Bernardo Rodo, Presidente da direcção do IAB Portugal

O processo que levou à criação do IAB Portugal já se alonga desde 2012, altura em que foi assinado um memorando de entendimento entre os principais meios e agências de comunicação em Portugal com o objectivo de criar, apoiar e desenvolver um IAB Portugal. A ideia era tirar partido do know how da associação que agrega 86% do investimento publicitário mundial em meios digitais e da aliança a um ecossistema digital global.

A conquista da licença do IAB aconteceu só em Outubro de 2014 e Bernardo Rodo, da direcção do IAB Portugal, reconhece que "foi um processo longo" que implicou o cumprimento de diversos requisitos de elegibilidade, tais como estrutura operacional, protocolos de cooperação com entidades reguladores e financiamento do plano de actividades. "O IAB não atribui licenças que não tenham como garantia a estabilidade da associação, por isso exige que a mesma assegure capacidade de financiamento e de actuação no mercado, e critérios como estrutura operacional e protocolos de cooperação com entidades regulatórias", explica. Para já o IAB Portugal tem como associados fundadores os meios e as agências de meios, com a característica de estarem também representados os players exclusivamente digitais, distinguindo-se de outras associações do sector mas seguindo um modelo de cooperação em áreas onde exista alguma sobreposição.

Embora a formação oficial seja recente, o IAB Portugal já foi chamado a intervir em algumas discussões relacionadas com o mercado digital, seja em processos legislativos ou no âmbito da auto-regulação, como é o caso da transposição para Portugal da directiva OBA (Online Behavioral Advertising), mas a ideia é aprofundar mais este tipo de trabalho. A associação quer envolver-se mais na criação de ligações estáveis com entidades reguladoras para aumentar a intervenção na área de guidelines e standards, mas também desenvolver estatística sobre o sector e alimentar a área de formação através de parcerias com empresas e universidades.