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O almirante Henrique Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, argumentou que os oceanos podem ser a maior fonte de riqueza para Portugal. "A Marinha para nós é muito mais do que um ramo das Forças Armadas, não temos um foco só militar, mas um foco muito mais alargado, não só na ciência como na própria segurança do mar e na capacidade de estruturarmos um espaço, que normalmente é inóspito e perigoso, num espaço seguro quer para desenvolvimento quer de atividades económicas", afirmou Gouveia e Melo, na sua comunicação durante a cerimónia de entrega do Prémio Mar Sustentável, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Fórum Oceano, com o patrocínio da Câmara Municipal de Oeiras e com o apoio institucional do Gabinete do Secretário do Estado do Mar.
A Marinha é o garante da propriedade do espaço marítimo que a jurisdição internacional atribui a Portugal. Mas, como alertou Gouveia e Melo, "temos de ter posse efetiva do nosso mar, temos de o estruturar para que a economia e as atividades científicas possam decorrer nesse espaço de forma segura e sem problemas".
Esta redefinição dos seus papéis faz da Marinha, atualmente, um ator dinâmico no apoio à economia azul, tanto "para que a economia e as atividades científicas possam decorrer nesse espaço de forma segura e sem problemas", como participando na melhoria do conhecimento do mar. Sempre numa " perspetiva de desenvolvimento, potenciação e sustentação de investigação científica e tecnológica no âmbito das ciências do mar, com várias aplicações nas áreas da segurança e defesa, proteção civil, economia, ambiente, recursos naturais, uma visão de duplo uso".
O Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional sublinhou que a Marinha quer ser o "catalisador da economia do mar", que vai da construção de navios com novas tecnologias à inteligência artificial, robotização, cibernética e a um conjunto de outras atividades que serão importantes no mar do futuro. "Desenvolvemos por isso a experimentação de novas capacidades e de tecnologias emergentes e disruptivas."
Zona livre de tecnologia marítima
Para atingir estes objetivos foram criados o IH Sensortech no Instituto Hidrográfico e o Centro de Experimentação Operacional da Marinha (CEOM), que se constitui como Zona Livre Tecnológica (ZLT). É a primeira zona livre tecnológica marítima, e com uma célula de experimentação operacional de veículos não tripulados. Com estas iniciativas, a "Marinha transporta Portugal ou tenta transportar de Portugal para um outro patamar na cadeia de valor das tecnologias de exploração e conhecimento do mar", afirmou Henrique Gouveia e Melo.
Este foco da Marinha na inovação leva à busca de soluções inovadoras que permitam criar um novo tipo de plataformas, como a criação de uma ilha artificial "que será o primeiro modelo de uma colonização futura dos espaços marítimos". Na sua opinião, no futuro, "o ser humano vai viver e habitar o mar em plataformas que hoje ainda não existem mas que a tecnologia já permite construir, e é uma questão de tempo, pois elas aparecerão".
É um processo de transformação que se dirige para a sedentarização do mar, o que vai alterar a geoeconomia e a geostratégia com o "aparecimento de grandes centros urbanos, no futuro, no mar, nas principais linhas de comunicação e de cruzamento da rotas marítimas", como aconteceu em terra.
Neste mundo oceanocêntrico, Portugal deixa de ser "um canto periférico de uma Europa virada a leste" e passa a ser um ponto importante. Mas "se não formos inteligentes e aproveitarmos, Portugal pode ser vítima da cobiça porque os espaços que nos estão dados pelo direito internacional são de elevado valor não só territorial, face ao espaço que estamos a falar, mas de elevado valor geostratégico, e se não o ocuparmos, se não tivermos a capacidade mínima para o ocupar de forma inteligente e o negociar, seremos vítimas do valor do próprio espaço", alertou Henrique Gouveia e Melo.
"O mar e os oceanos que a lei internacional nos permite dizer que são nossos, porque temos alguma soberania ou alguma jurisdição sobre eles, são a última oportunidade estratégica deste país. Se não a usarmos bem e se a desprezarmos, como temos desprezado, não teremos sorte como país, e seremos uma província de uma região qualquer dominada por uma força mais forte", referiu o chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional.
"Este país tem de ter sentido de urgência porque as coisas que não se realizam criam atrasos para outros países, que têm mais capacidade de realizar. Não basta ter dinheiro, não basta ter ideias, é preciso ter força de vontade, é preciso querer, ser ambicioso", afirmou Henrique Gouveia e Melo.
