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Pedro Castro e Almeida está a dar os seus primeiros passos como presidente executivo do Santander Totta, tendo substituído António Vieira Monteiro, que é o atual presidente não executivo.
Considera que, apesar de episódios relacionados com o Montepio, Novo Banco, o sistema financeiro "já está mais estabilizado, com a banca a apresentar melhores resultados depois de um período muito difícil e com a maioria dos bancos a reforçarem as suas posições de capital, após a reorganização das diversas áreas de negócio".
Quais são os principais problemas das empresas portuguesas? Por outro lado, por que é que não há projetos interessantes para financiar, que é uma das principais queixas do setor financeiro?
Em primeiro lugar, ter uma boa tesouraria é essencial para qualquer empresa, e este é um problema que temos tido em Portugal e com grande impacto nas empresas e na economia. É o ponto de partida para um projeto ser sustentável e tornar a empresa saudável e competitiva. Depois, tem de ser inovadora, tecnológica, tem de tentar ser diferente daquilo que já existe no mercado. Penso que estamos a consegui-lo nalguns setores, mas noutros ainda estamos um pouco aquém.
Não estou de acordo que não existam projetos interessantes. Há, e os nossos números demonstram isso mesmo. Em 2018, a nossa quota de produção do crédito a empresas situou-se perto dos 20% e nas linhas de financiamento para PME, o banco é líder tanto em valor como no número de operações, com quotas de 23% e 21% respetivamente. Continuaremos, como até aqui, a financiar todos os bons projetos, tendo em conta, obviamente, uma política prudente de riscos, que nos permite apresentar os melhores indicadores de risco de crédito.
As exportações estão a desacelerar e as empresas exportadoras são por norma as melhores clientes. Como é que se está a preparar e que medidas poderiam ser tomadas para tornar as empresas mais competitivas?
Temos vindo a fazer um trabalho gradual e bastante consistente no apoio que disponibilizamos às empresas. Mais uma vez, primeiro ao nível da tesouraria, para que possam ter estabilidade para crescer e se diferenciar da concorrência. Aqui gostaria de destacar o CrediSimples Negócios que acabámos de lançar, uma solução online de crédito, que vem simplificar alguma necessidade mais urgente que as empresas tenham.
Depois temos toda a nossa oferta não financeira - o Santander Advance Empresas - que já é bastante conhecida no mercado. A diversificação geográfica do Grupo Santander é outra das grandes vantagens que oferecemos, pois permite ao Banco ter áreas de negócio globais (como o International Desk), que podem ser aproveitadas por todos os Clientes, quer estejam em Portugal ou num dos vários países onde o Grupo opera.
Outro dos temas relevantes hoje é a transformação digital que afeta todos os setores. A banca pode ser um exemplo do impacto do digital e da capacidade de resposta? O Santander está atento ao desafio das fintechs?
Sem dúvida que pode ser um exemplo. No Santander estamos preparados para enfrentar os desafios que trazem estas novas empresas. A sua presença proporciona mais inovação, novas soluções, que podem ser complementares.
Fomos um dos membros fundadores da plataforma SIBS API Market, que pretende criar novas oportunidades para o desenvolvimento de serviços inovadores e de modelos de negócio de valor acrescentado, através de um modelo único de colaboração. Já estamos a disponibilizar este serviço de open banking, dando assim o primeiro passo no objetivo do Grupo Santander de ser a melhor plataforma de serviços financeiros, operando de forma responsável.
Estamos a ser também cada vez mais digitais na nossa forma de trabalhar e no serviço que oferecemos aos clientes, para lhes proporcionar a melhor experiência possível.