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Prémios que sustentam o futuro

De norte a sul do país, são muitos os empreendedores que semeiam inovação à espera de colher os melhores frutos. Foi o que conseguiram os cinco premiados do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola.

08 de Novembro de 2018 às 16:40
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O Crédito Agrícola voltou a premiar o empreendedorismo e a inovação no sector agro-industrial e florestal. A 5.ª edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola reconheceu a relevância, o potencial e o carácter inovador de cinco dos 12 finalistas que este ano chegaram até à fase final.

Os vencedores foram os projectos SoiLife, Noocity, Informat, MaisSolo e Lhana. As categorias Produção e Transformação, Comercialização e Internacionalização, Desenvolvimento Rural, Projecto de Elevado Potencial promovido por Associados do Crédito Agrícola, e a categoria de Inovação em Consórcio: Grupos Operacionais foram as destacadas e valeram prémios de 5.000 euros para cada um dos projectos vencedores nas respectivas categorias.

Durante o período de candidaturas, entre 27 de Abril e 3 de Agosto de 2018, foram recepcionadas cerca de uma centena de propostas. O grau de inovação; o carácter distintivo e potenciais vantagens comparativas relativamente à concorrência, actual ou emergente, em termos nacionais e/ou internacionais; e a adequação da solução proposta ao problema que se pretende resolver; o potencial de mercado, a sustentabilidade e o desempenho em termos económicos, sociais e ambientais foram os critérios que o júri do prémio privilegiou na análise dos projectos e que levaram estes cinco empreendedores à vitória.

 

Área farmacêutica tem uma palavra a dizer

A solução SoiLife destacou-se na categoria Produção e Transformação e visa acrescentar valor ao bagaço de azeitona extractado. A inovação consiste em transformar um produto fitotóxico (perigo ambiental) em produtos de valor acrescentado (concentrado de bioactivos para diferentes aplicações alimentares e de cosmética) e um substrato para a agricultura.

Esta solução, embora simples e usando métodos sustentáveis, nunca tinha sido equacionada. "Neste momento, estamos a planear o ‘scale-up’ da metodologia SoiLife, passar da escala laboratorial para a industrial. Estamos igualmente a validar o interesse funcional e económico dos dois produtos de valor acrescentado obtidos", destaca Maria Beatriz Oliveira, da Universidade do Porto, Faculdade de Farmácia e investigadora da REQUIMTE/LAQV. Vencer este prémio significa o reconhecimento pelo trabalho que a equipa de investigação tem feito. "O prémio será aplicado no desenvolvimento do projecto, nomeadamente na exploração de possíveis aplicações do concentrado antioxidante, bem como na protecção da patente", garantiu a investigadora.

 

Trazer as hortas para a cidade
A Noocity nasce, como ideia, no final de 2013 entre amigos e como solução para um problema real da não existência no mercado, de equipamentos adequados para montar uma horta num terraço em plena cidade do Porto. Este projecto que venceu a categoria comercialização e Internacionalização quer plantar mais verde nas grandes cidades. "Acreditamos que a natureza tem um lugar de destaque nas cidades do futuro e queremos devolver aos cidadãos urbanos a possibilidade de cultivarem uma parte dos seus alimentos em casa nos tantos espaços da cidade desaproveitados como sendo varandas, terraços ou telhados", justifica Leonor Babo, co-fundadora, brand and communication management da empresa. Neste momento, a empreendedora diz que a sua equipa está concentrada em efectivar a presença do produto no mercado, numa perspectiva já internacional e com especial foco no mercado francês que tem respondido de forma muito positiva ao produto.

"Estamos também a melhorar a nossa proposta de valor, desenvolvendo serviços complementares e afinando o modelo de negócio, tendo em conta toda a aprendizagem que adquirimos até ao momento."

 

Robôs que limpam a floresta

O actual paradigma da gestão florestal e corte de vegetação com apoio de meios mecanizados assenta essencialmente no uso de ferramentas manuais (moto-roçadoras), ou máquinas florestais tripuladas. Os meios robotizados começam a ganhar espaço nestes ambientes e a solução do Informat conquistou as atenções na categoria de Desenvolvimento Rural do Prémio Empreendedorismo e Inovação do Crédito Agrícola. O projecto que junta o actual consórcio Instituto de Sistemas e Robótica, ADAI e Silvapor, e ainda a Florestal – Máquinas e Equipamentos, pretende dotar as máquinas robotizadas de sensores e de inteligência que lhes permitam funcionar de modo semiautónomo.

