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Exportadoras Outstanding é um projeto do Forum para a Competitividade, que parte do princípio, comprovado pela análise económica, de que as empresas exportadoras são mais produtivas, mais rentáveis e financeiramente mais sólidas do que as não exportadoras.
Para atingir o crescimento das exportações pretende-se criar sinergias entre empresas exportadoras e vários parceiros de áreas chave para o sucesso da atividade de exportação como a consultoria, o aconselhamento estratégico, jurídico, fiscal e de captação de investimento, a formação e o apoio ao risco de crédito à exportação com projetos com capacidade para incentivar o processo de dinamização de empresas com menor escala.
"O conhecimento prévio do mercado de exportação, as suas oportunidades, o seu enquadramento legal, nomeadamente o aplicável aos bens ou serviços a exportar, são alguns aspetos essenciais quando se perspetiva entrar num novo mercado externo", assinala Celeste Hagatong, presidente da Cosec.
Adianta que "uma forma de ultrapassar alguns destes aspetos será com uma maior partilha de informação e experiência com outras empresas portuguesas que já tenham presença local ou experiência de exportação para esses mercados", refere Celeste Hagatong.
É neste ponto que entram os patrocinadores, denominadas empresas porta-aviões como a Bondalti, CaetanoBus, Hovione, Navigator, Tabaqueira, que contribuem com os seus contactos e conhecimentos de mercados, onde já operam e para onde já exportam, com o objetivo de "abrir caminho" a outras empresas exportadoras de menor escala.
Desafio difícil
"O processo de internacionalização de uma empresa é em si mesmo um grande desafio, mas o caminho da exportação é indubitavelmente o caminho para crescimento das empresas portuguesas, e da nossa economia", sublinha Luís Castro e Almeida, CEO do BBVA. Refere que "não é um caminho fácil e apresenta diversos obstáculos", entre os quais se conta o desconhecimento do funcionamentos dos mercados de destino, ter disponibilidade para investir para assumir riscos.
Jaime Carvalho Esteves, partner da PwC, refere ainda a escassez de capital que "torna mais difícil, por um lado, subir na cadeia de valor e, por outro, criar os onerosos mas essenciais canais de distribuição e de promoção. A dificuldade de financiamento, com capitais próprios ou alheios está ligada à pequena dimensão das nossas empresas, o que naturalmente dificulta a implementação nos mercados externos".
Em termos de políticas públicas, "temos manifestas dificuldades em termos comparativos" salienta Jaime Carvalho Esteves, custos energéticos e de transporte e a falta de capital, uma fiscalidade elevada, instável e complexa, que afasta o investimento estrangeiro de que necessitamos, é por isso um problema grave. A que se soma "a dimensão das nossas empresas que também não permite os investimentos e a largura da oferta que a penetração em mercados sofisticados exige".
A resposta poderia ser a concentração de empresas ou com maior cooperação entre os agentes económicos, "mas quando os lucros das grandes empresas podem ter uma tributação agravada em 9 pontos percentuais (derrama estadual), penso que está tudo dito sobre a incompreensível aversão nacional aos agentes económicos que conseguem crescer e obter maior rentabilidade".
O triângulo do projeto e os objetivos
Esta iniciativa do Fórum para a Competitividade é estruturada em três eixos: parceiros, patrocinadores e participantes.
Os parceiros
São especializados no apoio à exportação e põem as suas competências e experiência de topo ao serviço do setor empresarial. Estes parceiros, Forum para a Competitividade, a Allianz Portugal, o BBVA, a Caixa Geral de Depósitos, a COSEC, a PWC, a AESE Business School e a Porto Business School, oferecem condições especiais oferece às empresas participantes.
Os patrocinadores
São empresas exportadoras de grande escala, denominados "porta-aviões", que vão cooperar de forma estratégica com empresas de elevado potencial para que estas cresçam enquanto exportadoras. Trata-se da Bondalti, Caetanobus, Hovione, The Navigator Company e Tabaqueira.
Participantes
Podem tirar partido dos contributos que as entidades patrocinadoras e parceiras do projeto vão disponibilizar nas várias áreas relevantes para o sucesso da atividade exportadora. Já aderiram empresas como os CTT, ECCO Portugal, Efapel, Schmidt Light Metal, Softinsa, Transportes Pascoal, Respol, Silicalia e Sonafi.
Os objectivos:
Crescimento
3% do PIB 2,8% em 2017
2,1% em 2018*
1,8% em 2019*
Exportações
60% do PIB 46,3% em 2017
47% em 2018*
47,8% em 2019*
Investimento
20% do PIB 17,6% em 2017
17,9% em 2018*
18,7% em 2019*
* estimativa Banco Portugal