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“A tendência passa pelos veículos plug-in”

A procura não encontra resposta em termos de oferta no mercado de usados porque os veículos representam apenas 2% do mercado.

08 de Abril de 2021 às 07:55
Daniel Rocha, diretor de Estudos e Planeamento do Standvirtual
Daniel Rocha, diretor de Estudos e Planeamento do Standvirtual
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O Standvirtual é líder do mercado online de carros usados e tem, mensalmente, mais de seis milhões de visitas e mais de dois milhões de visitantes. "Atualmente realizam-se cerca de 30 mil transações únicas de usados por mês e no Standvirtual estão anunciadas cerca de 57 mil viaturas usadas, por aqui é ilustrativo que praticamente todo o stock digitalizado em Portugal está disponível no nosso site. Em 2020, o tráfego do site cresceu 14%", refere Daniel Rocha, diretor de Estudos e Planeamento do Standvirtual.

 

Qual foi o impacto da pandemia no mercado de usados e que influência pode ter nas tendências para o futuro? Qual é o balanço de 2020 e as previsões para 2021?

Na análise ao mercado de usados, além das condicionantes próprias, temos de ter em consideração a influência do negócio dos novos. A diminuição de vendas diretas de novas viaturas implica um consequente decréscimo de retomas. A retenção de viaturas nos concessionários, a redução de viaturas de rent-a-car, devido sobretudo à quebra do turismo, e menos viaturas provenientes da conclusão de contratos de renting provocaram uma escassez de oferta no segmento.

Adicionalmente, a covid-19 trouxe uma perda de rendimentos generalizada e lançou o receio sobre o futuro da economia. Tudo isto teve reflexos diretos na compra de carros, usados ou novos, e no crédito automóvel.

Em 2020, o mercado de usados registou uma quebra de 11%. Já em janeiro deste ano, comparando com o período homólogo, a quebra foi de 34%.

A pandemia veio acelerar o processo de compra online que, muito lentamente, já se verificava em Portugal. Uma maior quantidade de anúncios foi publicada e algumas formas de interação com o cliente ganharam maior relevância, tais como a videochamada, processos documentais/financeiros, eventos de vendas 100% digitais e até a entrega de viaturas ao domicílio do cliente.

Tudo isto redundou numa maior procura online como também numa mudança nos processos de compra que, até março do ano passado, eram muito mais tradicionais.

 

Os objetivos de descarbonização e os incentivos a uma mobilidade elétrica e sustentável já têm reflexos no mercado de usados e dos consumidores?

O mercado de elétricos e eletrificados, ainda que com valores pouco significativos, começa a crescer a taxas relevantes. Os dados mais recentes mostram que cerca de 30% das vendas de veículos novos são de eletrificados (elétricos + híbridos a gasolina + híbridos a diesel).

Uma das explicações para o aumento da procura por este tipo de automóveis prende-se com um crescimento muito significativo de tráfego no Standvirtual por parte de consumidores mais jovens (18-24 anos), que têm uma consciência ambiental muito mais efetiva do que gerações anteriores.

No entanto, esta procura não encontra resposta em termos de oferta no mercado de usados. Só para que se entenda a realidade mais macro, ainda nem 2% do parque automóvel português, cerca de 4 milhões de viaturas, é composto por carros eletrificados. É um processo que ainda demorará o seu tempo, mas que me parece inevitável por imposição do próprio consumidor.

Não podemos fugir à evidência de que os carros elétricos, hoje em dia, desvalorizam mais do que os veículos a combustão. Deste modo, e considerando que os veículos elétricos têm um custo mensal mais baixo, não há certezas em relação a uma poupança efetiva atendendo ao período de vida útil das baterias.

A isto somam-se as limitações do ecossistema ao nível de carregamento com escassez de postos/estruturas de carregamento, e o tempo necessário para o carregamento das baterias. Antes da afirmação total dos elétricos, prevejo uma tendência intermédia de preferência em Portugal pelos veículos plug-in, já que garantem a combinação entre um combustível mais verde e outro que, apesar de menos ecológico, assegura a tranquilidade para deslocações mais longas. Dentro destes, os plug-in a gasolina serão certamente predominantes.

 

Qual é o peso no negócio de cada uma das principais atividades do Standvirtual (usados, peças, comerciais, outros veículos)?

Nos veículos comerciais em particular, sendo um segmento mais profissional, a oferta tradicionalmente está menos digitalizada em Portugal, pois são quase todas transações B2B. Ainda assim contamos com cerca de 3 mil viaturas usadas comerciais.

No mercado das motos, o Standvirtual tem uma presença muito forte nos vendedores profissionais e motos mais recentes com cerca de 2 mil anúncios. No entanto, a oferta de motos de origem particular está mais concentrada na nossa plataforma generalista OLX com cerca de 14 mil anúncios. No segmento das peças, o Standvirtual, em conjunto com OLX, é claramente o líder em Portugal com cerca de 1 milhão de peças anunciadas online.

"Antes da afirmação total dos elétricos, prevejo uma tendência intermédia de preferência em Portugal pelos veículos plug-in." Daniel Rocha, diretor de Estudos e Planeamento do Standvirtual
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