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"Inovação, investimento e smart cities são críticos para o nosso crescimento e são áreas em que se joga muito o que vai ser o sucesso da próxima década em Portugal e na Europa e são decisivos para o nosso futuro coletivo", afirmou Pedro Siza Vieira, ministro da Economia na conferência organizada pelo Negócios e pela Cellnex Portugal.
O percurso da economia portuguesa foi acidentado entre 2000 e 2015, em que o PIB caiu em termos reais, descreveu. Durante este período, só num ano é que Portugal cresceu acima da média da UE, um resultado que o ministro atribuiu ao "triplo choque" que, no início do século , o país e a economia lusa sofreram com a adesão ao euro, a adesão da China à OMC e a adesão dos países de Leste à UE. O setor industrial reduziu o seu peso na economia, o VAB da indústria baixou de 20% para cerca de 13%, resumiu. A partir de 2015, a economia entrou num "novo ciclo" e, entre 2015 e 2019, o PIB de Portugal cresceu 11,6%, a UE cresceu 7,6%. "Tivemos quatro anos consecutivos de convergência com a UE, assente num crescimento significativo do investimento e ainda mais significativo das exportações. Mais empresas exportam mais produtos para mais mercados."
O pós-pandemia
Se a covid-19 quebrou o ciclo de convergência, frisou. "Em 2021 voltámos a crescer, as exportações de bens, entre janeiro e novembro, estão a níveis superiores aos que tivemos em 2019, com um ganho de quota de mercado por parte das empresas portuguesas", acrescentou. Siza Vieira referiu-se ainda às previsões da OCDE em que Portugal é apresentado como o país que, entre 2021 e 2023, mais vai crescer entre os países que são analisados por aquele organismo.
Pedro Siza Vieira falou ainda de uma "nova estratégia de atração de investimento direto estrangeiro" em que o modelo deixou de ser a Autoeuropa, "um movimento de deslocalização de investimento industrial alemão para uma região de baixo custo, mas a procura de uma competitividade de preço que levou a esse investimento", para o modelo Bosch, em que o conceito foi inventar "o que produzimos e não se limitar a produzir barato o que outros inventam". "Foi esta incorporação de conhecimento, foi esta tradução de investimento para valor no mercado que permitiu este crescimento", rematou.
"Esta orientação do IDE passou por vender Portugal como um destino atrativo de investimento, não em função do baixo custo de produção, mas sobretudo apoiado na disponibilidade de talento altamente qualificado que cada vez mais é um recurso apetecível e muito escasso no mundo ocidental. A nossa proximidade dos centros de consumo, a capacidade da nossa engenharia e a qualidade dos nossos recursos humanos são aquilo que tem sido o fator principal de atração de investimento estrangeiro", disse Pedro Siza Vieira.