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"Se as finanças sustentáveis eram um slogan há uns anos as pressões regulamentares, a cobertura mediática nos últimos dois anos e, mais recentemente, o PRR, fizeram com que as Finanças Sustentáveis passassem a ser um ponto regular na agenda dos fóruns de governação dos bancos", disse Alexandra Ferreira, Partner de Risk Advisory da Deloitte.
Revela que vários bancos estão a criar ou a reformular os comités de sustentabilidade, equipas ou task forces para gerirem as iniciativas relacionadas a sustentabilidade e a maioria já concluiu ou tem em curso a sua inclusão nos planos estratégicos para os próximos três ou quatro anos.
"Existem já várias iniciativas em curso que constam dos planos estratégicos de sustentabilidade, havendo algumas já divulgadas, nomeadamente a adesão a compromissos internacionais, a criação de produtos verdes ou a emissão de obrigações verdes", assinala Alexandra Ferreira. Mas sublinha que a "buzzword da sustentabilidade potencia também a criação de mais situações de greenwashing, estando os agentes de regulação mais focados em proteger os investidores com elevado apetite para este tipo de investimento, através de mais regulação",
Regras do sustentável
"As regras sobre o que é que é "sustentável" estão cada vez mais a concretizar-se e definir-se, o que é muito importante para a credibilização deste mercado e para garantir que a boa publicidade decorrente desta atividade está efetivamente unida a critérios sociais e ambientais adequados", afirma Francisco Soares Machado, associado sénior da área de bancário, financeiro e mercado de capitais da Cuatrecasas.
"Existem vários bancos, inclusive no mercado português, que já estão a incluir a análise de fatores climáticos no seu processo de análise e decisão de crédito ou na atribuição de um rating climático / ESG", afirma Alexandra Ferreira. Mas os bancos portugueses, segundo um estudo do BCE, estão expostos a empresas com um elevado grau de exposição a riscos físicos e a grandes dificuldades de combater as alterações climáticas. Por isso, Alexandra Ferreira considera que "estes fatores poderão incrementar o nível de risco das empresas e consequentemente o preço do financiamento ou até o respetivo acesso ao mesmo".
No entanto, frisa Alexandra Ferreira que "o objetivo dos bancos não é limitar o acesso ao financiamento causado por fatores climáticos, mas sim apoiar as empresas na sua mitigação, através do maior escrutínio sobre a capacidade de resiliência das empresas face aos riscos físicos a que estão expostas, na solicitação de seguros com as coberturas adequadas e na assessoria às empresas para identificar as soluções de proteção mais apropriadas. Estas medidas têm como objetivo mitigar os potenciais impactos que os riscos físicos possam ter na capacidade creditícia das empresas e deste modo prevenir aumentos em capital".
Requisitos de capital
Como considera Nuno Sousa, Head of Business Development Financial Services da Claranet Portugal, "o modelo de negócio de financiamento pode evoluir no sentido de incentivar a conversão tecnológica destas empresas para a criação de soluções mais sustentáveis e energeticamente eficientes. Os bancos portugueses poderão, por exemplo, ponderar o estabelecimento de novas regras para atribuição de crédito, com maiores vantagens para empresas que promovam este tipo de soluções".
Por sua vez Francisco Soares Machado pensa que ainda é cedo para saber se os riscos físicos e climáticos em Portugal se podem refletir em mais necessidades de capital para os bancos portugueses, o que está dependente das ações do BCE em 2022 como a Thematic Review relacionada com os fatores climáticos e o Climate Stress Testing que "permitirão avaliar o grau de preparação dos Bancos para lidar com este tipo de riscos e a potencial necessidade de reforço do capital, que poderá ser ativada através dos atuais mecanismos de supervisão", explica Alexandra Ferreira.
Explica Francisco Soares Machado, que "um aumento do risco de crédito, motivado pela reavaliação dos riscos físicos, poderá determinar o aumento dos requisitos de capital dos bancos, também é certo que esta matéria tem ainda sido tratada ao nível dos exercícios de supervisão, não existindo alterações nas regras de ponderação de risco (Pilar 1) para estes riscos. Nesta fase, parece-nos que os supervisores estão mais focados em garantir que os riscos são adequadamente medidos do que em impor requisitos de capital adicionais".
