Projecto na área da dietética Mobilidade permite a doentes internados escolher refeições tendo em conta limitações clínicas.
O plano é ambicioso, ainda que por enquanto se aplique apenas à área da dietética. Aí está a permitir agilizar processos, mas é também uma forma de transmitir uma imagem mais moderna das unidades de saúde às quais já é aplicado. O grupo Hospitais Privados de Portugal está a usar o Surface, o tablet da Microsoft, para levar mobilidade à actividade dos seus profissionais de saúde em diversas áreas.
Há cerca de um mês tem o projecto a funcionar na área da dietética permitindo que todos os doentes internados escolham as suas refeições à cabeceira, a partir de um tablet onde surgem as diferentes opções disponíveis, tendo em conta as limitações clínicas previamente definidas pelos médicos.
A selecção é feita directamente no tablet, onde também é possível acrescentar alimentos ou adicionar notas relevantes relativamente à preparação do menu. As opções assinaladas são enviadas directamente para a cozinha, sem que seja necessário fazer circular papel entre quem está no contacto com o doente e quem está a preparar as refeições.
O sistema já está a ser usado em todas as valências do grupo nos hospitais dos Lusíadas, em Lisboa, e da Boavista, no Porto. Como sublinha Ana Rita Lopes, do departamento de dietética e nutrição, a automatização de todo o processo é apreciada pelos clientes e tem-se revelado um aliado importante no controlo ao desperdício. "Para nós, serviço de dietética, foi uma melhoria efectiva, quer em termos de processo de controlo daquilo que é fornecido, quer no que se refere ao processo de facturação" ao doente.
Estender o conceito a todas as áreas
Na estratégia de mobilidade do grupo, os próximos passos serão a extensão da solução que já existe nos dois hospitais escolhidos para esta prova de conceito a outras unidades, mas não só.
"Avançámos com este projecto do Surface com o objectivo de incrementar a mobilidade junto dos nossos clientes de forma a facilitar a sua estadia aqui nos hospitais", explica António Serrano, CIO do grupo HPP Saúde. "Queremos fazer um atendimento mais personalizado tirando partido de todas as valências que esta solução nos permite", acrescenta.
Isto traduz-se na extensão da mobilidade a todas as áreas de interacção entre profissionais de saúde e doentes, defende o grupo. As áreas não clínicas serão as primeiras a abraçar o conceito, seguem-se as áreas clínicas.
O objectivo é banalizar o uso de uma solução de mobilidade suportada no Surface em áreas como o atendimento, facilitando o registo de doentes no momento da entrada na unidade de saúde, mas também visa tornar mais simples e imediato o acesso a informação clínica, ou o registo de novos dados.
"Queremos ter informação disponível de forma fácil, independentemente do local do hospital onde se esteja ou por onde se circule. Esse é o nosso objectivo", confirma António Serrano.
Para já o piloto de mobilidade do grupo HPP tira partido de 20 tablets Surface. Até final do ano o objectivo é recolher informação suficiente para estruturar um "business case" já com dados concretos sobre poupanças e ganhos decorrentes de uma extensão da ferramenta a todas as unidades.
Benefícios que o grupo espera recolher do investimento
• Ganhar eficiência e produtividade
• Reduzir o número de postos de trabalho fixo em favor de postos móveis que vão onde está o doente
• Melhorar o serviço prestado ao cliente
• Redução do desperdício alimentar graças a uma melhor gestão dos pedidos e preferências dos clientes
BI do grupo
O Grupo HPP Saúde é composto por seis unidades. Dá emprego a cerca de 4.500 pessoas, factura 200 milhões de euros e recebe anualmente mais de 2 milhões de clientes, sendo o terceiro maior grupo privado a actuar em Portugal neste domínio. Está integrado na UnitedHealth, um gigante norte-americano que atende mais de 85 milhões de pessoas anualmente. Ao longo do último ano a HPP Saúde tem realizado um forte investimento em Tecnologias de Informação, que tem servido sobretudo para reconstruir toda a arquitectura tecnológica de suporte à actividade. A medida é uma consequência da alteração na estrutura accionista, que decorreu da saída da Caixa Geral de Depósitos no início do ano passado. A par deste investimento estrutural estão a ser feitos outros mais direccionados à inovação, como se pretende que seja a aposta no Surface.
(Correcção: Por lapso, o Negócios escreveu que José Serrano é o CIO do grupo HPP Saúde, quando se trata de António Serrano. Pedimos desculpas ao envolvido)