Na Europa, a competitividade futura não pode ser dissociada da sustentabilidade e é na fusão de interesses mútuos que assentam determinações e metas conjuntas. Mais do que estar na base da estratégia futura de crescimento da União Europeia (2019-2024), o Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal) redefine o compromisso da UE para enfrentar os desafios climáticos e ambientais que tanto preocupam e mobilizam as novas gerações, procurando mobilizar o planeta para esta causa que é de todos. O que se quer é uma sociedade moderna, justa, próspera e mais eficiente nos recursos, com a Europa no pelotão da frente a garantir a neutralidade carbónica já em 2050.
Maria João Fernandes, gestora de programas internacionais da ANI – Agência Nacional de Inovação, considera que "esta é uma responsabilidade que a atual geração tem em relação ao que vai deixar para o futuro e para as futuras gerações".
Portugal com 2 biliões no Horizonte
O Programa Horizonte Europa (2021-2027), em sinergia com os outros programas da UE, irá desempenhar um papel central na mobilização de investimentos públicos e privados e pretende-se que no âmbito do Horizonte pelo menos 35% do orçamento seja destinado para financiar novas soluções para o clima, que sejam relevantes para aplicação do Pacto Ecológico Europeu.
O programa tem um orçamento global de 95,5 biliões de euros, onde Portugal tem como objetivo nacional captar 2 biliões de euros. Do orçamento global, 9 biliões de euros são destinados para o cluster 6 (Alimentos, bioeconomia, recursos naturais e ambiente), que representa cerca de 17% do financiamento de todo o pilar dois (Desafios globais e competitividade industrial europeia), e que pretende contribuir para uma base de conhecimentos e proporcionar soluções inovadoras para proteger, gerir e utilizar de forma sustentável os recursos naturais da terra e do mar, ou seja, áreas de intervenção previstas no Green Deal.
"Este programa a sete anos conta com um orçamento que manifesta 30% de aumento em relação ao orçamento que estava patente no Horizonte 2020", refere Maria João Fernandes.