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A união faz a força

A organização, a desburocratização e a definição de uma tutela são os elementos mais eficientes para fazer chegar a inovação a todo o setor produtivo e abrir caminho para a sustentabilidade que se pede à Europa e ao mundo.

18 de Fevereiro de 2021 às 08:59
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A conduzir uma mesa-redonda com o tema "Do Prado ao Prato: a importância da sustentabilidade", com especialistas ligados aos vários quadrantes do setor agroalimentar e indústria, Luís Mira da Silva, professor associado do Instituto Superior de Agronomia ISA/ULisboa, desafiou o painel a clarificar os termos em que esta inovação de que se fala, se promove e se premeia chega aos produtores de forma inclusiva e sem deixar ninguém para trás. Carmo Martins, secretária-geral do Centro Operativo Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN), disse que a inovação tem acontecido no setor a todos os níveis, especialmente nos últimos 10 anos.

"Houve a capacidade de desenhar um conjunto de medidas, nomeadamente a cooperação para a inovação, e as redes como a INOVAR tiveram a capacidade de juntar entidades do sistema científico, tecnológico, empresas e pô-las a falar entre si", relembrou a responsável. Ainda assim, admitiu que este envolvimento não foi tão inclusivo como deveria ter sido, porque alguns produtores continuam ainda afastados das associações.

"A inovação só consegue chegar ao agricultor quando ele está associado a uma organização que o ajude a perceber e a incorporar o conhecimento na produção", destacou Carmo Martins. Sendo o crescendo de desafios no setor agrícola uma realidade e a tecnologia e inovação cada vez mais chamadas para enfrentar estes desafios, é preciso mobilizar iniciativas e reforçar mecanismos que favoreçam a integração dos mais pequenos nestas estruturas.

 

Mapear necessidades e casos de sucesso

Com um enfoque nas associações e centros de competências, a Rede Rural Nacional admitiu que também tem procurado através de um grupo de trabalho de inovação perceber o que é necessário fazer para chegar aos agricultores.

Uma das iniciativas passa por identificar explorações agrícolas que possam ser demonstrativas de utilização de determinada prática ou equipamento, com resultados concretos, para facilitar a transferência de conhecimento e de experiências para os agricultores.

De acordo com Custódia Correia, coordenadora nacional da Rede Rural Nacional (RRN), "esta é uma das melhores formas de transferir conhecimento", o que poderá no futuro sustentar uma estratégia com vista à criação de redes nacionais de demostração que possam acelerar os processos de inovação e de criação de valor.

 

Chamar a indústria para a equação

O percurso evolutivo passa por uma abordagem agregada que se foque nos temas da inovação e da sustentabilidade e que deixe para trás os projetos "capelinha" do passado, que se alimentavam de pequenas "gotas", mas que não geravam um contributo para o bem comum.

"Fizemos uma evolução que não pode continuar centrada de forma tão expressiva na agricultura, devendo também focar na indústria, que tem feito um caminho sentido da sustentabilidade, com uma capacidade enorme de acompanhar tendências e de estabelecer parcerias, ao nível da inovação, com a produção agrícola para que o valor acrescentado comece a surgir", esclareceu Pedro Queiroz, diretor-geral da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA).

 

Não perder capacidade de investimento

A inovação não pára de acontecer, a sustentabilidade desenha-se, mas é preciso também saber quem pagará a fatura. Pedro Queiroz relembra que mesmo que se faça um percurso mais integrado e mais estruturado, não se pode esquecer que estas modernizações que se pedem à produção poderão ter um impacto no preço dos produtos.

"O segredo vai estar no equilíbrio em termos da cadeia de valor", sustentou. Nesta ótica, a produção agrícola tem de ganhar dinheiro, tem de ser rentável para quem quer investir, tem de haver atratividade. Da mesma forma terá de haver atratividade na indústria alimentar e naturalmente ao longo da cadeia um equilíbrio na distribuição de valor, que não existe hoje. Assim sendo, a fatura da evolução deverá "ser paga por todos de forma proporcional, com a distribuição de valor pela cadeia, para que todos consigamos evoluir e sermos sustentáveis do ponto de vista económico", sublinhou Pedro Queiroz.

Conscientes de que a digitalização e a sustentabilidade são os vetores que vão transformar em maior profundidade as economias, as sociedades, os modelos de negócio das empresas e os nossos estilos de vida ao longo deste século, João Meneses, secretário-geral do BCSD Portugal, sublinhou também que o custo desta transformação não deve recair no consumidor, até porque, segundo ele, há muitas iniciativas em curso a nível nacional e europeu que permitem financiar as alterações.

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