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Os serviços à comunidade

A agenda de modernização dos serviços públicos de Albufeira passa pela mobilidade, a gestão de resíduos, a eficiência energética e as energias renováveis, bem como a gestão da água.

21 de Abril de 2021 às 17:00
Ana Paula Claro referiu a aposta nas águas pluviais feita este ano. Rui Gregório
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O Plano de Mobilidade de Albufeira prevê a construção de uma variante a norte da EM526 (eixo viário/avenida dos Descobrimentos) para o escoamento de trânsito. A atual EM526 ficará para percursos urbanos, com a redução de velocidade, a criação de um Centro de Micrologística, a alteração de sentidos de trânsito na Baixa da cidade com sistemas de controlo de acesso para moradores e comerciantes, a construção de um elevador/funicular que permite a ligação do Pau da Bandeira à praça dos Pescadores, a implementação de circulação pedonal, percursos acessíveis para todos, modos de transporte suave e a descarbonização das zonas urbanas.

Susana Gomes, técnica da Divisão de Transportes Urbanos e Acessibilidades Viárias, Energias e Frotas do Município de Albufeira, referiu que está prevista uma nova concessão para os transportes urbanos, sendo que o GIRO passa de 5 para 11 linhas, passando a servir uma zona mais abrangente que passa por Olhos de Água, Guia, zonas de praias até à Galé, Algarve Shopping e Ferreiras.

A inovação e utilização de novas tecnologias como as apps móveis, compra de bilhetes online, consulta online de circuitos e horários, integração tarifária, o transporte de bicicletas, serão algumas das linhas para o futuro. "Paralelamente, vamos ter uma linha verde na zona antiga com recurso a viaturas elétricas e maior frequência de horários, que contribui para o objetivo de descarbonização da baixa".

O plano contempla ainda a criação de transportes flexíveis, que permitem fazer a ligação de zonas de baixa densidade à rede de transportes urbanos e garante o transporte coletivo à maioria da população.

Da recolha à gestão de resíduos

"É a passagem da recolha de resíduos para a gestão de resíduos", assinalou Filipe André, da Divisão de Higiene Urbana e Espaços Verdes. Nesta sua apresentação dos futuros modelos de gestão desta área, destaca-se a Inovação e Sustentabilidade Ambiental no que diz respeito à recolha de resíduos e recolha bilateral, às papeleiras smart, ao compactador a energia solar, ao processamento de biorresíduos verdes e, nestes, a transformação e cogeração.

Está previsto ainda um ecocentro móvel, diversos incentivos à participação com a distribuição de 40 mil minicontentores e compostores domésticos, reutilização de águas residuais, campanhas de comunicação e uma grande aposta na transição energética quanto à frota de viaturas.

Representa um investimento de 10 milhões de euros a oito anos, sendo que 500 mil euros serão de financiamento comunitário. Haverá uma valorização de 15% dos biorresíduos e 50% de resíduos verdes. Prevê-se ainda fazer uma utilização na ordem dos 90% da água residual tratada, iniciar o processo para a neutralidade carbónica do setor e obter a certificação ISO Qualidade no Ambiente, Segurança e Responsabilidade Social.

Qualidade ambiental do território

Sistemas semafóricos de acalmia de trânsito totalmente eficientes, iluminação pública que aposta na substituição das lâmpadas tradicionais por tecnologia LED com a substituição de 2500 luminárias, e em breve mais 1200, a mobilidade elétrica com uma frota municipal com 14 veículos elétricos, postos de carregamento público, instalação de painéis fotovoltaicos em edifícios municipais, equipamentos desportivos e escolas.

Estas são as operações já desenvolvidas na área na eficiência energética e nas energias renováveis com vista a combater os problemas ligados às alterações climáticas e a melhorar a qualidade ambiental do território, como referiu Vítor Vaz, técnico da Divisão de Acessibilidades Viárias, Energias e Frotas.

Para o futuro prevê-se a instalação de mais postos de carregamento de viaturas elétricas, a integração do Giro na rede inteligente Smart City, bem como o sistema semafórico, com o controlo da gestão de trânsito, e da iluminação pública com controlo remoto das luminárias, continuar a implementar sistemas fotovoltaicos com vista à produção de energia para autoconsumo.

Gestão estratégica da água

Ana Paula Claro, chefe da Divisão de Águas e Saneamento, fez o enquadramento do setor com a Estratégia Nacional, que teve início em 2000 e até 2013 se focou na infraestruturação do sistema, e entre 2014 até 2020 passou para a gestão e promoção da qualidade e eficiência dos serviços, sendo que este ano de 2021 foi o da grande mudança com a inclusão das águas pluviais.

"É nesta transição que nasce a gestão patrimonial de infraestruturas (GPI) que permite ao município, com risco aceitável, conseguir o equilíbrio entre o serviço prestado e o custo", sublinha. Ao nível das infraestruturas de abastecimento de água, Albufeira tem um volume de água entrada no sistema superior a 11 milhões de m3, uma capacidade de reserva de 77.800 m3 e um total de condutas com 762 quilómetros. No que respeita ao saneamento, o volume de água recolhida é de 6 milhões em média por ano e a rede é constituída por cerca de 300 quilómetros de condutas.

Segurança e proteção civil Quanto à Segurança e Proteção Civil sublinhou-se o mapeamento e a definição já efetuada dos principais riscos. Sugeriu-se implementar a videovigilância, o "patrulheiro digital" e repensar os horários dos estabelecimentos de bebidas, foram algumas das medidas consideradas importantes pelos oradores envolvidos neste painel. Reposicionar o quartel do Bombeiros Municipais, criar instalações da Proteção Civil mais próximas das populações e dotar a Polícia Municipal de mais competências que não sejam só as de fiscalização.