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Um país mais ecológico

Cidadãos, autarquias, regiões e Governo revelam uma crescente preocupação com a mobilidade sustentável. Há muito trabalho a ser feito, mas o que não faltam são desafios.

15 de Setembro de 2021 às 15:16
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Começa amanhã e termina em 22 de setembro a 20ª edição da Semana Europeia da Mobilidade. O tema central deste ano é "Mobilidade sustentável: em segurança e com saúde", sendo que esta escolha foi feita com o objetivo de assinalar e homenagear as dificuldades sentidas não apenas na Europa, mas igualmente no mundo, durante a pandemia de covid-19. Esta iniciativa também convida a refletir sobre as oportunidades de mudança que surgiram resultantes desta crise de saúde sem precedentes, designadamente o reforço da mobilidade ativa (andar a pé e de bicicleta) e o uso de transporte público e outras opções de mobilidade menos poluentes e mais inteligentes.

Em Portugal, estamos cada vez mais ecológicos e sensíveis ao tema da mobilidade sustentável. Falamos de cidadãos, mas também de instituições. Os diferentes peritos na matéria ouvidos por nós na execução deste trabalho confirmam-no. Por exemplo: os responsáveis da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC) explicam que a mobilidade sustentável é um dos temas do momento; uma preocupação assumida pelos habitantes daquela região, que questionam as entidades sobre as soluções para este assunto, além de se verificar uma franca adesão ao uso de infraestruturas de mobilidade sustentável e de participação em atividades relacionadas com este tema.

A CIM-RC acrescenta que os municípios da sua região têm demonstrado que a mobilidade sustentável faz parte da sua estratégia, adotando diversas medidas. Apontam o aumento da rede de postos de carregamento elétrico para veículos, a criação de ciclovias, a criação de estacionamento para bicicletas, a disponibilização de sistemas para utilização pública de bicicletas e de outros equipamentos de micromobilidade, como trotinetas, entre outras medidas.

A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) reforça a opinião da CIM-RC. "A importância que a mobilidade sustentável assumiu nos últimos tempos é transversal às cidades, regiões e países, uma vez que resulta de uma consciencialização a nível global face aos desafios atuais no que diz respeito às alterações climáticas, melhoria da qualidade de vida nas cidades e ordenamento do território. Com a proliferação da pandemia em que atualmente vivemos, essa consciência, já existente, assumiu uma maior relevância na vida de todos", recorda Joaquim Brandão Pires, primeiro-secretário da AMAL.

Questionada se os portuenses estão mais sensibilizados para a importância da mobilidade sustentável, Cristina Pimentel, vereadora da Câmara Municipal do Porto com o pelouro dos Transportes, Fiscalização e Proteção Civil, responde afirmativamente, acrescentando que estão "mais exigentes nas soluções de mobilidade que lhes são apresentadas diariamente, o que revela bem a sua preocupação".

As estratégias
Para satisfazer as exigências ecológicas dos habitantes e corresponder às suas expectativas, responsáveis e instituições de diferentes regiões e cidades têm levado a cabo diversos projetos. Neste trabalho apontam-se como bons exemplos Cascais, Matosinhos, Viseu, Aveiro, Coimbra, Lisboa… Por exemplo, a autarquia da capital, que, recorde-se, ganhou o prémio da Semana Europeia da Mobilidade de 2018, tem investido em ciclovias. Aposta também em transportes públicos verdes (elétricos articulados e autocarros elétricos...) e tenta melhorar os transportes públicos de forma integrada, numa ótica de sustentabilidade ambiental e de inclusão.

Todavia, e apesar da vontade que existe, o país tem pela frente enormes desafios para que a mobilidade se torne cada vez mais sustentável. "Os desafios de Portugal são muitos e implicam que as estratégias de mobilidade se articulem com as estratégias de desenvolvimento económico, de planeamento urbano, de ambiente e muitos outros setores. Claramente, a descarbonização do setor na componente de passageiros e mercadorias será um dos principais desafios que se coloca nos próximos anos", explica Susana Castelo, CEO da TIS.

A Europa
Naturalmente, os desafios de Portugal são os desafios da Europa. A Comissão Europeia tem uma "Estratégia de Mobilidade Sustentável e Inteligente", juntamente com um Plano de Ação com 82 iniciativas, que traçam o rumo para uma mobilidade ecológica, inteligente e a preços comportáveis.

A estratégia vem estabelecer as bases para um sistema de transportes da UE capaz de concretizar a sua transformação ecológica e digital e tornar-se mais resistente a futuras crises. Conforme está descrito no Green Deal Europeu, o resultado será um corte de 90% nas emissões até 2050, possível por um sistema de transporte inteligente, competitivo, seguro e acessível.

O plano pretende que até 2030 pelo menos 30 milhões de automóveis de emissões nulas circularão nas estradas europeias. Cem cidades europeias serão neutras em termos climáticos. O tráfego de comboios de alta velocidade duplicará na Europa. As viagens inferiores a 500 quilómetros deverão ter um impacto carbónico neutro. A mobilidade automatizada será implementada em grande escala. As embarcações marítimas de emissões nulas estarão prontas para serem comercializadas.
Até 2035, os aviões de grandes dimensões de emissões nulas estarão prontos a entrar no mercado.

Até 2050, quase todos os veículos motorizados serão de emissões nulas. O tráfego ferroviário de mercadorias duplicará. Haverá uma Rede Transeuropeia de Transportes multimodal operacional para transportes sustentáveis e inteligentes, com conectividade de alta velocidade.
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