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O projeto surgiu da necessidade de fazer crescer as exportações. Estas são de extrema importância quer para o crescimento do PIB quer do VAB, e um valor acrescentado mais elevado é pré condição para salários mais elevados. A economia portuguesa tem condições potenciais para exportar muito mais.
As exportações podem - e devem - chegar a 60% do PIB. Para isso é necessário criar condições e um ambiente mais favorável para que as empresas invistam e ampliem a escala da exportação, seja a nível de mercados e da diversidade das exportações.
Os objetivos são estes: motivar a cooperação empresarial e conjugar sinergias para que as empresas que já são exportadoras, mas têm grande potencial de crescimento, consigam exportar ainda mais.
Quais podem ser as vantagens da cooperação entre empresas para as exportações? Inspiraram-se em algum modelo?
Não nos inspirámos em nenhum modelo. As vantagens são concretas e reais. Houve um conjunto de empresas que se associaram de imediato ao projeto e colocaram o seu conhecimento e experiência ao serviço das empresas de menor escala que têm o objetivo de crescer. Algumas dessas empresas são parceiras do projeto - e estamos a falar em entidades bancárias, do setor dos seguros, da consultoria e da formação (caso das escolas de negócios) - e outras são empresas "porta-aviões", que vão cooperar de forma estratégica com empresas mais pequenas de elevado potencial para que estas cresçam enquanto exportadoras.
Além de tirarem partido de uma rede estabelecida de contactos e das vantagens, que as entidades bancárias e seguradoras, oferecem no âmbito das transações relacionadas com as exportações, as empresas vão ter acesso aos workshops que vamos fazer ao longo do ano em várias cidades do país. Vão ser momentos de trabalho e de troca de ideias entre todas as empresas envolvidas no projeto de onde, estamos seguros, vão sair parcerias e novos negócios vantajosos para todos e, por consequência, para a economia nacional.
Quais são os principais obstáculos para a exportação? E quais são as competências que uma empresa deve ter para se internacionalizar ou exportar?
Principalmente a fraca dimensão média das empresas portuguesas. Há muito poucas "mid cap" e demasiadas microempresas que têm poucas possibilidades de crescimento. A dimensão permite descobrir novos mercados e cadeias de valor através de um research adequado, inovar em produtos e serviços e desenvolver ações de marketing para mercados exigentes. A cooperação entre empresas, por exemplo, através de projetos como Exportadoras Outstanding, e a parceria com a AICEP e outras instituições públicas e associativas permitem suprir algumas das dificuldades decorrentes dessa falta de dimensão.
Em termos de políticas públicas, o que é que poderia ser feito para dar um novo boost às exportações?
As administrações públicas deverão assumir que exportar é criar valor para as empresas, é criar emprego mais bem remunerado e desenvolvimento para o país. Com estes objetivos em mente o Estado deveria também investir na formação dos seus próprios quadros e no recrutamento de novas competências. Com os quadros e competências atuais é difícil implementar políticas públicas competitivas com a realidade internacional, que é muito dinâmica.
A maior parte dos sistemas de incentivos financeiros são do século passado e têm de ser também modernizados. Nas formas de financiamento de start-ups, opções e derivados nem sequer constam dos mecanismos atuais. Não é por isso de estranhar que, entre nós, das start-ups promissoras resultem tão poucas empresas com sucesso e dimensão.
Primeiro workshop é no Porto a 8 de Maio
Realiza-se na Porto Business School pelas 15 horas o primeiro workshop no âmbito das Exportadoras Outstanding, que tem como tema "Novas formas de cooperação para a internacionalização".
Começa com uma intervenção de Jaime Esteves, partner da PwC, a que se segue um período de Perguntas e Respostas com António Redondo, administrador executivo da The Navigator Company, e António Dinis, diretor de marketing e comunicação Hovione.
A mesa redonda sobre "O mercado global na perspetiva das empresas portuguesas" conta com Pedro Vieira, diretor da pós-graduação em International Business da Porto Business School, Luís Castro e Almeida, administrador-delegado do BBVA Portugal, Maria Celeste Hagatong, presidente da Cosec e Paulo Oliveira e Silva, diretor central da direção de banca de grandes empresas e institucional da Caixa Geral de Depósitos.
Depois tem lugar um período de Perguntas e Respostas com Diogo Almeida Santos, consultor senior da Bondalti, e Carlos Rodrigues, diretor industrial da Caetano Bus.
Encerram a sessão Pedro Ferraz da Costa, Presidente do Forum para a Competitividade e Eurico Brilhante Dias, Secretário de Estado da Internacionalização. A seguir realizam-se reuniões "one-to-one" entre empresas participantes, parceiros e patrocinadores.
Já estão definidos os temas dos restantes workshops. Os próximos worshops estão previstos para Leiria, Braga e Lisboa.