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A Bosch em Portugal ultrapassou os mil milhões de facturação, tem 4 mil colaboradores, tendo criado em Braga um ecossistema de inovação em que há um antes e um depois de 2011. "Antes era muito fábrica e com os processos tradicionais da indústria. Depois, com o desafio lançado à Universidade do Minho, todo o ecossistema começa a ir noutro sentido", refere José de Oliveira, responsável pela área de Inovação da Bosch Car Multimedia Portugal.
"O grande objectivo com os projectos com a Universidade do Minho era contaminar todo o ecossistema. Quando avançamos com os projectos, com o apoio de fundos estruturais, não nos interessavam projectos pequenos porque o número de pessoas ia ser marginal, não ia provocar a contaminação de todo o ecossistema. Uma coisa é ter projectos de 3 anos com 4 ou 5 pessoas, outra coisa é ter centenas de pessoas a trabalhar em inovação", lembra José de Oliveira.
Mas nem tudo foram rosas. Por um lado, era preciso convencer os alemães. Era preciso "usar submarinos para fazer a inovação", como diz José de Oliveira, pois o nível de investigação que se pretendia "os alemães também não estariam muito disponíveis para abdicar de um conjunto de investigações".
Fintar os alemães
"Foi preciso construir um caminho paralelo para demonstrar que de facto que o país tinha talento crítico, que era preciso utilizar. E, que, desses projectos iniciais, nasceram componentes de conhecimento extremamente valiosos que iriam levar os alemães a olhar para a Bosch como uma outra dimensão. A partir daí tornou-se mais fácil", recorda José de Oliveira. "Na Alemanha começam a ver que é preciso mais emprego em Portugal, porque tem talento, tem condições para se fazer investimento e este começou a disparar e hoje temos centenas de postos de trabalho na área da inovação e da investigação".
responsável Área de Inovação da Bosch Car Multimedia Portugal
Hoje há projectos de inovação que "podem representar no futuro centenas e centenas de milhões de euros em vendas porque alguém teve a coragem de investigar". Nestes projectos de investigação, estão envolvidos cerca de 250 milhões de euros de investimento, com apoio de fundos estruturais.
A Bosch em Braga estava muito focada no que era tradicional nos sistemas de navegação, e mais tarde os clusters dentro do carro, mas hoje, "com a revolução tecnológica que está a acontecer no mundo do carro, tudo está a mudar e muito depressa", refere José de Oliveira. Acrescenta que "temos projectos muitos focados na condução autónoma, em que tudo acontece fora do carro, centrado no Centro de Investigação e Desenvolvimento, que foi inaugurado por Angela Merkel em Sequeira, e muitos projectos que estão a moldar o que é o interior do carro. Tudo o que é tecnologia tradicional está emphase-out, a tecnologia nova está a emergir".
A Bosch global factura 70 mil milhões de euros, tem 400 mil pessoas, regista 20 patentes por dia, e está num processo de grande transformação digital.