Letónia, Portugal, Espanha e Roménia são os países com maior percentagem de crianças com necessidades de cuidados médico-dentários. A conclusão pertence ao Eurostat no seu estudo sobre a saúde geral das crianças europeias, relativo a 2017.
Existem vários motivos para as crianças dos países supracitados faltarem às consultas nos dentistas: pais que não têm como pagar os tratamentos; listas de espera muito longas; falta de meios de transporte ou viagens longas até aos gabinetes de saúde oral; e falta de tempo dos pais por causa do trabalho ou de apoio de outros familiares. Por curiosidade, refira-se que mais de 95% das crianças na União Europeia têm, no geral, boa ou muito boa saúde. Essa percentagem apenas varia ligeiramente por faixa etária, passando de 96,5% nos menores de cinco anos para 95,9% dos cinco aos nove anos e 95,2% para aqueles que têm entre dez a 15 anos. A percentagem de crianças cuja saúde geral foi considerada má ou muito má foi inferior a 1% para todos os grupos etários.
Relativamente à saúde oral das crianças portuguesas, o site da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) recorda o III Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, apresentado em 2017, o qual mostra que 45% das crianças portuguesas têm cáries dentárias.
O número tem vindo a diminuir desde que foi criado o cheque-dentista e, no caso dos jovens com 12 anos, o país ultrapassou mesmo as metas da Organização Mundial de Saúde, previstas para 2020. Porém, no geral, o número continua acima do que seria desejado, o que tem motivado a OMD a defender a inclusão de mais crianças neste programa e cada vez mais cedo.
65% escovam os dentes duas vezes por dia
Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e que utilizou os dados recolhidos pelo INSEF – Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico, em 2015, para estudar os hábitos de higiene oral em Portugal, concluiu que 65% da população adulta (25-74 anos) escova os dentes, pelo menos, duas vezes por dia, nomeadamente antes de dormir.
A escovagem regular dos dentes é determinante para uma boa saúde oral e preservação da dentição, contribuindo para a redução do risco de ocorrência de doenças orais e para a saúde geral e qualidade de vida dos indivíduos. O estudo concluiu também que as pessoas com escolaridade elevada, residente nas áreas urbanas e maioritariamente de sexo feminino são as que mais seguem as recomendações da Direção-Geral da Saúde no que diz respeito aos bons hábitos de higiene oral.