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O teletrabalho como resposta à pandemia

Com a passagem da maior parte dos trabalhadores para o teletrabalho, as equipas informáticas entraram em sobrecarga e houve limitações logísticas.

31 de Março de 2020 às 13:30
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"Ninguém estava preparado para uma avalancha de acessos para trabalho remoto, com 700 a mil pessoas a passarem a trabalhar em casa de um dia para o outro. Tivemos limitações físicas e logísticas com que não estávamos a contar", recorda Luís Vaz Henriques, para explicar a implantação da quarentena para o combate à pandemia de covid-19.

Explicou que quase todos os trabalhadores do Grupo Lusíadas tinham acesso remoto, mas nunca tinha sido necessário gerar a quantidade de linhas e o volume de informação como foi nesta situação, em que, por exemplo, cerca de 90% do backoffice está em teletrabalho. Recordou ainda que se debateu com falta de equipamentos no mercado "porque, ao atribuir portáteis aos nossos colaboradores do contact center, deparamo-nos no mercado com falta de unidades. O mercado não estava à espera desta procura de portáteis".

"Habitualmente entregamos, aos nossos clientes, 400 a 500 portáteis por mês, nos últimos três dias foram mil portáteis para os nossos clientes se prepararem rapidamente e inesperadamente", disse António Miguel Ferreira. Por sua vez, na cloud tiveram pedidos de clientes para alargar a largura de banda das suas comunicações para o dobro ou triplo para suportar o trabalho remoto dos seus trabalhadores.

Literacia informática

Foi possível também aumentar a capacidade de processamento e de armazenamento sistemas de aplicações de suporte informática. "Não tivemos implicações logísticas no sentido em que conseguimos fazer esse aumento na cloud sem termos de encomendar, transportar e instalar fisicamente, salientou António Miguel Ferreira.

Micaela Seemann Monteiro referiu que, na José de Mello de Saúde, "quem pôde ficar a trabalhar a partir de casa ficou, nos casos em que não era possível, foram divididos em equipas para haver rotatividade, e assim que evitar que, em caso de doença, se fique em inatividade".

Para Carlos Sousa, procuraram responder rapidamente a esta necessidade, e o facto de a sua estrutura estar em data center, facilitou a transição para o teletrabalho. O problema com a virtualização dos postos de trabalho é a falta de literacia digital que gera uma grande entropia porque o departamento de tecnologias tem de responder a todos e entra num processo de sobrecarga.

"Estamos num processo de aprendizagem da curva da procura e da dificuldade que é ter mais procura do que capacidade", diz António Maia. Acrescenta que "hoje estamos a fazer tudo à pressa e a usar tudo de uma desgovernada com Whatsapp, com todas ferramentas que aparecem". Mas na sua ótica "tem de aparecer uma estratégia muito ligada às soluções e aos serviços, que é onde nos devemos focar. Isto tem de ser completado com suporte e com a capacitação das pessoas e este é o ponto forte e não fazer uma digitalização à pressa".