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Portugal é o campeão da economia azul

A responsável pela inovação marítima a nível europeu, Andreea Strachinescu, destacou a posição privilegiada de Portugal na relação com os oceanos e como o país pode ser um bom exemplo

08 de Março de 2023 às 14:30
Andreea Strachinescu salientou que falta definir um quadro regulatório estável para a economia azul. Pedro Ferreira
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"Portugal é o campeão da economia azul e pode ser um bom exemplo para todos os países que têm possibilidades de desenvolver a economia azul", referiu Andreea Strachinescu, head of unit at DG MARE for unit A1: Maritime Innovation, Marine Knowledge and Investment, durante a cerimónia de entrega do Prémio Mar Sustentável, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Fórum Oceano, com o patrocínio da Câmara Municipal de Oeiras.

A responsável salientou que a economia do mar "é extremamente importante", mas coloca desafios para se tornar "uma oportunidade plena". Considerou ainda que, para atingir este objetivo, será necessária a definição de um quadro regulatório estável para a economia azul bem como a criação de competências, investimentos e financiamentos estáveis.

Na sua comunicação, Andreea Strachinescu desenvolveu as linhas gerais de alguns projetos europeus relacionados com a economia azul, como o "Restore our Ocean and Waters" que se insere no programa Horizon Europa. É o programa para o Investigação e Inovação, com a duração de sete anos, e que se iniciou em 2021, tendo um conjunto de cinco missões relacionadas com os oceanos e as águas.

A ideia é trabalhar e demonstrar soluções baseadas nas necessidades das comunidades locais e apoiar e pô-las em prática. Andreea Strachinescu
Diretora na DG MARE da unidade A1: Maritime Innovation, Marine Knowledge and Investment.
"A ideia é trabalhar e demonstrar soluções baseadas nas necessidades das comunidades locais e apoiar e pô-las em prática", afirmou Andreea Strachinescu. Além disso, cada projeto tem de associar pelo menos cinco regiões em pontos diferentes na Europa. "A ideia é, com certeza, habilitar estas regiões a conseguirem desenvolver um plano e depois o implementarem com as soluções que estejam mais preparadas. É como um caminho de aprendizagem para as regiões que querem colaborar."

Os fundos facilitadores

Andreea Strachinescu salientou que este programa vai ser avaliado este verão. "Esperemos por uma avaliação positiva, que nos permita ter mais quatro anos de financiamento. Está aberta a call até setembro para o programa de trabalho de 2023: se estiverem interessados, os projetos que nos interessam e que estamos a apoiar estão lá detalhados."

Referiu-se ainda a importância dos facilitadores para a economia azul acontecer. Para promover a literacia dos oceanos e assim envolver os cidadãos europeus existe, por exemplo, o European Digital Twin of The Ocean.

Andreea Strachinescu mencionou ainda o Fundo para a Pescas e Aquacultura - European Maritime, Fisheries and Aquaculture Fund. Também importante, a abordagem ecossistémica da gestão de pescas através do Ecosystem Based Approach to Fisheries Management.

"Este é um pouco o espectro daquilo que estamos diretamente a tocar. Existem mais oportunidades como as políticas de coesão dos Estados-membros, existe o European Social Fund, outros fundos estão disponíveis. Provavelmente é muito importante mencionar o PRR, sabemos bem do compromisso de Portugal para projetos que vão estar implementados até 2026", concluiu a responsável europeia.