Outros sites Medialivre
Notícia

Agromais: no princípio estava o milho

A Agromais começou como uma organização de produtores de milho, mas nos anos 90, este produtores passaram também a fazer batata, brócolo, courgette, tomate, pimento, ervilha, fava, cebola e cevada, sobretudo para a agro-indústria.

06 de Novembro de 2018 às 14:15
Jorge Neves, director-geral da Agromais Inês Gomes Lourenço
  • Partilhar artigo
  • ...
Cultura dominante e praticada em regime de monocultura, o milho juntou, em Outubro de 1986, cerca de 600 agricultores da região do norte do vale do Tejo, na Agrotejo. No ano seguinte, com o fim do monopólio da EPAC, surgiu a cooperativa Agromais, organização comercial de cereais, que criou estruturas de secagem e armazenagem colectivas, constituiu equipas de apoio técnico de campo, profissionalizou a comercialização da produção, e fez a formação profissional dos empresários agrícolas.

"Nos anos 90 iniciamos um processo de diversificação de culturas porque nessa altura percebemos que o sector dos cereais seria um sector sacrificado na União Europeia. Até à reforma da PAC em 2002 pagava-se para se produzir, o que provocava excedentes de produção na Europa em termos de cereais e de lacticínios. Esta situação causou distorções no mercado, e na formação dos preços internacionais. Este alívio, como previamos, iria ser feito à custa do fimda subsidiação dos cereais", recorda Jorge Neves, director-geral da Agromais.

Fornecer agro-indústria

Com o aumento dos custos de produção e a baixa do preço do milho e do trigo houve necessidade de procurar culturas alternativas tais como batata (indústria e consumo), brócolo, courgette, tomate, pimento, ervilha, fava, cebola e cevada para a indústria cervejeira. Isto feito em grande articulação com a agro-indústria porque se tratava de produtos para transformação.

Esta alteração é relevante. "A agro-indústria permite uma estabilização de preços, retirando-lhe a volatilidade de preços, o que permite ao agricultor planear a sua exploração a longo prazo", salientou Jorge Neves.

"São culturas horto-industriais com um grau de mecanização elevado e com um grau de especialização dos agricultores que os obriga a fazer grandes investimentos, não só em know-how mas também nos equipamentos e tecnologia. O agricultor precisa de um horizonte de estabilidade de preços que lhe permita fazer os investimentos com retorno", assinalou Jorge Neves.