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Estratégia Cávado 2030: Solidariedade intermunicipal

Uma das singularidades do território é o ecossistema de inovação que pode alavancar o seu potencial de exportação de conhecimento e tecnologia, com uma base urbana jovem e com o rejuvenescimento da sua iniciativa empresarial, que aposta nas qualificações, empregabilidade e inclusão, e com atores preparados para assumirem uma governação multinível das estratégicas aprovadas.

08 de Junho de 2021 às 12:30
Paulo Duarte
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“A visão do Cávado 2030, que suporta os trabalhos de preparação do que possa vir a ser uma Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial, para o próximo período de programação 21-27, parte da perspetiva das necessidades existentes no território e que possam vir a ser enquadradas nas oportunidades que possam surgir no futuro. E isso, cremos, é por si mesmo um fator distintivo com o passado”, assinala Ricardo Rio (na foto), presidente do Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal do Cávado


Neste sentido, a estratégia foi no decurso de ser um participante ativo na construção das diversas estratégias regional e nacional do próximo período de programação, a promoção de diversas iniciativas de capacitação da sua estrutura técnica e dos seus órgãos, “articulando intenções de projetos intermunicipais e municipais, aderindo às propostas apresentadas pela sociedade civil e impulsionando um profícuo debate público sobre estas matérias”, sublinha Ricardo Rio.

Uma das singularidades do território é o ecossistema de inovação que pode alavancar o seu potencial de exportação de conhecimento e tecnologia, com uma base urbana jovem e com o rejuvenescimento da sua iniciativa empresarial, que aposta nas qualificações, empregabilidade e inclusão, e com atores preparados para assumirem uma governação multinível das estratégicas aprovadas.

5G na baixa densidade

Para a elaboração deste documento estratégico foram auscultados diversos atores no território da CIM do Cávado, públicos, privados ou cooperativos, setor social, de cariz infra ou supramunicipal. Nesse âmbito, houve por bem avançar na governação multinível, em contraponto com uma gestão centralizada, organizando-a em função do novo quadro de atribuições do processo de descentralização em curso, apesar das suas limitações e incoerências, que Ricardo Rio aponta, em melhor e mais profunda coordenação com outras entidades que possam vir a ser chamadas a assumir funções de organismos intermédios. Tudo isto porque, segundo Ricardo Rio, “a falta de auscultação, a centralização da gestão dos fundos e o envolvimento de múltiplos atores podem pôr em causa uma efetiva territorialização das políticas públicas que se pretendem concretizar no próximo período de programação”.

Um dos objetivos da Estratégia Cávado 2030 é criar a coesão territorial num território que partilha com outras entidades intermunicipais do litoral português, Norte e Centro, a característica de envolver diversos níveis diferenciados de desenvolvimento económico e social e de provisão de bens e serviços públicos. “Os esforços de planeamento que a Comunidade Intermunicipal do Cávado pretende fazer são, sempre, instrumentos de solidariedade intermunicipal, que colocam um grande desafio às instituições localizadas nos centros mais dinâmicos do Cávado”, refere Ricardo Rio.

O que passa por boas condições de conectividade física e digital (e é fundamental que os territórios de baixa densidade não fiquem de fora do 5G), organizar a sua capacidade de atrair e acolher população do exterior, continuar a especializar a sua oferta turística, criar condições para fixar população jovem. Mas, como salienta Ricardo Rio, “sobretudo não atomizar projetos, mas antes ser capaz de formatar projetos estruturantes, designadamente em torno da resiliência territorial, em que economia e ordenamento do território não sejam vistos como inimigos recíprocos, mas complementos essenciais um do outro”.