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“Os gestores com um MBA podem enriquecer o tecido industrial e empresarial”

Profissionais com competências dão um contributo decisivo para tornar as empresas portuguesas mais competitivas a nível internacional.

24 de Março de 2022 às 10:53
José Eduardo Carvalho, presidente da Associação Industrial Portuguesa
José Eduardo Carvalho, presidente da Associação Industrial Portuguesa
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No âmbito deste trabalho, quisemos saber, junto das empresas e das indústrias, que importância têm os gestores com um MBA nos diversos setores de atividade em Portugal. Para saber a resposta, entrevistámos José Eduardo Carvalho, presidente da Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI), a maior associação empresarial multissetorial de Portugal.

Como se encontra atualmente o tecido industrial e empresarial em Portugal? Quais são os principais desafios e oportunidades?
A realidade estrutural das PME, que representam cerca de 99% do tecido empresarial nacional, é a de baixa capitalização e de baixa produtividade. Cerca de 26% das empresas têm capital próprio negativo em 2020 e as simulações do Banco de Portugal apresentam um aumento na ordem dos 6% para 2021.

Relativamente à sua produtividade, sabe-se também que as microempresas – que representam cerca de 89% do nosso tecido empresarial, geram 16% de volume de negócios e empregam cerca de 56% da população ativa – são 40% menos produtivas que as empresas de maior dimensão. Na Alemanha, este valor é de 20%.

Pensando na conjuntura pós-pandemia, e refletindo os valores baixos do rácio de autonomia financeira das PME, até 2023, projeta-se um aumento do número de empresas com capital próprio negativo ou em situação de insolvência, com destaque para o setor do alojamento e restauração, sinaliza o Banco de Portugal num relatório recente. Esta realidade deve pôr as prioridades da política pública no redimensionamento empresarial (urge uma política pública e/ou incentivo de programas privados de fusões e aquisições) e no reforço da capitalização das nossas empresas (utilizando os cerca de 1,3 mil milhões de euros do PRR).

O cumprimento destes dois objetivos é fundamental para garantir que as empresas estão capacitadas para os desafios e oportunidades de resiliência, transição digital e climática, que enfrentam nos dias de hoje.

 

Os gestores com um MBA podem enriquecer o tecido industrial e empresarial em Portugal e torná-lo mais competitivo? Os associados da AIP poderiam ver as suas indústrias e empresas desenvolverem-se por terem gestores com um MBA nos seus quadros?
Sim, sem dúvida. Os gestores com um MBA podem enriquecer o tecido industrial e empresarial em Portugal e torná-lo mais competitivo a nível internacional. Aliás, é especialmente importante, dado o tenso e complexo panorama que enfrentamos, que as empresas tenham gestores capazes de pensar criticamente e dotados de grande capacidade de decisão.

As empresas associadas da AIP (cerca de 55.000), com sede nas diversas regiões do país do Minho ao Algarve, são de uma grande abrangência setorial – cerca de 32% são do setor industrial e transportes, 60% serviços e comércio e apenas 8% do setor da construção.

Isto significa que parte considerável da atividade destas empresas incide sobre a economia transacionável, pelo que o seu grau de competitividade tem sido crescente, por força do mercado e da abertura aos mercados externos. É também este o grande desafio da economia portuguesa: com inovação e qualificação, garantir que as nossas PME e grandes empresas são mais competitivas internacionalmente.

Da vossa experiência, quais os setores que mais procuram estes profissionais?

Dada a realidade digital e de economia da sustentabilidade em que vivemos, as principais áreas de atividade que requisitam um quadro desta natureza são a indústria e determinado tipo de serviços mais especializados (economia transacionável). A grande vantagem reside na competência técnica deste tipo de profissionais e o efeito qualificação e competitividade que geram nas organizações.

É importante fazer um MBA numa escola de negócios de referência?
Os profissionais habilitados com um MBA, tirado numa universidade de referência internacional, estão preparados para garantir uma mais elevada qualificação e competitividade às empresas, ao nível da gestão financeira, recursos humanos, estratégia e marketing, especialmente nos tempos voláteis que vivemos.

Relativamente à dimensão, as microempresas, à exceção da área do empreendedorismo, pela sua criatividade e polivalência, não têm capacidade para empregar um profissional bem pago deste tipo (auferem mais 60% a 70% que o mesmo profissional sem habilitação); e as pequenas e médias empresas começam a despertar para a mais-valia deste tipo de recursos humanos.

"É especialmente importante, dado o tenso e complexo panorama que enfrentamos, que as empresas tenham gestores capazes de pensar criticamente e dotados de grande capacidade de decisão" José Eduardo Carvalho, presidente da Associação Industrial Portuguesa
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