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As discussões sobre a autonomia estratégica da Europa percorrem hoje os corredores do Executivo europeu e e dos Estados-membros. Existem benefícios dos mercados internacionais abertos mas "são as condições de localização empresarial nos diferentes pontos do globo e em particular em Portugal no contexto europeu que são fatores decisivos para permitir que haja capacidade de encontrar soluções". Estas permitem que o desenvolvimento económico "se faça com crescimento, com a promoção do investimento, a criação de emprego qualificado e uma relação aberta para o mundo", referiu João Neves, secretário de Estado Adjunto e da Economia.
A lógica da localização empresarial implica que haja do lado da oferta e das condições de instalação elementos que permitam que essas decisões de investimento possam ser concretizadas em confronto com outras localizações de uma forma segura. "Esta trajetória de Viana do Castelo, criando condições para que a materialização de investimento pudesse acontecer foi crucial para que nos últimos dez a quinze anos tenhamos assistido a uma mudança estonteante do que é a Viana de hoje face ao que era no passado", afirmou João Neves.
Nesta região do país há uma articulação muito forte com o que é o cluster automóvel da Galiza. "A interpenetração entre o que são as dimensões mais regionais de Viana do Castelo e do Alto Minho com o que a Galiza tem vindo a fazer [é positiva], mas não nos podemos dar como derrotados nessa concorrência saudável com os nossos vizinhos. E o que temos feitos deve-nos orgulhar a todos e todos os atores têm ajudado a construir esta dinâmica".
Dados esperançosos
Os dados do ponto de vista económico são "esperançosos sobretudo do lado da atividade industrial". Há atividades industriais com índices de produção acima dos valores de 2019, está-se a recuperar do impacto que teve sobre a procura em 2020, adiantou. "Estamos a tentar encontrar fórmulas de recuperação mais rápida possível, como as exportações que estão a comportar-se bem, e ter-se-iam comportado melhor se as ondas de choque da pandemia não se verificassem e afetasse as cadeias de abastecimento de matérias-primas de base ou de produtos intermédios, os custos de transporte e de logísticas muito superiores, e dos microprocessadores que afetam muitas atividades industriais", acentuou João Neves.
"Vamos utilizar os instrumentos que temos à mão como o PPR com um conjunto de apostas clara do ponto de vista económico, deixando para o Portugal 2030 os instrumentos mais tradicionais na linha da manutenção dos apoios ao investimento empresarial e de outros atores económicos. No PRR as apostas serão mais dirigidas, portanto vamos ter intervenções com dotações que não têm paralelo na nossa história. Será o dobro dos recursos que são dirigidos à economia" disse João Neves.
Serão 650 milhões de euros para a digitalização e 715 milhões de euros na descarbonização que permitem um nível de investimento superior a 3 mil milhões pelo lado das empresas, conclui o governante.