Revela que vários bancos estão a criar ou a reformular os comités de sustentabilidade, equipas ou task forces para gerirem as iniciativas relacionadas a sustentabilidade e a maioria já concluiu ou tem em curso a sua inclusão nos planos estratégicos para os próximos três ou quatro anos.
"Existem já várias iniciativas em curso que constam dos planos estratégicos de sustentabilidade, havendo algumas já divulgadas, nomeadamente a adesão a compromissos internacionais, a criação de produtos verdes ou a emissão de obrigações verdes", assinala Alexandra Ferreira. Mas sublinha que a "buzzword da sustentabilidade potencia também a criação de mais situações de greenwashing, estando os agentes de regulação mais focados em proteger os investidores com elevado apetite para este tipo de investimento, através de mais regulação",
Regras do sustentável
"As regras sobre o que é que é "sustentável" estão cada vez mais a concretizar-se e definir-se, o que é muito importante para a credibilização deste mercado e para garantir que a boa publicidade decorrente desta atividade está efetivamente unida a critérios sociais e ambientais adequados", afirma Francisco Soares Machado, associado sénior da área de bancário, financeiro e mercado de capitais da Cuatrecasas.
Existem vários bancos, inclusive no mercado português, que já estão a incluir a análise de fatores climáticos no seu processo de análise e decisão de crédito. Alexandra Ferreira, Partner da Deloitte
Considera que são critérios bastante latos na regulação cujos detalhes técnicos se encontram ainda a ser afinados pela Comissão Europeia, com alguns atrasos. Para Francisco Soares Machado, "é importante que as empresas e o setor financeiro portugueses se familiarizem cada vez mais com eles. Uma das iniciativas da Comissão será aliás a criação das "obrigações verdes europeias", que serão obrigações a emitir por empresas que cumpram os tais requisitos definidos em regulamento"."Existem vários bancos, inclusive no mercado português, que já estão a incluir a análise de fatores climáticos no seu processo de análise e decisão de crédito ou na atribuição de um rating climático / ESG", afirma Alexandra Ferreira. Mas os bancos portugueses, segundo um estudo do BCE, estão expostos a empresas com um elevado grau de exposição a riscos físicos e a grandes dificuldades de combater as alterações climáticas. Por isso, Alexandra Ferreira considera que "estes fatores poderão incrementar o nível de risco das empresas e consequentemente o preço do financiamento ou até o respetivo acesso ao mesmo".
No entanto, frisa Alexandra Ferreira que "o objetivo dos bancos não é limitar o acesso ao financiamento causado por fatores climáticos, mas sim apoiar as empresas na sua mitigação, através do maior escrutínio sobre a capacidade de resiliência das empresas face aos riscos físicos a que estão expostas, na solicitação de seguros com as coberturas adequadas e na assessoria às empresas para identificar as soluções de proteção mais apropriadas. Estas medidas têm como objetivo mitigar os potenciais impactos que os riscos físicos possam ter na capacidade creditícia das empresas e deste modo prevenir aumentos em capital".
Requisitos de capital
Como considera Nuno Sousa, Head of Business Development Financial Services da Claranet Portugal, "o modelo de negócio de financiamento pode evoluir no sentido de incentivar a conversão tecnológica destas empresas para a criação de soluções mais sustentáveis e energeticamente eficientes. Os bancos portugueses poderão, por exemplo, ponderar o estabelecimento de novas regras para atribuição de crédito, com maiores vantagens para empresas que promovam este tipo de soluções".
Por sua vez Francisco Soares Machado pensa que ainda é cedo para saber se os riscos físicos e climáticos em Portugal se podem refletir em mais necessidades de capital para os bancos portugueses, o que está dependente das ações do BCE em 2022 como a Thematic Review relacionada com os fatores climáticos e o Climate Stress Testing que "permitirão avaliar o grau de preparação dos Bancos para lidar com este tipo de riscos e a potencial necessidade de reforço do capital, que poderá ser ativada através dos atuais mecanismos de supervisão", explica Alexandra Ferreira.
Explica Francisco Soares Machado, que "um aumento do risco de crédito, motivado pela reavaliação dos riscos físicos, poderá determinar o aumento dos requisitos de capital dos bancos, também é certo que esta matéria tem ainda sido tratada ao nível dos exercícios de supervisão, não existindo alterações nas regras de ponderação de risco (Pilar 1) para estes riscos. Nesta fase, parece-nos que os supervisores estão mais focados em garantir que os riscos são adequadamente medidos do que em impor requisitos de capital adicionais".