A Câmara Municipal do Porto tem promovido a mobilidade elétrica na cidade. Muitas medidas têm sido tomadas nos últimos anos pela autarquia neste sentido, as quais vão desde a aquisição de viaturas que causam menor impacto ambiental para as suas frotas e autocarros, passando pelos parques de estacionamento municipais que providenciam um desconto para carros elétricos ou a atribuição de licenças para implementação de sistemas de mobilidade elétrica partilhada na cidade, nomeadamente para trotinetes e bicicletas.
O município explica melhor o que tem sido feito na cidade a este respeito, começando por referir que a autarquia tem ao seu serviço neste momento em modelo de renting no conjunto do universo municipal – câmara municipal e empresas municipais – 227 veículos 100% elétricos e 70 híbridos plug-in.
A Câmara Municipal do Porto foi pioneira na promoção da mobilidade elétrica no país. Numa primeira fase, em 2015, foi uma das entidades a adotar o uso de viaturas elétricas para gestão e manutenção dos seus espaços verdes – parques e jardins. Paralelamente, foram testadas 12 viaturas nos diversos serviços municipais até ao lançamento do concurso para renovação integral da frota.
Em 2017 terminou o concurso público internacional para renovar a sua frota, em regime de renting, por um período de quatro anos. Este concurso decorreu no seguimento de um estudo pormenorizado feito pelo CEiiA aos padrões de utilização dos veículos do universo municipal que determinou a possibilidade de eletrificação da frota a 70%, tendo em conta as utilizações, o tipo de veículos existentes e a disponibilidade de soluções no mercado.
A autarquia portuense e as empresas municipais têm investido e pretendem continuar a investir em frotas ecológicas. Neste momento, além das viaturas já referidas e respetivos carregadores, há duas motorizadas elétricas, desde 2019. 17 quadriciclos que dão apoio na gestão operacional, auxiliando na manutenção de espaços verdes e parques infantis, sanitários e oficinas. E mais 30 máquinas de pequeno porte 100% elétricas. Ou seja: roçadouras, motosserras, sopradores, entre outros.
Projetos para "amanhã"
Quanto ao futuro, é explicado por fonte da autarquia que a frota de veículos elétricos está praticamente estabilizada. Foram preparadas as infraestruturas necessárias para suportar os carregamentos dos veículos e as necessidades que este tipo de carregamento precisa para substituir os combustíveis fósseis.
Para lá disso, o objetivo municipal passa agora por aumentar esta sinergia, permitindo que os veículos elétricos sejam carregados com recurso a energia 100% renovável. Esta é uma matéria que já está a ser implementada pelo município com o objetivo de preparar a produção de energia fotovoltaica que viabilize que o carregamento dos elétricos seja garantido, maioritariamente, por esta fonte de energia.
O projeto Porto Solar vai instalar sistemas fotovoltaicos em 29 coberturas de edifícios municipais, 25 dos quais escolas da rede pública municipal. Com os novos equipamentos, o município consegue uma poupança considerável no consumo de energia elétrica e, mais importante ainda, a cidade diminui a emissão para a atmosfera de Gases com Efeitos de Estufa (GEE) em 500 toneladas por ano.
O concurso público está lançado e a instalação inicial de uma potência de 1MW (megawatt) vai diminuir a utilização de energia elétrica proveniente da rede em cerca de 27%, num total de 1,4 GWH (gigawatts) por ano. Uma poupança energética significativa, já que contribuirá para a diminuição anual das emissões de GEE, na ordem das 505 toneladas, e ainda corresponderá a uma descida na fatura da eletricidade superior a 150 mil euros por ano. Considerando que o investimento municipal realizado através da Domus Social é de um milhão de euros, o tempo de retorno do investimento será inferior a seis anos.
O efeito multiplicador desta medida poderá ser ainda maior, considerando que o Município prevê instalar sistemas fotovoltaicos em edifícios nos quais é feito o carregamento de parte da frota municipal, o que permitirá que os veículos possam carregar com base em eletricidade 100% renovável.
Dez novos postos de carregamento elétricos
O aumento do número de veículos elétricos em circulação provoca alterações nas cidades, levando a que seja necessário investir no número de postos de carregamento, nas estruturas de suporte e no necessário aumento da potência contratada. Por isso, questionámos a autarquia do Porto sobre o aumento da potência contratada e se haverá pontos de carregamento para fazer frente a uma frota cada vez maior.
O município responde-nos que, neste momento, os postos de carregamento existentes para os veículos municipais são suficientes, pois foram pensados e dimensionados conforme as necessidades e exigiram, naturalmente, o aumento da potência contratada. Ainda assim, foi possível instalar um sistema de balanceamento de carga nos locais de maior concentração de carregadores – no parque de estacionamento da Trindade e nas oficinas municipais no Carvalhido, por exemplo –, a fim de não exigir um aumento tão grande da potência contratada.
Em termos de carregadores de veículos elétricos para uso público, são já conhecidas as localizações de dez novos Postos de Carregamento Elétrico, ou PCE, para automóveis, que vão ser instalados na cidade até ao final do primeiro semestre deste ano. A instalação de postos de carregamento de veículos elétricos em domínio municipal foi uma medida decidida pelo município no âmbito da estratégia de construção de uma cidade sustentável. Aliás, tem em conta a previsão de crescimento do número de veículos elétricos em circulação, fruto das políticas de incentivo à redução de emissões de CO2 e às restantes políticas aplicadas na cidade no domínio da sustentabilidade ambiental.
Está, neste momento, em fase de atribuição das licenças.
Para conhecer as localizações dos PCE para automóveis que serão instalados no Porto no primeiro semestre deste ano aceda aqui.
Principais medidas da autarquia para fomentar a mobilidade elétrica na cidade
O projeto de promoção da mobilidade elétrica no Porto é ambicioso e tem uma avaliação de desempenho permanente. Eis as principais medidas que foram tomadas:
. Aquisição de viaturas elétricas para manutenção de espaços verdes, o que começou em 2015;
. 70% da frota de veículos municipais, em modelo de renting, foi eletrificada (carros 100% elétricos e híbridos plug-in), com a correspondente instalação dos respetivos carregadores;
. A comparticipação do município no PART – Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes – com vista a reduzir o preço dos passes mensais tem efeitos multiplicadores no uso dos transportes públicos;
. Alargamento da gratuitidade do uso de transportes públicos aos jovens entre os 13 e os 15 anos, com investimento do seu orçamento;
. A frota dos STCP – que em breve será propriedade dos seis municípios onde opera – está em progressiva renovação com a aquisição de autocarros com menor impacto ambiental - elétricos e a gás natural;
. Os parques de estacionamento municipais têm um desconto para carros elétricos;
. Foram atribuídas três licenças para implementação de sistemas de mobilidade elétrica partilhada na cidade, nomeadamente no que diz respeito a trotinetes e bicicletas.