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A edução que beneficia a sociedade

Haverá uma forte procura por profissionais altamente qualificados nas transições ambiental e digital.

15 de Março de 2023 às 12:17
Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEP
Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEP
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É através da formação que se podem alcançar maiores níveis de produtividade e inovação, essenciais para o crescimento e desenvolvimento económico e social. As empresas querem hoje apostar em quadros com mestrados e pós-graduações, que permitam a especialização da estrutura produtiva de forma cada vez mais sofisticada. Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEP – Associação Empresarial de Portugal analisa em entrevista o mercado.

 

De acordo com a sua experiência, quais as vantagens, hoje, de ter um mestrado ou uma pós-graduação no mercado de trabalho português?

A evidência empírica mostra que níveis de educação mais elevados estão correlacionados com maiores salários e melhores condições e perspetivas de emprego. Os benefícios de um investimento em educação não se limitam à melhoria da situação do trabalhador, estendem-se também às empresas e à sociedade, nomeadamente pela capacidade de permitirem alcançar maiores níveis de produtividade e inovação, dois aspetos absolutamente críticos para se alcançar uma estratégia robusta e sustentada de crescimento e desenvolvimento económico e social.

 

Nota então que as empresas portuguesas valorizam, e procuram, profissionais com esse tipo de formação superior?

Sim, sempre houve essa valorização e é expectável que a procura de profissionais com este tipo de formação se acentue a curto e a médio prazos, por forma a dar resposta à desejável sofisticação da especialização da nossa estrutura produtiva, com maior incorporação tecnológica e de inovação, não só na indústria como noutros setores de atividade.

 

Acredita que os associados da AEP consideram uma vantagem para as suas empresas terem profissionais nos seus quadros com formação avançada?

Sim, a mais-valia proporcionada pela formação de nível superior, sejam mestrados ou pós-graduações, é transversal às diferentes categorias de emprego, quer estejamos a falar de quadros superiores, quer de chefias.

 

Daquilo que conhece do tecido empresarial português, quais os setores que mais valorizam e mais procuram quadros com este tipo de formação?  

É expectável que o setor da indústria transformadora (e seus serviços conexos) surja em primeiro lugar, pela acelerada transformação em curso (robótica, inteligência artificial, internet das coisas…). Tendo em consideração as apostas estratégicas atuais nas transições ambiental e digital, que se estendem a um largo espectro de setores de atividade, estas são áreas em que, sem qualquer dúvida, haverá uma forte procura por profissionais altamente qualificados.

 

Na sua opinião, a escolha de faculdade ou universidade para obter essa qualificação é importante?

O perfil de formação de base – em prestigiados estabelecimentos de ensino superior, quer públicos quer privados – continua a ser um aspeto muito importante. Porém, num mundo em permanente e acelerada transformação, além das competências mais técnicas (adquiridas com a educação formal), relevam cada vez mais as chamadas soft skills, que habilitam as pessoas quanto à sua capacidade de adaptação e de superação de dificuldades, bem como à capacidade de aprender rápida e continuamente, sendo características fundamentais e imprescindíveis num contexto dominado pela elevada imprevisibilidade. O desenvolvimento contínuo de novas competências, designadamente através de reskilling e de upskilling, é absolutamente crítico.

 

E quem deseja abrir a sua própria empresa, deve também apostar em formação avançada?

É evidente que sim, por todas as razões acima elencadas. Não é por mero acaso que muitos casos de sucesso que, mais recentemente, se registaram, tiveram origem perto dos centros de saber, à semelhança do que se verifica em qualquer outra parte do mundo.

 

Como vê hoje o tecido empresarial português? Quais são os principais desafios e oportunidades para 2023?

Não há qualquer dúvida de que a qualificação da população portuguesa melhorou significativamente nas últimas décadas, mas falta agora que o tecido empresarial e o país em geral consigam traduzir esse salto qualitativo em melhorias de produtividade e competitividade. Temos exemplos de empresas que, hoje, se encontram ao nível do que de melhor se faz no mundo, mas, infelizmente, em termos "médios" ainda não se conseguiu um nível nacional de produtividade satisfatório.

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