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"A nossa indústria tem incumbentes que se começaram a informatizar há muitos anos e portanto tem uma estrutura de legacy que não é fácil de adaptar com a agilidade que precisamos ao contexto atual", começou a referir Isabel Guerreiro, administradora do Santander.
O setor financeiro debate-se com exigências regulatórias nomeadamente em termos de dados tanto por causa da RGPD como da regulação. Neste caso, as exigências regulatórias passam pela localização dos dados, se pode usar e ter uma estratégia na cloud pública. "São algumas limitações que as fintechs e insurtechs não têm, mas para nós, do ponto de vista regulatório, é um desafio e não há um level playing field", assegura Isabel Guerreiro. Esclarece que além do "reporting existem regras de capital, de liquidez. Desde a crise financeira que as exigências regulatórias aumentaram de forma exponencial obrigando a grandes investimentos".
Adianta ainda que têm sido os dados a impedir que as big techs entrem na área financeira, com exceção dos pagamentos. "Conseguem potenciar os dados mas a banca e as seguradoras têm limitações bastante relevantes técnicas, regulatórias para poder explorar os dados".
Os nativos digitais
A administrador do Santander admite que, por exemplo, os reguladores na banca são especialistas em liquidez, capitais, mas não são native digitals. "Falar de tecnologia, de API, cloud, é mais complicado para os reguladores". Acrescenta que a indústria financeira é risk averse. "Quando as pessoas depositam as suas poupanças num banco estão à espera que corra tudo bem, ou quando seguram a casa e o automóvel estão à espera que a indústria funcione. Nós vendemos segurança, confiança."
Na opinião de Isabel Guerreiro esta visão de transformação digital da indústria financeira é cara, demora tempo. "Numa indústria que tem de apresentar resultados a cada trimestre, às vezes, ter projetos de longo prazo custa porque os resultados não surgem logo. Existem projetos de curto prazo, mas para ser transformadora, sobretudo quando é preciso criar as fundações, não se faz de um dia para o outro. Com as taxas de juro negativas que afetam a rentabilização dos ativos, torna-se ainda mais difícil em termos de investimento", referiu.
Considerou que "uma estratégia digital tem de abarcar toda a organização e o top management tem de acreditar que esse é o caminho porque, caso contrário, como demora tempo, facilmente se desiste, e não só demora tempo como às vezes nos enganamos".
O setor financeiro debate-se com exigências regulatórias nomeadamente em termos de dados tanto por causa da RGPD como da regulação. Neste caso, as exigências regulatórias passam pela localização dos dados, se pode usar e ter uma estratégia na cloud pública. "São algumas limitações que as fintechs e insurtechs não têm, mas para nós, do ponto de vista regulatório, é um desafio e não há um level playing field", assegura Isabel Guerreiro. Esclarece que além do "reporting existem regras de capital, de liquidez. Desde a crise financeira que as exigências regulatórias aumentaram de forma exponencial obrigando a grandes investimentos".
Adianta ainda que têm sido os dados a impedir que as big techs entrem na área financeira, com exceção dos pagamentos. "Conseguem potenciar os dados mas a banca e as seguradoras têm limitações bastante relevantes técnicas, regulatórias para poder explorar os dados".
Os nativos digitais
A administrador do Santander admite que, por exemplo, os reguladores na banca são especialistas em liquidez, capitais, mas não são native digitals. "Falar de tecnologia, de API, cloud, é mais complicado para os reguladores". Acrescenta que a indústria financeira é risk averse. "Quando as pessoas depositam as suas poupanças num banco estão à espera que corra tudo bem, ou quando seguram a casa e o automóvel estão à espera que a indústria funcione. Nós vendemos segurança, confiança."
Na opinião de Isabel Guerreiro esta visão de transformação digital da indústria financeira é cara, demora tempo. "Numa indústria que tem de apresentar resultados a cada trimestre, às vezes, ter projetos de longo prazo custa porque os resultados não surgem logo. Existem projetos de curto prazo, mas para ser transformadora, sobretudo quando é preciso criar as fundações, não se faz de um dia para o outro. Com as taxas de juro negativas que afetam a rentabilização dos ativos, torna-se ainda mais difícil em termos de investimento", referiu.
Considerou que "uma estratégia digital tem de abarcar toda a organização e o top management tem de acreditar que esse é o caminho porque, caso contrário, como demora tempo, facilmente se desiste, e não só demora tempo como às vezes nos enganamos".
Isabel Guerreiro Está no Santander desde abril de 2005, e em setembro de 2020 tornou-se head of Digital Europe do Banco Santander. Licenciada em Engenharia pelo Instituto Superior Técnico e um MBA pelo INSEAD, é do conselho de supervisão do Santander Polónia e administradora do Santander Portugal, responsável pela transformação digital e inovação.