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A cerimónia que marcou a abertura das candidaturas da 10.ª edição do Prémio Nacional de Agricultura regressou ao quase normal com um evento na AgroGlobal, a maior feira agrícola ibérica dedicada aos profissionais, que se realizou de 7 a 9 de setembro, em Valada do Ribatejo, em que estiveram presentes, apesar de algumas restrições sanitárias, entidades ligadas aos setores da agricultura, agroindústria, florestas e pecuária.
O evento foi transmitido em streaming pelos sites do Jornal de Negócios e do Correio da Manhã e contou com a presença institucional de Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura, João Pedro Oliveira e Costa, do BPI, e José Carlos Castro, diretor adjunto do Correio da Manhã.
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, anunciou que vai investir no âmbito do PRR 12 milhões de euros na construção de um portal capaz de estabelecer uma relação direta entre o cidadão e o agricultor e a administração central, e que dê aos agricultores ferramentas digitais de trabalho para que o agricultor possa acompanhar todo o seu processo de candidatura, de pagamentos, de pareceres que sejam necessários, e acesso aos dados para construir bons instrumentos para podermos ajustar a política pública em função de dados reais. "Vivemos na era dos dados e a agricultura não pode ficar indiferente, temos de pegar nos dados que são produzidos pelos agricultores e trabalhá-los para poder alocar os recursos onde estão a fazer falta", disse.
Os desafios que se colocam à agricultura estiveram em debate no lançamento da 10.ª edição deste prémio.
O debate com o tema "Os Desafios da Agricultura" foi moderado por João Ferreira, jornalista da CMTV que fez também a condução da cerimónia, e teve a participação de Divanildo Monteiro, professor auxiliar e diretor do Departamento de Zootecnia da UTAD, Luís Mira, secretário-geral da CAP (Confederação dos Agricultores Portugueses), e Pedro Torres, agricultor e organizador da AgroGlobal.
Nesta troca de argumentos estiveram destaque temas como a inovação e o desenvolvimento, tendo Pedro Torres salientado o papel das grandes empresas globais, pelos seus investimentos em I&D, para uma maior eficiência e da sua importância para produzir mais alimentos e para fazer face às exigências ambientais.
Luís Mira defendeu uma maior aproximação do sistema tecnológico e científico aos problemas e necessidades dos agricultores, a políticas públicas europeias e nacionais mais inteligentes, que defendam as boas condições em Portugal para as culturas mediterrânicas, que não se demonize a agricultura intensa e não ponha em causa a competitividade da Europa e de Portugal.
Divanildo Monteiro falou sobre a descapitalização e envelhecimento da universidade e o desafio de atração dos jovens, a necessidade de o Ministério da Agricultura ser revalorizado e o impacto das apostas europeias, como o Green Deal e o "farm to fork", no condicionamento da competitividade da agricultura europeia e portuguesa.
Painel de intervenientes no debate
João Ferreira, jornalista da CMTV
Divanildo Monteiro, professor auxiliar e diretor do Departamento de Zootecnia da UTAD
Luís Mira, secretário-geral da CAP
Pedro Torres, agricultor e organizador da AgroGlobal