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Mushi: dar vida nova aos cogumelos

O projeto assegura o cultivo de cogumelos em troncos e aproveita-os ainda como matéria-prima para produtos ecológicos e sustentáveis.

18 de Fevereiro de 2021 às 08:55
Raquel Antunes, sócia-fundadora da Mushi
Raquel Antunes, sócia-fundadora da Mushi
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Saudáveis, divertidos e fáceis de usar, são perfeitos para os novos agricultores urbanos amantes da "slow food", e para os apaixonados pela magia da natureza ou fãs de ecogadgets. Os cogumelos são a matéria-prima do projeto Mushi, distinguido com a menção honrosa "Jovem Empresário Rural".

Mushi propõe-se "a explorar o enorme potencial dos cogumelos, não apenas no ramo alimentar, mas como matéria-prima para produtos ecológicos e sustentáveis", explica Raquel Antunes, sócia-fundadora da empresa. Esta responsável recorda que o nosso mercado procura e valoriza materiais eco e ético-conscientes.

Em termos globais, os minitroncos, prontos a produzir cogumelo shiitake em casa, "têm sido o produto de referência, e constituem uma alternativa 100% natural, com maior durabilidade e estética do que as caixas com substrato artificial existentes no mercado".

Já no ramo não alimentar, Raquel Antunes explica que a Mushi está a lançar "uma inovadora linha de produtos à base de pele de cogumelo, nomeadamente malas e acessórios".


Diz a sócia-fundadora que a sustentabilidade é o maior compromisso da empresa "e o principal valor acrescentado à área alimentar e não alimentar". Assim sendo, todos os materiais usados são reciclados ou recicláveis, o cultivo decorre em troncos provenientes da limpeza de matas, a produção é estratificada verticalmente para otimizar o uso de água, e o packaging tem por base a reutilização de sacos de serapilheira. Já no que se refere à pele de cogumelo, que não é (ainda) de produção própria, "as vantagens são inegáveis: 100% sustentável e biodegradável, sem qualquer tipo de tratamento químico; 100% vegan e com crescimento 70-80 vezes mais rápido que o couro."

 

Projeto em desenvolvimento

Após uma primeira fase de implantação da estufa e otimização da produção de cogumelos em troncos, a Mushi "apostou na introdução no mercado dos minitroncos produtores de cogumelos", assim como "no estabelecimento de parcerias com espaços de venda online ou marketplaces que concentram marcas com selo de sustentabilidade", refere Raquel Antunes.


No presente, a Mushi está em fase de transição e investimento, com mudança das instalações e estufa de Almada para a Costa Alentejana. A quinta, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano, "albergará a produção de cogumelos em troncos, bem como as infraestruturas necessárias para a produção de biomateriais à base de cogumelos". Num futuro próximo, Raquel Antunes assegura que "o objetivo é o desenvolvimento de processos próprios de fabrico de biomateriais à base de cogumelos".

O valor da distinção

Receber o prémio do Crédito Agrícola é, acima de tudo "extremamente gratificante, e um motivo de orgulho". Raquel Antunes acredita que, "para um projeto assumidamente familiar e pequeno como a Mushi a verdade é que "este tipo de prémio é o reconhecimento da dedicação e do potencial das ideias e da visão".

No que respeita à aplicação do prémio, este "será direcionado à renaturalização de um charco temporário, com a finalidade de canalização e retenção das águas superficiais com vista ao aproveitamento para rega e humidificação da estufa de cogumelos".

Até à data, a Mushi tem crescido "unicamente com capitais próprios e com reinvestimento de lucros".

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