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Nuno Mangas: "Não há problemas de empregabilidade"

Estão em cursos conexos com os moldes e plásticos cerca de 700 a 800 alunos dos 12 mil alunos do Instituto Politécnico de Leiria, que é constituído por cinco escolas em cinco cidades na região oeste.

19 de Abril de 2018 às 11:40
Nuno Mangas, Presidente do Instituto Politécnico de Leiria Pedro Brutt Pacheco
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"O Instituto Politécnico de Leiria é uma realidade recente, surgiu em 1990, mas tem sido determinante para alavancar todo este sector" disse Nuno Mangas, presidente. Salienta que desde o início que a área dos moldes e plásticos foi das mais relevantes, tendo começado por estar "no curso de engenharia mecânica, que tem um ramo de moldes de plásticos, mas depois espraiou-se por outras áreas científicas".

O sector é também relevante nos mestrados, tanto de engenharia industrial como de concepção e desenvolvimento de produto. Além disso, também é importante ao nível dos cursos superiores especializados de dois anos, que tem uma forte ligação às empresas através dos estágios, porque desses dois anos, seis meses são feitos em empresas.

Como refere o líder do IPL, "hoje quando se fala em digitalização, produção aditiva, indústria 4.0, não podemos falar nas áreas de formação mais core. Um curso como engenharia electrotécnica e de computadores, engenharia informática, design industrial são áreas conexas muito relevantes para a competitividade e para a inovação destas empresas de moldes e plásticos".

Alunos do Equador e Índia

Metade dos estudantes é da região de Leiria, sendo que 10% dos estudantes são estrangeiros. "A educação superior tornou-se transnacional", refere, tendo estudantes do Equador, através de um protocolo com o governo, e da Índia, estudantes para os mestrados em inglês.

As mulheres são cerca de 52% mas depois varia conforme os cursos como a engenharia mecânica em que os homens predominam. "O que procuramos é que os nossos estudantes tenham uma proximidade com as empresas logo a partir do primeiro ano. Fazemos o dia aberto nas empresas para os caloiros e colocamo-los em contacto com as empresas e os empresários. Fazemos estágios de Verão", acentua Nuno Mangas.

O Instituto Politécnico de Leiria é uma realidade recente, surgiu em 1990, mas tem sido determinante para alavancar todo este sector. Nuno Mangas
Presidente do Instituto Politécnico de Leiria

"O nosso problema não é a empregabilidade mas a capacidade de atracção de mais jovens para estas áreas, que são menos apelativas, porque têm matemática e física", referiu Nuno Mangas. Tanto mais que a indústria dos moldes e plásticos é atractiva "porque hoje entramos nas empresas e são indústrias limpas, onde se tem tecnologia de ponta, projectos internacionalizados para sectores de ponta mundiais". Como diz um industrial, Fernando Vicente, presidente da Somema, "é uma indústria clean, mas há 30 anos eram empresas sujas, as pessoas andavam com batas escuras, hoje têm batas brancas".

Há o problema de base, que se sente numa região, que está regista crescimento económico, e que é a queda acentuada da taxa de natalidade. Tem de ser invertida através de políticas de natalidade mas também de atracção de talentos do estrangeiro, considera Nuno Mangas.

Com uma articulação muito próxima com as associações empresariais, as empresas, o IPL tem a capacidade de ser parceiro e trabalhar em conjunto. "O IPL tem projectos de investigação e desenvolvimento com quase meia centena de empresas da região e com outras instituições".