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Beatriz Freitas: “O Banco de Fomento é central e chave no PRR”

A digitalização é uma componente importante não só do Programa de Recuperação e Resiliência, mas também do próximo quadro comunitário de apoio, PT2030, bem como do InvestEU 2021-27.

Filipe S. Fernandes 13 de Julho de 2021 às 11:00
Beatriz Freitas: o Fomento irá manter a aposta no coinvestimento. DR
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Muitas empresas em Portugal, grande parte das quais micro, pequenas e médias empresas, têm dois desafios, que é fazer a transformação digital e reforçar os seus capitais. Beatriz Freitas, CEO do Banco Português de Fomento, concorda que "são duas matérias complicadas". O Banco Português de Fomento tem 1,3 mil milhões para um fundo de capitalização, no âmbito do PPR. "Esta verba é para produtos de capital e quase capital, porque para chegar às micro e pequenas empresas temos de usar mesmo produtos de quase capital, pois não há capacidade nem do banco nem dos parceiros para chegar a tantas empresas de outra forma", referiu Beatriz Freitas.

Digital e verde

O investimento que se faça no âmbito do PRR tem de ter uma vertente de digitalização que, para esta componente, conta com verbas da ordem dos 2.500 milhões, sendo 650 milhões para as empresas. "Temos de ser capazes de olhar para as empresas e perceber se estão no caminho do digital e com projetos verdes, outra dimensão do PRR, mas não quer dizer que só aprovam projetos nestas áreas." Acrescenta Beatriz Freitas que "é mais fácil financiar a digitalização com capital próprio do que com financiamento." Alertou ainda que a digitalização é também uma componente forte do próximo quadro comunitário de apoio, bem como do InvestEU 2021-27, um programa europeu para estimular o investimento através de uma garantia da UE de cerca de 26,2 mil milhões de euros.

As três vertentes core do Banco Português de Fomento são as garantias, o capital e a dívida, se necessário. Além do fundo de capitalização, o banco vai ter uma componente muito grande de garantias que vêm através do InvestEU. De acordo com Beatriz Freitas, estão a estudar como aliar os produtos de capital com os produtos de garantia, "que foi uma coisa que não foi testada, mas que tem relevância, por exemplo, nos setores mais inovadores e mais digitais, porque a garantia dá sempre um conforto ao parceiro que se junta na área do capital".

Nesta vertente vão continuar a apostar no coinvestimento, porque há uma experiência anterior que está a correr bem, com o Fundo de Coinvestimento 200M, porque "não é papel do Estado estar a investir sozinho numa empresa", diz Beatriz Freitas.