A nona edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola encerrou já de olhos postos no próximo ano em que se comemora uma década desta iniciativa.
Na sessão de encerramento, Licínio Pina, presidente do Grupo Crédito Agrícola, começou por agradecer ao Ministério da Agricultura e da Alimentação pela iniciativa conjunta, mas também, e essencialmente, "a quem concorre, nomeadamente empreendedores, universidades e politécnicos, para os quais este concurso foi feito".
O facto é que este é um concurso que conta já com "uma boa visibilidade", sendo que, ao longo destes nove anos, foram apoiados "grandes projetos, com as candidaturas sempre a crescer e a melhorar". Sinal de que "vale a pena continuar", acredita o presidente do Grupo Crédito Agrícola.
E, para os que ainda não venceram, o importante será "continuar a investigação e a escalar o negócio, até porque todos os projetos são muito válidos", refere Licínio Pina.
Assumindo-se desde sempre como "o banco da agricultura", ideia que pretendem manter, o Crédito Agrícola aposta fortemente na promoção deste setor ao mesmo tempo que faz também "um caminho de sustentabilidade, procurando ser a referência em ambas as situações".
Aposta forte do ministério
Do lado do Ministério da Agricultura e da Alimentação, a ministra Maria do Céu Antunes começou por lembrar o caráter "inovador e dinâmico" do seu ministério, "bem patente nesta iniciativa que congrega tantos e tão bons projetos". Trata-se de uma "prova de dinâmica e capacidade, mostrando que este é um ministério preparado para dar respostas àquilo que os cidadãos esperam de uma administração pública ágil e dinâmica, pronta para os desafios deste século".
Maria do Céu Antunes considera que "os premiados são um novo fôlego na agricultura" e um bom sinal para o futuro do país. A verdade é que o agricultor "é o primeiro a procurar fazer um uso sustentável dos recursos", ideia bem patente no uso eficiente da água, por exemplo: "17% da superfície agrícola conta já com sistemas de regadio, sendo que 80% da rega é feita por aspersão com mecanismos mais eficientes de gestão e poupança de água".
No entanto, a ministra recorda que "da superfície regada apenas 30% têm instrumentos de apoio à gestão da rega", motivo pelo qual o seu ministério está já a trabalhar "no sentido de garantir a competitividade do setor com a garantia de sustentabilidade ao mesmo tempo".
O país conta assim com uma verba de 93 milhões de euros "já disponíveis para trabalhar com diferentes atores e promover a inovação e desenvolvimento tecnológico do tecido empresarial agrícola".
Apoio à investigação
A ministra deixou ainda outros valores em cima da mesa, com destaque para os "45 milhões de euros destinados a garantir que a investigação seja, efetivamente, aplicada e não sirva apenas para documentos científicos oficiais".
Por outro lado, o Ministério da Agricultura e Alimentação trabalha também na criação de um Portal Único destinado a promover a relação entre o agricultor e o próprio ministério e a facilitar processos.
Atualmente, o portal tem já "uma parte disponível" explica a ministra, que deixa ainda os timings dos próximos avanços: "Em janeiro será apresentada a segunda parte do Portal, que tem ainda mais duas fases de desenvolvimento previstas para 2024 e 2025."
Maria do Céu Antunes recorda que esta nova realidade virtual não é algo do futuro, mas sim "uma situação real e que vai impactar os agricultores dos mais pequenos aos maiores" motivo pelo qual deverão ter sempre "à sua disposição todos os recursos possíveis para que os usem da melhor forma no seu dia a dia".
A ministra termina a recordar que os prémios são "uma imagem do que conseguimos fazer quando estamos juntos e o desafio é não perder a mobilização coletiva já que o êxito no trabalho depende muito daquilo que cada um pode acrescentar ao coletivo, rumo ao sucesso".