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Os segredos para uma boa gestão de bateria

Cuidar da bateria prolonga a vida útil do veículo, mas também otimiza a sua eficiência energética e reduz os custos operacionais.

18 de Abril de 2024 às 14:17
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A gestão eficaz de uma frota elétrica requer uma compreensão clara de como maximizar a vida útil e o desempenho das baterias dos veículos, que normalmente é a componente mais cara num veículo elétrico.

 

Vítor Gomes, membro do conselho diretivo e fundador da UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, explica que a maioria das baterias de veículos elétricos, como as de Níquel-Manganês-Cobalto (NMC), têm um software incorporado que protege contra o uso indevido. Idealmente, estas baterias devem manter o nível de carga entre 20% e 80%. Não é aconselhável carregar acima de 80% ou deixar a carga da bateria cair abaixo de 20%, a menos que seja absolutamente necessário. Além disso, as baterias NMC não devem ficar muito tempo "paradas" em estados de carga muito baixos (-20%) ou muito altos (+80%).

 

Evitar o desgaste

Para Vítor Gomes, um veículo elétrico não deve ficar parado durante dias com a bateria carregada a 100%, pois isso pode acelerar o seu desgaste, especialmente quando associado a temperaturas ambiente elevadas. Se o veículo tiver de ficar parado durante alguns dias, por exemplo, durante períodos de férias, é melhor deixá-lo estacionado com um nível de carga entre 60% e 80%, para evitar desgaste. "Muitos dos veículos elétricos até sugerem – nas definições de carregamento da bateria – que o carregamento fique limitado a 80%. Isto não é um indicador de que não possa carregar acima de 80%, serve apenas para prevenir o desgaste da bateria por ser constantemente carregada até 100% e não ser imediatamente utilizada", esclarece o responsável. Se carregar o veículo elétrico até 100% e o utilizar de seguida, não há motivo para preocupação.

Há, no entanto, tecnologias de baterias com menor suscetibilidade ao desgaste quando estão a 100% do estado de carga do que outras. No caso das baterias com tecnologia LFP – Lítio-Ferro-Fosfato, esta característica é praticamente inexistente, mesmo quando ficam a 100% durante dias. É até recomendado pelos fabricantes que estas baterias sejam carregadas a 100% com frequência, para que a estimativa do estado de carga seja o mais precisa possível.

 

Carregamentos vs. custos

O carregamento da bateria de um veículo elétrico deve ser feito num posto que tenha uma potência máxima parecida com a potência máxima de carga aceite pelo carro. Por isso, Vítor Gomes assinala que uma das características mais importantes que deve conhecer no seu veículo 100% elétrico é a potência a que o mesmo consegue carregar em Corrente Alternada (AC) e em Corrente Contínua (DC), pois estas especificidades permitem-lhe escolher o melhor posto para carregar o veículo. "Por exemplo, imagine que está em viagem com um veículo 100% elétrico e depara-se com dois postos de carregamento rápido: um deles com 50 kW de potência e um outro com 350 kW de potência. Se, por exemplo, o seu veículo carrega a 50 kW em DC, opte pelo carregador de 50 kW; por outro lado, se o seu veículo suporta carregamentos em DC até, por exemplo, 250 kW, escolha o carregador mais potente, visto que vai conseguir carregar mais rapidamente", explica o responsável. De forma a manter a saúde da bateria do veículo elétrico, é aconselhado que não se efetuem carregamentos rápidos diários, consecutivos, pois podem degradar a capacidade e o rendimento da bateria a curto prazo.

 

Se, por outro lado, não for importante o tempo de carregamento, mas sim o custo deste, o carregamento num posto com menos potência é – por norma – mais económico, pois, quanto mais potente for o posto de carregamento, mais cara será a cobrança por minuto/kWh.

 

A questão da reciclagem

As baterias de iões de lítio têm vindo a ganhar destaque no mercado, sobretudo devido à sua utilização em veículos elétricos, e a sua reciclagem é muitas vezes questionada. De acordo com a UVE, estas baterias são menos tóxicas do que outras, o que facilita a sua reciclagem. Contudo, o lítio, sendo um elemento altamente reativo, requer que a reciclagem seja bem feita e de forma segura.

A UVE defende que o mercado de veículos elétricos não tem antiguidade suficiente para que existam muitas baterias para reciclar, porque, até que a bateria atravesse as três fases de vida, demoram muitos anos. No entanto, a Associação dá conta de que na Europa, a maioria das baterias para reciclagem são enviadas para a Bélgica ou para a Alemanha, onde existem infraestruturas para proceder à correta reciclagem do lítio presente nas baterias. Quando bem feito, o processo de reciclagem pode permitir remover 95% da matéria-prima, para que esta seja reutilizada em outros aparelhos elétricos e eletrónicos, nomeadamente em novas baterias para veículos elétricos.

 

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