A Marinha é o garante da propriedade do espaço marítimo que a jurisdição internacional atribui a Portugal. Mas, como alertou Gouveia e Melo, "temos de ter posse efetiva do nosso mar, temos de o estruturar para que a economia e as atividades científicas possam decorrer nesse espaço de forma segura e sem problemas".
Esta redefinição dos seus papéis faz da Marinha, atualmente, um ator dinâmico no apoio à economia azul, tanto "para que a economia e as atividades científicas possam decorrer nesse espaço de forma segura e sem problemas", como participando na melhoria do conhecimento do mar. Sempre numa " perspetiva de desenvolvimento, potenciação e sustentação de investigação científica e tecnológica no âmbito das ciências do mar, com várias aplicações nas áreas da segurança e defesa, proteção civil, economia, ambiente, recursos naturais, uma visão de duplo uso".
O Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional sublinhou que a Marinha quer ser o "catalisador da economia do mar", que vai da construção de navios com novas tecnologias à inteligência artificial, robotização, cibernética e a um conjunto de outras atividades que serão importantes no mar do futuro. "Desenvolvemos por isso a experimentação de novas capacidades e de tecnologias emergentes e disruptivas."
Zona livre de tecnologia marítima
Para atingir estes objetivos foram criados o IH Sensortech no Instituto Hidrográfico e o Centro de Experimentação Operacional da Marinha (CEOM), que se constitui como Zona Livre Tecnológica (ZLT). É a primeira zona livre tecnológica marítima, e com uma célula de experimentação operacional de veículos não tripulados. Com estas iniciativas, a "Marinha transporta Portugal ou tenta transportar de Portugal para um outro patamar na cadeia de valor das tecnologias de exploração e conhecimento do mar", afirmou Henrique Gouveia e Melo.
"O ser humano vai viver e habitar o mar em plataformas que hoje ainda não existem mas que a tecnologia já permite construir, e é uma questão de tempo, pois elas aparecerão. Henrique Gouveia e Melo
Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional
Considerou, ainda, que "a economia do mar pode ser vista de uma forma extrativa, pode ser vista de uma forma de um espaço de trânsito, mas também como um espaço tecnológico e de desenvolvimento de tecnologias que depois serão comercializadas e terão outras aplicações em outras áreas da economia".Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional
Este foco da Marinha na inovação leva à busca de soluções inovadoras que permitam criar um novo tipo de plataformas, como a criação de uma ilha artificial "que será o primeiro modelo de uma colonização futura dos espaços marítimos". Na sua opinião, no futuro, "o ser humano vai viver e habitar o mar em plataformas que hoje ainda não existem mas que a tecnologia já permite construir, e é uma questão de tempo, pois elas aparecerão".
É um processo de transformação que se dirige para a sedentarização do mar, o que vai alterar a geoeconomia e a geostratégia com o "aparecimento de grandes centros urbanos, no futuro, no mar, nas principais linhas de comunicação e de cruzamento da rotas marítimas", como aconteceu em terra.
Neste mundo oceanocêntrico, Portugal deixa de ser "um canto periférico de uma Europa virada a leste" e passa a ser um ponto importante. Mas "se não formos inteligentes e aproveitarmos, Portugal pode ser vítima da cobiça porque os espaços que nos estão dados pelo direito internacional são de elevado valor não só territorial, face ao espaço que estamos a falar, mas de elevado valor geostratégico, e se não o ocuparmos, se não tivermos a capacidade mínima para o ocupar de forma inteligente e o negociar, seremos vítimas do valor do próprio espaço", alertou Henrique Gouveia e Melo.
"O mar e os oceanos que a lei internacional nos permite dizer que são nossos, porque temos alguma soberania ou alguma jurisdição sobre eles, são a última oportunidade estratégica deste país. Se não a usarmos bem e se a desprezarmos, como temos desprezado, não teremos sorte como país, e seremos uma província de uma região qualquer dominada por uma força mais forte", referiu o chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional.
"Este país tem de ter sentido de urgência porque as coisas que não se realizam criam atrasos para outros países, que têm mais capacidade de realizar. Não basta ter dinheiro, não basta ter ideias, é preciso ter força de vontade, é preciso querer, ser ambicioso", afirmou Henrique Gouveia e Melo.