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O ecossistema empresarial em Braga tornou-se complexo, mas a mobilidade e atractividade que a cidade exerce está a provocar alguma desregulação, a trazer uma pressão complexa", assinalou José de Oliveira, responsável pela Área de Inovação da Bosch Car Multimedia Portugal. "Os novos problemas são mais fáceis de atacar do que se fosse uma crise económica, porque seria mais difícil de arranjar soluções. A crise de crescimento vai-se resolver com os vários parceiros", defende Firmino Marques, vice-presidente da Câmara Municipal de Braga.
"Estamos a ser vítimas dos holofotes que criámos", reforça Jorge Baptista. "Nos últimos anos, todo este ecossistema de inovação, que resultou da conjugação de diversas entidades, fez com que as nossas organizações se tornassem mais visíveis e tivessem maior capacidade para atrair, mas ao colocarmos o holofotes significa que atraimos outras organizações do país e multinacionais que se estão a instalar em Braga", conclui o co-Ceo da Primavera Software.
Mil pessoas
"O ponto actual não deixa de ser crítico porque os recursos com competências de que hoje dispomos são exíguos, como são de alguma forma em todo o mundo desenvolvido", prosseguiu o empresário Jorge Baptista.
José Oliveira enfatiza que há "um problema grave porque temos uma procura em excesso e uma oferta escassa". Referiu que "só os projectos de inovação que estão em cima da mesa da Bosch implicam cerca de mil pessoas altamente qualificadas, e alguns dos perfis não existem em Braga e é preciso atrai-los". Mas para isso é preciso que a cidade tenha condições de atracção de mais talento.
responsável Área de Inovação da Bosch Car Multimedia Portugal
Jorge Baptista defende que é o caminho. "Compete-nos ser capazes de atrair essas competências e pessoas mais talentosas em outras regiões do país e do mundo, usando os predicados que a cidade tiver para oferecer e todo o ecossistema de empreendedorismo e de partilha de experiências que é bem vivo", explicou.
O fundador da Primavera Software considera que se Braga continuar a "acelerar em vez de fazer as coisas de maneira cirúrgica, corremos o risco de matar a galinha dos ovos de oiro. Há algum tempero que se devia fazer nesta estratégia que é ganhadora, que todos apoiamos, e onde queremos estar".
Na sua opinião nas estratégias também há uma peça muito importante mas que é muitas vezes esquecida. Há momentos em que é preciso parar para analisar se é o caminho certo e se valerá a pena continuar a acelerar ou fará mais sentido consolidar. "Braga precisa de perceber este momento para se consolidar, para deixar que as organizações que conseguiu atrair, ou que nasceram em Braga e que cresceram, se possam consolidar neste novo contexto antes de voltar a acelerar e captar outras organizações" refere Jorge Baptista.