Outros sites Medialivre
Notícia

As cidades inteligentes e a qualidade são fatores de atração

“O investimento direto estrangeiro de qualidade segue o talento e o talento quer viver em cidades inteligentes”. Por isso, afirma João Dias, administrador da AICEP, a ligação entre estes dois planos “é extremamente importante”.

18 de Janeiro de 2022 às 15:00
João Dias, administrador da AICEP Mariline Alves
  • Partilhar artigo
  • ...

"Se tivesse de eleger o principal fator que tem possibilitado angariar uma série de investimentos tecnológicos seria o talento. O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) de qualidade vai atrás do talento e o talento quer viver em cidades smart, e, por isso, esta ligação é extremamente importante". A conclusão é de João Dias, administrador da AICEP.

As cidades, e as smart cities em particular, oferecem o acesso a centros de inovação ou ecossistemas de inovação e de criação de conhecimento que, com a qualidade de vida, são críticos. É nas cidades que estão as infraestruturas do sistema científico e tecnológico, as infraestruturas digitais como os "data centers", a conectividade ou as startups.

Para João Dias, as cidades podem funcionar como "living labs", isto é, ambientes reais para a experimentação de novas tecnologias. "Desenvolver ou criar e depois testar. Da experiência que temos, as cidades portuguesas qualificam muito bem por duas razões. Têm uma dimensão muitas vezes gerível para fazer estes primeiros "rollouts" e testes de tecnologia, mas também pela apetência dos portugueses pelas novas tecnologias, pela experimentação", concluiu o responsável da AICEP

O exemplo Uber Green

João Dias deu o exemplo da Uber Green, um serviço que a Uber desenvolveu e testou em Lisboa, "porque era uma cidade com a dimensão adequada, com as infraestruturas para a mobilidade elétrica, que depois se espalhou em cidades de todo o mundo em que Uber estava presente".

O talento é o grande fator e a capacidade do país, das cidades e das instituições do sistema científico e tecnológico para continuar a gerar bom talento, bons engenheiros, "decisivo e a base tudo". Para João Dias, também são necessárias as políticas públicas no sentido de trazer e atrair talento estrangeiro com instrumentos como o "Tech Visa", "Startup Visa" e agora com o "e-Residence", para os nómadas digitais. "São fatores que ajudam muito nesta competição de atrair bom talento para Portugal porque também precisamos de talento internacional."

As startups, como fontes de inovação, e de talento, levam a que muitos investidores e tecnológicas entrem em Portugal "não pela via de criar uma nova sociedade legal e um greenfield, mas comprando uma tecnológica promissora, com talento e operação". "Há um conjunto de startups que são significativas e, obviamente, queremos mais startups, mais unicórnios, que possam crescer, acelerar, ser conhecidos e emblemáticos de Portugal. O ecossistema português pode ser muito atrativo para fazer germinar e crescer, escalar todas estas empresas", concluiu João Dias.