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Depois da reflexão segue-se a prática

Se numa primeira fase do beyond-Portugal Digital Acceleration, que se realizou em Julho, foi importante a reflexão, na segunda fase de encontros, que vai decorrer em Setembro, a sua vocação está direccionada para o futuro, identificando passos e recomendações.

04 de Agosto de 2016 às 10:14
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O beyond-Portugal Digital Acceleration, uma organização da EY com a colaboração do Negócios, começou a criar uma dinâmica de reflexão conjunta entre decisores de topo e personalidades de referência, combinando representantes de grandes empresas e de start-ups relevantes, sobre as tendências e os impactos da disrupção digital abarcando "megatrends" digitais (porque é importante perceber bem o fenómeno) mas também capacidades de resposta para o futuro digital. O que será feito em Setembro com novas reuniões dos grupos das várias áreas Talent, Communities & Sharing, Legal & Security, Customer, Competitiveness e Lifestyle.

Uma das mudanças mais relevantes da transformação digital é a velocidade de mudança que existe hoje em quase todos os mercados, que faz com que nenhuma empresa, por mais dominante que seja, sinta que não pode ser ultrapassada e até destruída por um novo agente económico que acabou de surgir.

O impacto e os efeitos da digitalização não são um fenómeno novo. Mas a economia digital está a entrar numa nova era, um novo limiar que apresenta desafios sem precedentes para todos os gestores e responsáveis de topo e afecta tanto a esfera pública, com a alteração da forma de relacionamento da administração pública, da relação das cidades e das comunidades com os seus habitantes, como com o sector privado, ou até mesmo órgãos de regulação.

"A digitalização pode alargar o espectro de actuação das organizações, melhorar decisões de gestão e acelerar o desenvolvimento de novos produtos e serviços. Ao mesmo tempo, a excessivamente rápida adopção de tecnologias pode criar disrupções nos modelos de negócio ou de prestação de serviços tradicionais" refere Miguel Fernandes, executive director da EY.

Francisco Veloso, director da Católica - Lisbon School of Business and Economics, dá como exemplo da mudança no paradigma dos negócios que "uma empresa como a Facebook, que chegou recentemente a uma posição de quase monopólio nas redes sociais, sentiu-se ameaçada pelo Instagram e Whatsup, que por isso adquiriu, e tem fortes preocupações com o Snapchat ou o WeChat. Faz parte deste novo paradigma económico, esta alternância rápida entre líderes, de forma que o actual disruptor, será disruptido pelo próximo inovador". A nova economia digital vai além da tecnologia, na medida em que provoca uma nova onda de transformação.

O principal objectivo do beyond-Portugal Digital Acceleration é criar uma base de reflexão sobre estes desafios, quer numa óptica de compreender de forma correcta as principais tendências da era digital, quer sobretudo numa óptica de resposta e capacitação futura de Portugal, pessoas, empresas e organismos para actuarem neste novo ecossistema digital.

No fundo, o beyond-Portugal Digital Acceleration pretende ser mais do que um mero evento mas gerar um movimento na área do digital. Até agora tem conseguido atrair personalidades e decisores de topo da sociedade e economia portuguesa para obter a visão e o pensamento estratégico referente em temas chave - talento, segurança, comunidades, competitividade, estilo de vida e cliente - que estão vertidos nas reflexões já efectuadas. É desta mobilização crescente nos vários sectores e domínios, quê se pretender partir e marcar para uma capacitação e uma transformação da realidade digital em Portugal.

O papel dos champions Os champions são como os embaixadores deste movimento, Portugal Digital Acceleration. Foi entendido que para este movimento ser efectivo e ter resultados de mobilização e de envolvimento de decisores de topo, seria fundamental ter personalidades de prestígio que, pelo papel que desempenham na sociedade portuguesa, ajudarão a dinamizar e a criar o contexto adequado para uma partilha de opiniões orientada. Se numa primeira fase, que se realizou em Julho, foram importantes na reflexão, na segunda fase de encontros, que vai decorrer em Setembro, o seu papel vai ser mais direccionado para o futuro, identificando os próximos passos e possíveis recomendações.

Talent
Champions Eduardo Marçal Grilo, ex-administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, e Francisco Veloso, director da Católica - Lisbon School of Business and Economics.
Reflexões Criação e atracção de talento; Gestão da motivação, recompensa, visibilidade; Empresas como organizadoras do talento; Formação permanente ; Competências sociais.

Communities & Sharing
Champion Miguel Castro Neto¸ professor na Nova Information Management School.
Reflexões Cidades e comunidades inteligentes; Dados abertos e partilhados; Capital de confiança (social capital) vs capital ecónomico-financeiro
Valores de participação vs valores de troca; Cooperação vs Competição; Sustentabilidade vs Consumerismo.

Legal & Security
Champions António Vitorino, advogado, e Bento Correia, chairman da Vision-Box.
Reflexões Nova regulação; Direitos individuais; Privacidade e a segurança dos dados; Cibersegurança; Mudança tecnológica; Propriedade intelectual.

Customer
Champion Madalena Tomé, CEO da SIBS.
Reflexões Compra e consulta produtos, serviços e experiências em qualquer lado ; Ligação online constante; Multiplataformas (computador, smartphone, televisão); Social media e partilha ; Informação, algoritmos, padrões de consumo

Competitiveness
Champion Daniel Bessa, professor e economista.
Reflexões Detecção, geração e atracção de talento; Qualificação para o digital e o conhecimento; Investimento e financiamento da economia e inovação; Digitalização do Estado; Transformar o I&D em inovação.

Lifestyle
Champion Inês Caldeira, directora-geral da L`Oreal e Maria João Valente Rosa, directora da Pordata.
Reflexões Estilos de vida diferenciados; Novos tipos de socialização; Novas experiências de território e do tempo; Mais informação e comunicação; Big Data.