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Francisco Rocha Gonçalves, vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras, afirmou, na sua intervenção, que o modelo "predador" aplicado ao planeta nos últimos séculos não é responsabilidade da indústria do petróleo e do gás. É, antes, responsabilidade do próprio modelo de desenvolvimento e da extração dos recursos, "sem muitas vezes a noção da finitude do planeta ou das nossas sociedades".
"Hoje, se não fosse a fonte energética que nos permitiu a transformação das nossas vidas coletivas, não estaríamos onde estamos em matéria de bem-estar e qualidade de vida", afirmou o autarca.
Recorrendo à História, lembrou que "a Guerra Fria não teria acabado se não houvesse um acordo entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos para baixar o preço do petróleo", contribuindo para as dificuldades económicas da antiga União Soviética. E a Inglaterra dos anos 80 do século passado não teria recuperado se não fosse descoberto o petróleo do mar do Norte na Escócia. "O mesmo se passa com a sociedade de bem-estar da Noruega ou com o crescimento e desenvolvimento do Brasil da primeira década do século XX, ou Angola, que combinou o aumento da produção com a alta do petróleo no mercado internacional".
Francisco Rocha Gonçalves admite que é complicado pedir aos cidadãos para alterarem os seus comportamentos, enquanto competimos com países que, por serem a fábrica do mundo, continuam a ter modelos de desenvolvimento e produção alicerçados no carvão, como a Índia e parte da China. "Ou somos ingénuos, ou masoquistas", ironizou. "Precisamos ter a coragem e a honestidade de ter um discurso racional sobre esta matéria. Ou aplicamos o modelo de desenvolvimento comum e respeitador dos limites do planeta ou estamos a fazer o papel dos idiotas úteis, e não o devemos fazer."
Uma oportunidade económica
Na sua intervenção, o vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras relembrou que, neste momento, estamos a comprar energia para produzir, uma situação que se reflete no preço dos produtos e na sua exportação, criando um problema de balança comercial e exportação de divisas. "Exportamos mais caro, logo o investimento industrial não vem para Portugal." A transição energética assume, por isso, uma "oportunidade tremenda", "na forma como produzimos e na forma como queremos, ou não, ser competitivos". Francisco Rocha Gonçalves disse na Galp Electric Summit - Energy Conference, organizada pelo Jornal de Negócios em parceria com a Galp, a Toyota, o Montepio Crédito e o município de Oeiras, que aproveitar esta oportunidade depende de decisões políticas. "Não discutimos o essencial: temos de ser competitivos num mundo aberto e, ao mesmo tempo, respeitar os limites do planeta e dos nossos modelos de desenvolvimento." É nessa dimensão, diz o vice-presidente que "temos de confiar nas empresas", reiterando que "esta responsabilidade é sobretudo de políticos".
O papel das cidades na transição energética
As urbes são essenciais neste novo mundo de transição energética. Nomeadamente, enumera Francisco Rocha Gonçalves, pelo papel de construção da infraestrutura que permite a transição energética, como seja ao nível das políticas públicas, "com a substituição de lâmpadas poluidoras pelos LED ou a instalação dos carregadores de automóveis elétricos". O autarca rematou a sua intervenção com a ideia de que as políticas públicas em Oeiras são desenhadas para pessoas, seja para a sua atual qualidade de vida, seja para as gerações futuras. "Para isso, temos de continuar a ser competitivos, senão as nossas sociedades de bem-estar desaparecem."
"Hoje, se não fosse a fonte energética que nos permitiu a transformação das nossas vidas coletivas, não estaríamos onde estamos em matéria de bem-estar e qualidade de vida", afirmou o autarca.
Recorrendo à História, lembrou que "a Guerra Fria não teria acabado se não houvesse um acordo entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos para baixar o preço do petróleo", contribuindo para as dificuldades económicas da antiga União Soviética. E a Inglaterra dos anos 80 do século passado não teria recuperado se não fosse descoberto o petróleo do mar do Norte na Escócia. "O mesmo se passa com a sociedade de bem-estar da Noruega ou com o crescimento e desenvolvimento do Brasil da primeira década do século XX, ou Angola, que combinou o aumento da produção com a alta do petróleo no mercado internacional".
A transição energética tem misto de imperativo civilizacional e oportunidade económica para o nosso país. Francisco Rocha Gonçalves
Vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras
Francisco Rocha Gonçalves destacou a ideia de que a indústria dos hidrocarbonetos "não é o demónio". Para o autarca, "a transição energética tem misto de imperativo civilizacional e oportunidade económica para o nosso país".Vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras
Francisco Rocha Gonçalves admite que é complicado pedir aos cidadãos para alterarem os seus comportamentos, enquanto competimos com países que, por serem a fábrica do mundo, continuam a ter modelos de desenvolvimento e produção alicerçados no carvão, como a Índia e parte da China. "Ou somos ingénuos, ou masoquistas", ironizou. "Precisamos ter a coragem e a honestidade de ter um discurso racional sobre esta matéria. Ou aplicamos o modelo de desenvolvimento comum e respeitador dos limites do planeta ou estamos a fazer o papel dos idiotas úteis, e não o devemos fazer."
Uma oportunidade económica
Na sua intervenção, o vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras relembrou que, neste momento, estamos a comprar energia para produzir, uma situação que se reflete no preço dos produtos e na sua exportação, criando um problema de balança comercial e exportação de divisas. "Exportamos mais caro, logo o investimento industrial não vem para Portugal." A transição energética assume, por isso, uma "oportunidade tremenda", "na forma como produzimos e na forma como queremos, ou não, ser competitivos". Francisco Rocha Gonçalves disse na Galp Electric Summit - Energy Conference, organizada pelo Jornal de Negócios em parceria com a Galp, a Toyota, o Montepio Crédito e o município de Oeiras, que aproveitar esta oportunidade depende de decisões políticas. "Não discutimos o essencial: temos de ser competitivos num mundo aberto e, ao mesmo tempo, respeitar os limites do planeta e dos nossos modelos de desenvolvimento." É nessa dimensão, diz o vice-presidente que "temos de confiar nas empresas", reiterando que "esta responsabilidade é sobretudo de políticos".
O papel das cidades na transição energética
As urbes são essenciais neste novo mundo de transição energética. Nomeadamente, enumera Francisco Rocha Gonçalves, pelo papel de construção da infraestrutura que permite a transição energética, como seja ao nível das políticas públicas, "com a substituição de lâmpadas poluidoras pelos LED ou a instalação dos carregadores de automóveis elétricos". O autarca rematou a sua intervenção com a ideia de que as políticas públicas em Oeiras são desenhadas para pessoas, seja para a sua atual qualidade de vida, seja para as gerações futuras. "Para isso, temos de continuar a ser competitivos, senão as nossas sociedades de bem-estar desaparecem."