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A quarta revolução industrial já chegou, mas Portugal ainda não apanhou o comboio. Também ainda não descolou completamente do modelo de baixos salários, alerta Luís Mira Amaral.
A indústria 4.0 chegou em força e já coloca grandes desafios às empresas portuguesas. Para muitas delas, por causa das "fragilidades estruturais" que existem em Portugal, esta nova etapa do processo industrial ainda é apenas uma miragem. Foi este o diagnóstico que o ex-ministro Luís Mira Amaral apresentou no pequeno-almoço do passado dia 12 de Outubro. Apesar disso, a indústria 4.0 trará inúmeras oportunidades para os empresários e os seus negócios, antecipou.
Lembrando os que no passado defendiam que Portugal se transformasse num "Silicon Valley", descurando a indústria tradicional, o actual vice-presidente do Conselho Geral da CIP defendeu que, "sem prejuízo de termos de avançar para novos sectores, não podemos esquecer os sectores tradicionais onde estamos a ter um grande sucesso". "Não se pode voltar ao passado, estamos a falar de indústrias altamente qualificadas".
E neste momento, "Portugal está entalado entre as economias que já agarraram o modelo de economia de conhecimento e as que competem por salários baixos. Como estamos no meio apanhamos pancada dos dois lados". Reindustrializar "não significa voltar a modelos do passado, assentes em baixos salários, mas sim aderir ao modelo da economia do conhecimento".
Para que isso acontecesse, seria importante que houvesse mais profissionais qualificados nas empresas. Mas "só 2,2% dos doutorados estão nas empresas", o que é um "falhanço dos governos socialistas", porque os jovens "são formados mas não são colocados em lado nenhum. Isto tem de ser corrigido em Portugal", sublinhou, deixando "uma palavra de realismo": o Governo "tem de pensar em muitas coisas em que ainda estamos apenas na indústria 2.0, temos fragilidades estruturais em Portugal e em muitas coisas nem atingimos sequer a indústria 2.0"
Agro-alimentar é exemplo
Apesar dessas carências, e sublinhando que "a vida é evolutiva e não revolucionária" para enquadrar esta nova etapa do sector industrial, Mira Amaral defendeu que há sectores lusos que já vão bem adiantados nesta transformação do sector e são já referências mundiais. "A convergência entre o mundo físico, as tecnologias digitais, os sistemas biológicos e as ciências da vida dá origem à quarta revolução industrial". E a "indústria agro-alimentar é exemplo desta convergência. É daqueles sectores mais evoluídos a nível mundial", e é "muito mais que digitalização porque é também integração das outras tecnologias".
A indústria 4.0 distingue-se da 3.0 precisamente nessa interligação tecnológica e no aproveitamento de informação que, actualmente, não é monitorizada para deter maior controlo sobre o processo produtivo. "A digitalização já começou na indústria 3.0, só que era isolada. Na 4.0, a digitalização é total, de produtos, serviços e activos físicos", e existe "conectividade entre sistemas, equipamentos, produtos e pessoas", com "sensores avançados e inteligentes, internet das coisas" ou "operação remota".
Os alemães, afirmou Mira Amaral, estão interessados em vender os modelos de indústria 4.0 para todo o mundo, e acreditam que ele será especialmente útil na "gestão digital da performance, na manutenção preditiva e preventiva, na gestão da energia e optimização dos processos e na automação dos processos e gestão digital da qualidade".
A indústria 4.0 chegou em força e já coloca grandes desafios às empresas portuguesas. Para muitas delas, por causa das "fragilidades estruturais" que existem em Portugal, esta nova etapa do processo industrial ainda é apenas uma miragem. Foi este o diagnóstico que o ex-ministro Luís Mira Amaral apresentou no pequeno-almoço do passado dia 12 de Outubro. Apesar disso, a indústria 4.0 trará inúmeras oportunidades para os empresários e os seus negócios, antecipou.
Lembrando os que no passado defendiam que Portugal se transformasse num "Silicon Valley", descurando a indústria tradicional, o actual vice-presidente do Conselho Geral da CIP defendeu que, "sem prejuízo de termos de avançar para novos sectores, não podemos esquecer os sectores tradicionais onde estamos a ter um grande sucesso". "Não se pode voltar ao passado, estamos a falar de indústrias altamente qualificadas".
2,2%
doutorados
É esta a percentagem de detentores de doutoramento que estão nas empresas, divulgou Mira Amaral.
E neste momento, "Portugal está entalado entre as economias que já agarraram o modelo de economia de conhecimento e as que competem por salários baixos. Como estamos no meio apanhamos pancada dos dois lados". Reindustrializar "não significa voltar a modelos do passado, assentes em baixos salários, mas sim aderir ao modelo da economia do conhecimento".
Para que isso acontecesse, seria importante que houvesse mais profissionais qualificados nas empresas. Mas "só 2,2% dos doutorados estão nas empresas", o que é um "falhanço dos governos socialistas", porque os jovens "são formados mas não são colocados em lado nenhum. Isto tem de ser corrigido em Portugal", sublinhou, deixando "uma palavra de realismo": o Governo "tem de pensar em muitas coisas em que ainda estamos apenas na indústria 2.0, temos fragilidades estruturais em Portugal e em muitas coisas nem atingimos sequer a indústria 2.0"
Agro-alimentar é exemplo
Apesar dessas carências, e sublinhando que "a vida é evolutiva e não revolucionária" para enquadrar esta nova etapa do sector industrial, Mira Amaral defendeu que há sectores lusos que já vão bem adiantados nesta transformação do sector e são já referências mundiais. "A convergência entre o mundo físico, as tecnologias digitais, os sistemas biológicos e as ciências da vida dá origem à quarta revolução industrial". E a "indústria agro-alimentar é exemplo desta convergência. É daqueles sectores mais evoluídos a nível mundial", e é "muito mais que digitalização porque é também integração das outras tecnologias".
O gás natural é essencial porque as renováveis são intermitentes. Há aí uns pândegos que dizem que não é preciso… mas o gás natural é fundamental para fazer esta transição para energias renováveis e intermitentes. Luís Mira Amaral
Vice-presidente do Conselho Geral da CIP
Vice-presidente do Conselho Geral da CIP
A indústria 4.0 distingue-se da 3.0 precisamente nessa interligação tecnológica e no aproveitamento de informação que, actualmente, não é monitorizada para deter maior controlo sobre o processo produtivo. "A digitalização já começou na indústria 3.0, só que era isolada. Na 4.0, a digitalização é total, de produtos, serviços e activos físicos", e existe "conectividade entre sistemas, equipamentos, produtos e pessoas", com "sensores avançados e inteligentes, internet das coisas" ou "operação remota".
Os alemães, afirmou Mira Amaral, estão interessados em vender os modelos de indústria 4.0 para todo o mundo, e acreditam que ele será especialmente útil na "gestão digital da performance, na manutenção preditiva e preventiva, na gestão da energia e optimização dos processos e na automação dos processos e gestão digital da qualidade".