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Os decoradores de automóveis

A fábrica da Aludec em Portugal é uma linha superautomatizada com três robots. que mudam de cor das pinturas em 40 segundos.

09 de Agosto de 2021 às 10:46
Vítor Carvalho diz que “a pintura à base de água é o futuro” Ricardo JR
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O Aludec é um grupo espanhol de Vigo com cerca de 30 anos e que tem cinco fábricas em Espanha, com 700 trabalhadores, dedicadas ao mercado automóvel com peças decorativas em plástico, alumínio, e aço, como os monogramas e os letterings dos automóveis para todas as marcas. "Neste momento, o nosso principal cliente é a Ford, mas fornecemos para todas as marcas", relata Vítor Carvalho, plant manager da Aludec. O grupo tem fábrica de injeção de plásticos, de cromagem, estampagem e uma de montagem de final dos componentes.

"A Aludec sentiu na pele as novas diretivas europeias, nomeadamente a restrição na utilização do crómio, e os automóveis começam a ter menos brilho porque o crómio deixou de aparecer e surge a pintura que não estava nos processos da Aludec", conta o responsável.

Nos últimos seis anos, o número de peças pintadas aumentou "exponencialmente e a Aludec foi subcontratando esta pintura, até que a dada altura decidiu montar uma unidade de pintura". "Estas fábricas são para consumo interno da Aludec que vende um produto final, que é as peças decorativas."

Parceiros em Portugal

No seu portefólio de soluções técnicas faltava uma unidade de pintura. Vítor Carvalho e Jorge Sousa há 25 anos trabalharam nesta área da decoração automóvel e criaram, com a Aludec, a Serilusa em 1998, que dez anos depois terá sido a segunda empresa a instalar-se no parque industrial de Lanheses. Hoje tem mais de 200 colaboradores.

"A Aludec decidiu investir em Portugal porque já tinha esta experiência com bons resultados e por isso decidiu montar, por questões logísticas que são importantes neste negócio, uma linha de pintura superautomatizada, que representou um investimento de 7,5 milhões de euros, dos 15 milhões investidos. Tem três robots e não vai ter muita mão-de-obra. Faz a pintura de peças plásticas que depois são enviadas para outras fábricas do grupo e é considerada por alguns clientes uma das mais modernas na Europa neste tipo de produto", garante Vítor Carvalho.

Segundo este gestor, "pode pintar à base de água". "Só estamos à espera que os fabricantes de tintas desenvolvam as tintas suficientes para poder pintar à base de água porque esse é o futuro". Acrescenta que nesta nova fábrica a mudança de cor na linha é feita em 40 segundos em vez do processo moroso que era habitual. Esta fábrica deverá entrar em funcionamento em setembro de 2021.