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Para Alexandra Ferreira, Partner de Risk Advisory da Deloitte, os princípios ESG (Environmental, Social, Governance) são relevantes "para assegurar a longevidade e resiliência das empresas e organizações na medida em que permitem criar uma abordagem para a criação de valor a longo prazo, pensando não apenas no lucro (profit), mas também nas pessoas e no planeta".
Acrescenta que "a regulação surge porque as boas intenções e comunicações ao mercado já não são suficientes, obrigando as empresas a agir", refere Alexandra Ferreira.
A partner da Deloitte considera que pelos riscos que os fatores ESG podem causar na valorização das empresas e pelos impactos que as empresas podem causar nas pessoas e no planeta, "os riscos ESG serão certamente mais um aspeto a considerar na avaliação das empresas, não só no financiamento, mas também no apoio adicional que pode ser prestado para tornar as empresas mais resilientes a estes riscos".
Observa que a dificuldade é transpor estes princípios gerais para regras técnicas detalhadas, o que está a ser feito a nível europeu. "Estes fatores serão certamente aspetos a considerar pelas empresas e bancos. Para as empresas não é mais do que adaptar as suas atividades para a transição, que se encontra em curso, para uma economia mais verde e sustentável, e para a adoção de boas práticas na relação com a sociedade e o meio ambiente. E para os bancos, pois devem procurar corresponder à procura por estes produtos e conhecer bem os riscos e características dos mesmos".
O papel da cloud
Nuno Sousa, Head of Business Development Financial Services da Claranet Portugal, traz à colação um estudo recente sobre sustentabilidade Global Compact, das Nações Unidas, em que se constata "que as migrações para a cloud pública podem resultar em poupanças até 30-40% do custo total de propriedade, permitindo, ao mesmo tempo, reduzir as emissões anuais de CO2 em 59 milhões de toneladas". Junta ao ainda o facto de o mesmo estudo sugerir "que as instituições que entre 2013 e 2019 demonstraram um comportamento elevado ao nível ambiental, social e de governança (o chamado ESG), conseguiram margens operacionais 4,7 vezes superiores do que as organizações com desempenho ESG baixo".
As instituições financeiras estão hoje profundamente ligadas às infraestruturas e às ferramentas tecnológicas, situação que torna a tecnologia essencial para a criação de um sistema financeiro "mais verde". Nuno Sousa chama a atenção para "uma espécie de ambivalência associada ao papel de sustentabilidade da tecnologia, sobretudo em relação às emissões de CO2. geradas".
Uma das faces é o facto de "o crescimento exponencial da informação e as necessidades de computação para lidar com esse crescimento, das quais as tecnologias de blockchain ou a inteligência artificial são exemplo, pode significar, em determinadas circunstâncias, um aumento do consumo energético e, por consequência, um aumento dessas emissões", afirma Nuno Sousa.
Mas, por outro lado, muitas das soluções tecnológicas atualmente disponíveis "têm enorme potencial para promover direta e indiretamente a eficiência energética, quer através de soluções que reduzem os consumos dos sistemas, quer com processos de gestão que permitem otimizar os recursos disponíveis", refere Nuno Sousa. O responsável da Claranet, que tem na cloud um dos seus core-business, defende que entre as tecnologias que podem contribuir para melhorar a sustentabilidade ambiental do sistema financeiro, são as plataformas de cloud.
Acrescenta que "a regulação surge porque as boas intenções e comunicações ao mercado já não são suficientes, obrigando as empresas a agir", refere Alexandra Ferreira.
A partner da Deloitte considera que pelos riscos que os fatores ESG podem causar na valorização das empresas e pelos impactos que as empresas podem causar nas pessoas e no planeta, "os riscos ESG serão certamente mais um aspeto a considerar na avaliação das empresas, não só no financiamento, mas também no apoio adicional que pode ser prestado para tornar as empresas mais resilientes a estes riscos".
o crescimento exponencial da informação e as necessidades de computação para lidar com esse crescimento, das quais as tecnologias de blockchain ou a inteligência artificial são exemplo, pode significar, em determinadas circunstâncias, um aumento do consumo energético e, por consequência, um aumento dessas emissões. Nuno Sousa, Head of Business Development Financial Services da Claranet Portugal
Francisco Soares Machado, associado sénior da área de Bancário, Financeiro e Mercado de Capitais da Cuatrecasas, recorda que os princípios ESG, que já têm mais de duas décadas, são o corolário da regulação que tem sido emitida desde os importantes acordos internacionais em 2015 (como o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e o Plano de Ação da Comissão de 2018. Observa que a dificuldade é transpor estes princípios gerais para regras técnicas detalhadas, o que está a ser feito a nível europeu. "Estes fatores serão certamente aspetos a considerar pelas empresas e bancos. Para as empresas não é mais do que adaptar as suas atividades para a transição, que se encontra em curso, para uma economia mais verde e sustentável, e para a adoção de boas práticas na relação com a sociedade e o meio ambiente. E para os bancos, pois devem procurar corresponder à procura por estes produtos e conhecer bem os riscos e características dos mesmos".
O papel da cloud
Nuno Sousa, Head of Business Development Financial Services da Claranet Portugal, traz à colação um estudo recente sobre sustentabilidade Global Compact, das Nações Unidas, em que se constata "que as migrações para a cloud pública podem resultar em poupanças até 30-40% do custo total de propriedade, permitindo, ao mesmo tempo, reduzir as emissões anuais de CO2 em 59 milhões de toneladas". Junta ao ainda o facto de o mesmo estudo sugerir "que as instituições que entre 2013 e 2019 demonstraram um comportamento elevado ao nível ambiental, social e de governança (o chamado ESG), conseguiram margens operacionais 4,7 vezes superiores do que as organizações com desempenho ESG baixo".
As instituições financeiras estão hoje profundamente ligadas às infraestruturas e às ferramentas tecnológicas, situação que torna a tecnologia essencial para a criação de um sistema financeiro "mais verde". Nuno Sousa chama a atenção para "uma espécie de ambivalência associada ao papel de sustentabilidade da tecnologia, sobretudo em relação às emissões de CO2. geradas".
Uma das faces é o facto de "o crescimento exponencial da informação e as necessidades de computação para lidar com esse crescimento, das quais as tecnologias de blockchain ou a inteligência artificial são exemplo, pode significar, em determinadas circunstâncias, um aumento do consumo energético e, por consequência, um aumento dessas emissões", afirma Nuno Sousa.
Mas, por outro lado, muitas das soluções tecnológicas atualmente disponíveis "têm enorme potencial para promover direta e indiretamente a eficiência energética, quer através de soluções que reduzem os consumos dos sistemas, quer com processos de gestão que permitem otimizar os recursos disponíveis", refere Nuno Sousa. O responsável da Claranet, que tem na cloud um dos seus core-business, defende que entre as tecnologias que podem contribuir para melhorar a sustentabilidade ambiental do sistema financeiro, são as plataformas de cloud.