Carlos Xavier Viegas, coordenador principal do Informat, explica que têm surgido alguns projectos de investigação com semelhanças ao Informat, mas nenhum "reúne um conjunto de parceiros e entidades tão fortes como a nossa proposta, não oferecendo também um sistema completo de gestão florestal desde a caracterização e o mapeamento do terreno à sua limpeza e recolha de sobrantes para posterior aproveitamento, tudo isto apoiado pelo conhecimento científico". Ao se candidatarem ao prémio CA, os mentores do projecto pretendiam visibilidade e encontrar parceiros, colaboradores e investidores. Com o prémio monetário vão complementar outros apoios de que venham a beneficiar, como fundos de apoio a projectos de investigação.

 

Dar utilidade à lã mirandesa

O vencedor na categoria Projecto Promovido por Associados CA foi a Lhana. De acordo com Andrea Cortinhas, da Associação de Criadores de Ovinos Mirandeses (ACOM), presente para receber o prémio, a candidatura foi impulsionada sobretudo pela visibilidade que poderá dar ao projecto e ao trabalho de preservação e de promoção das ovelhas de raça churra galega mirandesa, que tem vindo a ser desenvolvido pela Associação de Criadores de Ovinos Mirandeses.

O objectivo é dar utilidade à lã de raças de ovelhas autóctones portuguesas, em particular da churra galega mirandesa, pagando um preço justo pela lã de rebanhos locais e impulsionando ofícios em desuso como a fiação manual, amalha e a tecelagem. "Neste momento, o projecto produz e comercializa três produtos – sabonetes esfoliantes revestidos com lã, meadas 100% lã fiadas à mão, e estojos de iniciação à fiação manual e à malha, que podem ser encontrados em toda a rede de museus da Direcção Regional de Cultura do Norte, e em alguns pontos de venda espalhados pelo país", concretiza Andrea Cortinhas. Os 5.000 euros do prémio servirão para "melhorar os processos de produção, nomeadamente investindo na aquisição de ferramentas para o trabalho da lã, e impulsionar a criação de um site com plataforma de venda de produtos".

 

Empreendedorismo em colaboração

Na categoria estreante de Inovação Em Consórcio: Grupos Operacionais, o Grupo Operacional MaisSolo arrecadou 5.000 euros de prémio, que pretende utilizar para aproximar os produtores nacionais dos produtores europeus com projectos semelhantes. "Esta iniciativa do Crédito Agrícola representa o reconhecimento pelas preocupações da produção e promove uma maior aproximação às suas necessidades", destaca Ana Paula Nunes, coordenadora de Horticultura no COTHN-CC. Com este projecto, os investigadores pretendem combater pragas e doenças do solo, responsáveis por grandes perdas de produção e que obrigam a frequentes aplicações de produtos fitofarmacêuticos.

Em causa está um novo produto constituído por misturas biodiversificadas de leguminosas e gramíneas, inoculadas com microorganismos benéficos (bactérias previamente seleccionadas), que será utilizado nas culturas de cobertura. De acordo com Ana Paula Nunes, o processo passa por "capacitar os produtores do Ribatejo para que possam tomar melhores decisões, quer a nível ecológico como económico, promovendo a realização de diversas iniciativas para discussão e divulgação dos resultados e dias abertos aos campos-piloto".

 

SoiLife arrecada BFK AWARD

Pelo segundo ano consecutivo, a ANI – Agência Nacional de Inovação junta-se ao Crédito Agrícola para premiar a entidade ou o projecto que mais se destacou em actividades de Investigação & Desenvolvimento (I&D). A distinção foi entregue por António Bob Santos, administrador da ANI, ao projecto SoiLife. "Estes projectos têm uma forte componente de conhecimento e de inovação, e é por isso que estamos aqui pela segunda vez, a entregar o prémio e a distinguir um dos projectos", justificou António Bob Santos.

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