Se o reconhecimento de um problema já configura um primeiro passo dado no sentido da sua resolução, já não falta tudo às pequenas e médias empresas (PME) para conseguirem combater as suas fragilidades intrínsecas, impondo as mudanças que se lhes exige para que tenham sucesso e consigam prolongá-lo no tempo.
Nas palavras de Ferrão Filipe, vice-reitor da Universidade Portucalense (UPT), “a noção desta necessidade está plenamente assumida” e deve ter reflexos práticos “no contexto organizacional e na formatação e gestão dos processos, dos trabalhos e dos próprios trabalhadores”. Contudo, tal só será possível através da formação dos gestores, executivos e diversos profissionais. “Esse é o maior desafio que se coloca às PME e às microempresas portuguesas.”
Se esse é um desafio considerável para as PME, também o é para as próprias instituições formadoras. “Temos assistido a uma pressão e procura de formação, para empreendedores e gestores, não apenas nas áreas mais técnicas, mas igualmente em áreas em que, apesar de já existir oferta, nunca tinha acontecido o seu integral reconhecimento como áreas fundamentais para o sucesso.” Neste plano, destacam-se “a liderança, a comunicação e o comportamento do consumidor online”. Em 2022, gestores e empreendedores têm de perceber que já não chega “saber” e “saber fazer”: “saber ser” é igualmente assumido como fundamental, afiança Ferrão Filipe.
Capacitar os profissionais para as suas tarefas
É neste contexto que a UPT se tem afirmado na interação permanente com estas empresas, oferecendo um conjunto de formações que vão no sentido de capacitar os seus profissionais para as tarefas e os desafios que têm pela frente, procurando alcançar e manter o sucesso desejado. Em última análise, o objetivo, refere o vice-reitor da UPT, é “formar profissionais e técnicos altamente competentes e cidadãos responsáveis enquanto seres humanos e sociais”.
Para este responsável, “um dos grandes exemplos de excelente resposta da UPT e´ o MBA para Gestores de PME”. Aliando a componente teórica com uma forte abordagem prática e experiencial, via simulações e casos reais, este programa “abrangente” consolida conhecimentos técnicos e desenvolve competências essenciais para o sucesso das PME: “Liderança; comunicação; postura corporal e atitude; motivação; criatividade; resolução de problemas; gestão de conflitos; negociação; processos de tomada de decisão; entre outras.”
A oferta da UPT neste capítulo de programas formativos inclui também outros casos de sucesso, como sejam a pós-graduação em Coaching e Mentoring: Desenvolvimento do Potencial Humano, o short master em Direito do Consumidor; o curso breve em Insolvência e Recuperação de Empresas; ou o master em Gestão de Vida.
Aprendizagem ao longo da vida
Se há desafios que o tecido empresarial português já enfrentava, antes da pandemia, são os da digitalização, da sustentabilidade e da liderança, e a grande problemática de saúde pública que temos vivido funcionou apenas como trigger destes. Na ótica de Luís Cardoso, presidente do ISEG Executive Education, a modernização e o acompanhamento das tendências das PME devem começar, cada vez mais, pelas suas lideranças e ser disseminadas por todas as equipas, criando mindsets mais inovadores e capazes de criar valor de forma disruptiva para os negócios. No entender deste responsável, “a formação de executivos é muito importante, numa lógica de lifelong learning, no apoio ao desenvolvimento de gestores e PME”.
No caso do ISEG, ao nível da oferta de programas destinados às PME e aos seus gestores, destaca-se a pós-graduação em Gestão Empresarial, na medida em que “os responsáveis pela cúpula das empresas de micro, pequena e média dimensão sentem a necessidade de reforçar as suas competências em gestão para alcançar uma performance de excelência nos seus negócios”. Também o programa de curta duração Strategic Management & Innovation é muito valioso para os gestores das PMEs. No que se refere a empreendedores, o ISEG MBA acrescenta uma stream estratégica especifica para empreendedorismo, que inclui semanas imersivas no Hub Creativo do Beato da Startup Lisboa, e em Silicon Valley em parceria com a Universidade de San Francisco, remata o professor Luís Cardoso.