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Marco Costa, diretor-geral da Talkdesk EMEA considera que para ter sucesso no mercado é preciso ter o produto certo, acertar no timing, e estas grandes mudanças propiciam os momentos certos para surgirem novos produtos. "O que tem acontecido é que empresas muito ágeis, as vezes pequenas, conseguem disromper o mercado e tomar conta destes novos espaços", reforça.
Conta a experiência da Talkdesk que tentou continuar a inovar e a tirar partido desta oportunidade. Começaram a falar com os clientes que estavam numa situação inédita de atomização, com as pessoas em teletrabalho, o que colocava questões como a privacidade, a segurança, a eficiência. "Em oito semanas de pandemia, lançamos seis produtos diferentes, em que uns são tecnologias, outros, packages, mas que são respostas à necessidades dos nossos clientes, numa situação em que uns tiveram picos de chamadas, outros grandes quebras, como na área de viagens, hospitality", explicou Marco Costa.
Deu ainda o exemplo de um negócio de contact center com 10 mil agentes. "Há quatro meses, era impensável fecharmos um negócio destes sem estar fisicamente com as pessoas durante dias ou semanas. Neste contexto foi tudo feito de forma remota, desde a negociação, os contratos, a implementação", contou Marco Costa.
Para Rui Barros, managing director da Accenture Portugal, "quando queremos inovar, e por vezes as nossas organizações são um pouco lentas a inovar, prova-se que é possível inovar, fazer mais rápido". Esta crise sanitária pode ter como aprendizagem passar a pensar e a trabalhar de forma diferente. Varreu "alguns dos mitos e constrangimentos das nossas organizações como assinar contratos remotamente". Segundo Rui Barros, "trata-se de uma oportunidade porque a inovação e a tecnologia podem transformar a forma como nós trabalhamos e vivemos. Este é um exemplo de que uma crise pode ser uma oportunidade para novos negócios e para transformar as operações nos nossos clientes".
"Na banca a inovação e a oportunidade vão para além da tecnologia, esta é um mero enabler", disse Anabela Figueiredo, chief strategy officer do Novo Banco. Na sua opinião, existem "outros ingredientes que vão ser muito mais cruciais para a banca da próxima era, como o propósito da organização, a cultura organizacional, os modelos de liderança e um mindset que não fique preso ao como é que as coisas eram feitas mas tenha inconformidade numa procura de se reinventar". Conclui que "quem conseguir ser inconformado para se reinventar independentemente dos bloqueios que nos apareçam vai conseguir acompanhar a velocidade extraordinária a que as preferências e os hábitos dos consumidores estão a mudar".
"Não tenho a lógica de sermos nós a fazer algo que seja muito interessante e que possa depois ser utilizado, mas estamos cada vez mais a criar contextos abertos, defendeu João Figueiredo, Chief Technology Officer da Vodafone Portugal. Referiu como exemplo de inovação aberta e colaborativa o 5G Hub, que é um sistema aberto com três tipos de parceiros, os industriais, como a Vodafone, a Ericsson, académicos, com as universidades como o Instituto Superior Técnico e a Faculdade de Engenharia do Porto, e também startups que queiram utilizar o 5G e "percorrer este caminho connosco e que em conjunto consigamos perceber onde é que a tecnologia encaixa nos problemas que queremos ultrapassar".