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Bonduelle mediterrânica

O grande objectivo da empresa é satisfazer as necessidades do grupo Bonduelle em produtos como o pimento, beringela, curgete e tomate, que são distribuídos para mercados como Estados Unidos, Rússia, Canadá e União Europeia.

06 de Novembro de 2018 às 13:30
António Manso, administrador executivo Bonduelle Inês Gomes Lourenço
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"A Bonduelle chega a Santarém para aproveitar o potencial em produtos ditos da bacia mediterrânica, hoje tão apreciados pelos consumidores europeus. Temos sentido que há um crescimento de produtos como o tomate, o pimento, a beringela, em detrimento dos legumes verdes, ditos do Norte, como a ervilha, o feijão verde", refere António Manso, administrador executivo Bonduelle.

A Bonduelle Portugal nasceu em 1988 da parceria da Bonduelle com a Sonae e instalaram-se na zona industrial de Santarém, onde ainda opera. Em 1998, a Bonduelle ficou com a totalidade do capital.

"Na primeira fase foi confirmar o potencial da região e tentar criar uma rede de agricultores, alguns dos quais estão connosco desde o primeiro ano, que pudessem ser as âncoras do nosso aprovisionamento, porque sem matéria-prima com qualidade intrínseca, e relativa ao aspecto e ao sabor, segurança alimentar, não há bons produtos", recordou António Manso.

Fábrica única

Nesses primeiros anos introduziram novas culturas e novas técnicas agrícolas. "Foram os mais intensos na introdução de novas culturas, de cariz horto-industrial que eram desconhecidas como a beringela, que é hoje o nosso segundo legume, e a curgete. Novas técnicas como a cobertura com plástico para aumentar a eficiência da rega e para controlar os infestantes, ou a rega gota a gota", explicou António Manso.

A Bonduelle produz em Santarém anualmente cerca de 30 mil toneladas de legumes processados ultracongelados, resultantes da transformação de cerca de 45 mil toneladas. Alguns produtos são pré-fritos ou grelhados. Tem 76 funcionários permanentes, mas faz contratações sazonais . A sua facturação é da ordem os 35 milhões de euros.

Apoio técnico aos agricultores

"Temos um corpo técnico que actua junto do agricultor desde a selecção da parcela, a implantação e o desenvolvimento da cultura, e a logística da colheita. Encaramos o agricultor como um parceiro e se no final ficarmos satisfeitos é sinal de futuro", afirmou António Manso.

Este engenheiro agrónomo com especialização em engenharia alimentar, já estava ligado à actividade agro-industrial no sector do tomate e, nessa altura, confessa que não havia esta proximidade e apoio ao agricultor desde o início até ao fim da colheita.

Trabalham com cerca de 230 agricultores, cerca de 95% na região de Santarém, que fornecem cerca de 85% dos legumes que alimentam as linhas de produção da unidade fabril situada na zona industrial da cidade. A Bonduelle contrata anualmente em Santarém e no Alentejo cerca de 1800 hectares de cultivo.