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Cidades estão mais avançadas e inteligentes

Europa e Portugal mudaram e vão continuar a fazê-lo a nível de serviços ou transportes para combaterem poluição e congestionamentos.

07 de Fevereiro de 2018 às 14:28
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As cidades portuguesas e europeias estão a abraçar o desafio da mobilidade inteligente, mas ainda há muito trabalho pela frente. João Peças Lopes, professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), administrador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e vice-presidente da Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico (APVE), recorda que "a mobilidade inteligente é muito mais do que a mobilidade eléctrica". Há que considerar neste domínio a "mobilidade conectada, soluções de conexão veículo-infra-estrutura, veículo-veículo, veículo-condutor, veículo-serviços, transporte partilhado, as plataformas de serviços e informação e a mobilidade como um serviço". Portanto há "muito por fazer" para se chegar à mobilidade inteligente seja nas cidades portuguesas ou fora.

 

No entanto, sublinha, a mobilidade eléctrica é um dos "vectores dessa mudança" e em Portugal existe "a infra-estrutura física de comunicação e de rede eléctrica" para desenvolver esta componente da mudança. Em relação às cidades europeias, em especial do Norte do continente, estão "bastante mais avançadas" do que as portuguesas neste domínio.

 

Por sua vez, Henrique Sánchez, presidente da Associação de Utilizadores de Veículos Eléctricos (UVE), diz que as cidades europeias estão"na linha da frente" da mobilidade inteligente, pela poluição ambiental e sonora que enfrentam, obrigando "à implementação de medidas restritivas à circulação de veículos com motores de combustão interna nos seus centros históricos ou em dias de maior poluição atmosférica". E porque têm de encontrar soluções para o contínuo congestionamento do trânsito automóvel, "valorizando o uso partilhado do automóvel particular, o uso dos transportes públicos electrificados e a ligação online do carro, interagindo com os outros carros, bem como com a sinalética". Segundo Henrique Sánchez, os automatismos serão fundamentais no aumento da segurança e na redução da sinistralidade automóvel. Quanto às cidadesportuguesas, têm algumas das medidas enunciadas para as cidades europeias, mas "num estado mais atrasado".

 

Colaboração com as autarquias

 

As cidades portuguesas não estão tão desenvolvidas na mobilidade inteligente como algumas, por exemplo, do norte da Europa. Não obstante, a UVE está trabalhar com várias câmaras municipais portuguesas para aproximar cada vez mais a realidade nacional à de outras cidades do Velho Continente. Assim, a UVE tem reunido e mantido contactos com algumas autarquias, apresentado sugestões e colaborando em eventos locais de divulgação da mobilidade eléctrica e dos veículos eléctricos, explica Henrique Sánchez, dando como exemplo: Anadia, Vila Real, Montemor-o-Velho, entre outras.

 

A UVE propõe igualmente soluções de descriminação positiva para os VE, e não só, participando em acções de pintura e sinalética dos postos de carregamento para VE, como acontece com a Câmara Municipal de Torres Vedras. Organiza em conjunto com a respectiva autarquia o Encontro Nacional de Veículos Eléctricos (ENVE), que em 2016 se realizou em Coimbra, em 2017 no Porto e em 2018 terá lugar em Leiria, em mais uma organização conjunta UVE e câmara municipal.

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