações com duas casas de banho. A oferta está 8,5% abaixo da procura neste critério.

• A nível nacional, o preço médio que os portugueses pretendem pagar por uma habitação é de 138.263 euros. Mas o preço médio ultrapassa  os 165.000 euros em Lisboa, mas recua para os 137.587 euros no Porto, para os 130.708 euros no Algarve e cai até aos  126.000 euros nas restantes zonas do país.

• O preço médio de venda, a nível nacional, supera os 174.000 euros,  mais 34.500 euros  do valor que os consumidores estão dispostos a pagar.

• Há um défice de 18,2% na oferta de habitações até 200 mil euros. A procura supera os 85%.

• O preço médio para arrendamento de habitação, a nível nacional, atinge os 536,9 euros, um valor quase 37 euros acima da média da procura.

• Regista-se uma escassez de 12,7% de casas para arrendamento com valor até 500 euros. Já no segmento de rendas entre os 800 e 900 euros o mercado excede em 8,1% a procura.

Fonte: Observatório do Mercado da Habitação Portugal 2018, realizado para a imobiliária Century 21 com base em informação recolhida junto de pessoas que procuraram casa nos últimos 12 meses, ou que tencionam fazê-lo no próximo ano e, ainda, junto de proprietários que no mesmo período colocaram uma habitação no mercado.



A casa ideal dos portugueses

A casa ideal é um apartamento num prédio, em segunda mão e pronto a habitar, com três quartos e duas casas de banho com arrecadação e garagem, com uma área de cerca de 100 m2, localizada em zonas periféricas do centro ou áreas centrais da cidade, desde que tenha estacionamento, bons transportes públicos e proximidade a supermercados e comércio tradicional, numa zona segura. O preço médio que os consumidores estão dispostos a pagar é 138.623 euros, financiados por um crédito à habitação que não supere os 500 euros mensais.