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Uma indústria resistente

Mesmo no período mais complicado, o setor assegurou estabilidade e tem vindo a crescer, mantendo-se a perspetiva positiva para 2022.

25 de Janeiro de 2022 às 13:05
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Em Portugal, o setor da construção e do imobiliário pode dizer-se que tem sido a indústria mais resistente à pandemia, uma vez que nunca parou a sua atividade, tendo até mesmo chegado a demonstrar uma rápida capacidade de adaptação dos lados da oferta e da procura.

 

Em termos mundiais, este mercado detém um valor quase quatro vezes superior ao PIB mundial e o seu crescimento foi impulsionado pelo segmento residencial, responsável por 79% do valor total, segundo revelam dados de um estudo divulgado pela consultora Savills. Assim sendo, entre 2019 e 2020, o valor do segmento residencial cresceu 8% a nível global, para os 220,41 mil milhões de euros, especialmente devido ao mercado chinês.

 

Em Portugal, a Savills indica que foram investidos em 2021 em imobiliário 1,1 mil milhões de euros, tendo no terceiro trimestre o volume de investimento sido de 534 milhões de euros. Desta forma, atingiu-se a marca de 2 mil milhões até final do ano. Para 2022, a tendência de crescimento mantém-se, diz ainda a consultora.

 

Tendo em conta os números, é importante perceber o porquê desta resistência no setor do imobiliário. Miguel Tilli, diretor da HomeLovers, acredita que "quando enfrentamos crises epidémicas em que as pessoas têm de permanecer largas temporadas em isolamento ou em teletrabalho, a casa, na sua verdadeira aceção, ganha uma importância ainda maior e mais relevante". Assim sendo, a casa "deixou de ser apenas o lar para passar a ser também o local de trabalho". O facto é que "este efeito casa/escritório impulsionou uma forte procura de casas com espaço exterior, seja jardim, terraços ou apenas pequenas varandas", disse ainda.

 

Miguel Tilli acredita que, em 2022, "claramente o mercado continuará muito ativo nem que seja pela deslocalização das pessoas para fora dos grandes centros urbanos fruto do teletrabalho, em que a presença no escritório continuará a ser muito mais reduzida". Ainda assim, o setor enfrenta desafios como seja "o aumento do custo do m2, dos materiais de construção e da mão de obra, o que se vai refletir de forma clara no preço final a pagar pelos compradores", diz o mesmo responsável.

 

Ambiente deve ser preocupação

Do lado dos arquitetos, Gonçalo Byrne, presidente da Ordem, prefere não falar em tendências para 2022, mas adianta que esta realidade se faz "na necessária resposta aos desafios que se colocam a uma sociedade num dado momento". Assim sendo, o seu papel "é decisivo para a garantia do bem-estar de todos" e o seu interesse é público: "Assegurar a qualidade de vida de todos, a sustentabilidade ambiental, económica, social e cultural, a promoção da competitividade territorial."

 

O responsável acredita que, neste momento, "a resposta à crise ambiental é uma necessidade" para o setor e os profissionais. Embora seja redutor chamar-lhe uma tendência, o presidente defende que "a qualidade e a sustentabilidade como a resposta necessária para este ano e para este momento da nossa história" deverá claramente ser tida em conta.

 

Reabilitação com qualidade

Gonçalo Byrne diz ainda que, seja na reabilitação, seja na construção nova, é importante falar "da qualidade da construção nas suas múltiplas dimensões". Nos últimos dias, em Espanha, o Conselho de Ministros aprovou a Ley de Calidad de la Arquitectura, em linha com as diversas iniciativas que estão a ocorrer a nível europeu. Assim sendo, esta é "assumida como instrumento necessário para um novo modelo de transição económica, energética e ecológica que promova inclusão e coesão social". Ora, em Portugal "este discurso da qualidade continua a encontrar muita resistência" e é "muitas vezes tomado como elitista", diz o bastonário.

 

Apesar de tudo, é certo que a aposta na reabilitação do edificado existe e, na generalidade, "cumprem-se as boas regras". Diz Gonçalo Byrne que "essa aposta no passado recente tinha ficado esquecida numa primeira versão do Programa de Recuperação e Resiliência", mas acabou por ser contemplada com "243 milhões de euros direcionados para a cultura, 150 dos quais para a requalificação de edifícios identificados como património cultural", por exemplo. Agora importa garantir "que a preocupação com a qualidade da intervenção vai presidir à encomenda".

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